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Drama 121 min 2009 M/12 27/05/2010 FRA, ITA

Título Original

Vincere

Sinopse

Ida Dalser (Giovanna Mezzogiorno) foi o primeiro amor e, supostamente, a primeira mulher de Benito Moussolini (Filippo Timi). Eram os tempos de formação de Benito, nos anos que antecederam a Primeira Grande Guerra, quando o futuro ditador tentava ainda a emancipação das massas através dos ideais socialistas, muito antes de se converter ao fascismo. Depois de uma relação impetuosa entre os dois da qual resultou um casamento e um filho, Benito, negando qualquer relação com aquela mulher, manda interná-los num asilo por demência declarada, sendo destruídos todos os registos médicos, assim como os supostos arquivos de casamento. Desta forma, mãe e filho são renegados e apagados da História.<br /> Encenado e musicado como se de uma ópera se tratasse e utilizando algumas imagens de arquivo, Marco Bellochio realiza um drama em que apresenta uma Itália isolada e destituída de identidade, tal como Ida, a personagem principal. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

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A ópera dos fantasmas

Jorge Mourinha

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Críticas dos leitores

Um excelente clássico

Francisca

Um filme "clássico" e, até por isso, excelente. O argumento é muito bem tratado e as imagens de grande qualidade. Mussolini, o ditador, só é credível quando visto em imagens reais. De outra forma pensaríamos que era uma brincadeira...de mau gosto! O drama atinge todo o seu apogeu mas não se deixa nunca enveredar pela tragédia miserabilista. A heroína é uma óptima e lindíssima actriz - também ela uma clássica beleza italiana.
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Amor em tempo de guerra

Raúl Reis

Ida Dalser (Giovanna Mezzogiorno) é uma jovem costureira e manequim – se é que a profissão existia no princípio do século XX – que um dia, durante uma manifestação, cruza um homem (Filippo Timi). Ele foge da polícia e refugia-se nos braços de Ida. Passam ambos por namorados, escondidos num beco. Ele beija Ida e acaba por escapar; a Ida e às autoridades. A jovem não consegue esquecer o estranho momento e algum tempo depois cruza Benito acidentalmente durante outra manifestação. Ida não hesita: deixa-lhe a sua morada e Benito acaba por visitá-la durante a noite e fazem amor apaixonadamente. A jovem apaixona-se por Benito e os dois começam a ver-se regularmente. Ele continua as suas actividades políticas e demite-se do jornal onde as ideias que defende não são bem aceites pelos seus pares. Ida vende tudo o que tem para ajudar Benito a financiar o lançamento de um novo jornal. Benito acede, aparentemente contrariado, e assina um recibo para provar que recebeu o dinheiro. A carreira política de Benito começa a correr cada vez melhor à medida que vai também mudando de ideais. Ida mantém-se fiel ao homem que ama, apesar das sucessivas mudanças. Em 1915, Ida fica grávida e anuncia-o a Benito. Este mostra satisfação, mas ela vai descobrir rapidamente que Benito é casado e tem uma família que até então Ida desconhecia. Ida nunca deixa de amar Benito e procura voltar a reatar a relação. À medida que Benito se torna mais poderoso, Ida enfrenta crescentes dificuldades para se aproximar dele. Benito parte para a guerra e quando volta afasta-se definitivamente de Ida. Benito Mussolini vai rapidamente chegar ao poder em Itália e tomar medidas drásticas para que Ida não o prejudique. Entretanto, a jovem mãe continua a explicar ao filho – para quem escolheu o nome de Benito Albino Mussolini – quem é o seu verdadeiro pai, e escreve a Mussolini, ao Papa, ao rei e a todas as personalidades que lhe ocorrem para tentar obter o reconhecimento do seu casamento com aquele que entretanto é apelidado de Il Duce. O filme do realizador Marco Bellocchio penetra então quase exclusivamente no mundo de Ida Dalser. Depois de Benito a abandonar, as únicas imagens de Mussolini são excertos de filmagens da época. Bellocchio usa e abusa desses momentos que misturam velhos documentários a preto e branco e “slogans” fascistas da época do Duce. E quanto mais o ditador se torna poderoso, mais o mundo de Ida se complica, se fecha e ela começa a mostrar sinais evidentes de obsessão e mesmo de loucura. A tensão é de tal forma evidente que o espectador adivinha (sem precisar de se socorrer do volume dedicado ao século XX da História de Itália) que as coisas vão correr mal para Ida, mas também para a Itália. Afinal, a obsessão de Ida por Mussolini é apenas comparável à obsessão de poder que move o ditador. Contudo, a centralização do filme na personagem de Ida acaba por diminuir a mensagem política. Ida é mais uma das muitas mulheres que estão fechadas no hospital psiquiátrico, apenas porque um homem recusou corresponder o seu amor. Marco Bellocchio acaba por “esquecer” o ditador e aquilo que Mussolini fazia ao país ao concentrar-se apenas nos destinos de Ida Dalser e do seu filho. E conhecendo o trabalho e as ideias de Marco Bellocchio, custa a crer que fosse só isso que ele pretendia mostrar.
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