O Traidor

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Crime, Drama 145 min 2019 24/10/2019 FRA, ALE, ITA

Título Original

Il traditore

Sinopse

<div>Em 1980, quando a polícia aperta o cerco à máfia siciliana, Tommaso Buscetta, um dos criminosos mais proeminentes de Itália, foge para o Brasil, onde continua a dedicar-se ao crime. Quando é finalmente preso pela polícia brasileira e extraditado para o seu país, faz algo de que ninguém estaria à espera: trair a Costa Nostra, tornando-se informador de Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, os juízes por detrás da enorme operação policial que ajudou a desmantelar a poderosa máfia italiana. Ao entregar os companheiros e dar informações precisas sobre as estruturas da organização e seus esquemas de corrupção, Buscetta ficou para sempre conhecido como "o traidor". É considerado o primeiro mafioso "arrependido" da história.</div> <div>Um drama baseado em factos reais, realizado e escrito pelo aclamado realizador italiano Marco Bellocchio ("Em Nome do Pai", "Sedução Diabólica", "Bom Dia, Noite", "Vencer"). Pierfrancesco Favino, Luigi Lo Cascio, Fausto Russo Alesi, Maria Fernanda Cândido e Fabrizio Ferracane assumem as personagens. PÚBLICO</div>

Críticas Ípsilon

Um pentito no seu labirinto

Luís Miguel Oliveira

Não há grandeza nem nobreza na Mafia. Apenas homens mesquinhos, patéticos à beira da obscenidade. Um triunfo de casting.

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Críticas dos leitores

Reconstituição história

Raul Gomes

Realizada com a mestria habitual de Marco Bellocchio, que nos apresenta um filme sobre a Máfia/Cosa Nostra, através de um arrependido (?), ou talvez não, tal a ambiguidade interpretativa de Pierfrancesco Favino, numa bela performance. <br />Um argumento poderoso, que nos prende a atenção, até nos pequenos pormenores de pobreza mental/intelectual dos acusados, tão banais e primárias são as suas reacções no julgamento. <br />Uma realidade que ainda nós é próxima, através do conhecimento da época, e do impacto que teve no mundo a morte de Giovanni Falcone e as suas sequências posteriores no mundo político de Itália. <br /> A crueza do julgamento é-nos descrita com uma intensidade que nos "amarra" à cadeira, não dando pelo tempo passar, e, este é o melhor elogio que ainda podemos agradecer a Mestre Bellocchio.
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3 estrelas

José Miguel Costa

O quase octagenário realizador italiano Marco Bellocchio está de volta (e de boa "saúde") com "O Traidor" (co-produção italiana, francesa, alemã e brasileira), um thriller politico-judicial sobre o universo da máfia siciliana . <br /> <br />Baseado em factos reais, incide na biografia do padrinho Tommaso Buscetta no período pós-detenção (nos anos de 1980). <br /> O primeiro grande "arrependido" da Cosa Nostra, que com as suas informações à justiça (em troca de imunidade), acerca do funcionamento do "mecanismo" e da promiscuidade com o poder político, contribuiu para a detenção, anos mais tarde, de alguns dos membros operacionais mais importantes desta organização criminosa (políticos não incluídos, claro), provocando-lhe um rude golpe (não mortal). <br /> Encarado pelos seus pares como um interesseiro vil traidor, Buscetta (o homem que ousou enfrentar o Império, através da sua cooperação com o juíz Falcone - pelo qual nutria um enorme respeito) sempre justificou este seu acto como uma questão de "Honra" (valor moral alegadamente muito querido pela deontologia da máfia tradicional), já que, segundo ele, determinadas famílias da organização deixaram de lado os escrúpulos, rompendo pactos históricos de "respeito", em prole da obtenção gananciosa do dinheiro fácil proveniente do negócio da heroina. <br /> Esta pretensa dimensão humana/sentimental do mafioso (exemplarmente interpretado por Pierfrancesco Favino), que induz no espectador um constante sentimento de ambiguidade (estará - subitamente - arrependido dos seus actos criminosos ou pretenderá exclusivamente, de uma forma sonsa, salvar a pele?), é um dos grandes trunfos desta obra (que Bellocchio gere com inteligência) - a par da grande intensidade dramatúrgica nas hilariantes cenas em tribunal e do aparato da produção "impregnada" de formalismo clássico. <br /> <br />Pena que a narrativa se limite a enumerar de forma muito sintética, e sem grande interligação, os momentos mais marcantes da vida pré-reclusão de Tommaso, sem construir devidamente o "antes". Tal opção, para além de retirar "corpo"/consistência à obra, não permite uma percepção mais adequada da conduta comportamental do protagonista, bem como apreender de modo mais eficaz os crimes e as relações/traições dos vários mafiosos que se cruzam consigo nos julgamentos (que, deste modo, acabam por "escapar-nos" por deficiente conhecimento do contexto).
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