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Zama

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Drama 115 min 2017 M/14 03/05/2018 EUA, Líbano, POR, ESP, BRA, ARG, MEX, FRA

Título Original

Zama

Sinopse

Final do século XVIII. Don Diego de Zama é um oficial da coroa espanhola enviado para a cidade de Assunção, no Paraguai, para cobrir um posto fronteiriço. Os anos vão passando e ele sem realizar o seu maior objectivo: ser transferido novamente para Buenos Aires (Argentina), onde espera poder regressar para a família. Farto de esperar por uma oportunidade que teima em não chegar, junta-se a um grupo de homens cuja missão é capturar um criminoso...
Estreado mundialmente no Festival de Veneza – onde foi exibido fora de competição –, um filme de aventura com assinatura da realizadora argentina Lucrecia Martel ("O Pântano", "A Rapariga Santa", "A Mulher Sem Cabeça") que se baseia no romance homónimo escrito, em 1956, por Antonio di Benedetto. Com o português Rui Poças – cujo nome está associado, enquanto director de fotografia, às imagens de filmes de cineastas de relevo como Fernando Lopes, Catarina Ruivo, Jorge Silva Melo, João Mário Grilo, Margarida Gil, Miguel Gomes ou João Pedro Rodrigues –, "Zama", é uma co-produção entre Argentina, Brasil, Espanha, França, México, Estados Unidos, Holanda e Portugal (representado pela produtora e distribuidora O Som e a Fúria). O elenco inclui nomes como Daniel Giménez Cacho, Lola Dueñas, Matheus Nachtergaele ou Juan Minujín. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

O colonialismo desmembrado

Luís Miguel Oliveira

Como nos precedentes filmes de Martel, tudo se passa um nível “teórico”. O filme, esse, nunca arrisca o desmembramento, nunca perde o controlo sobre a sua racionalidade.

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Críticas dos leitores

Abominável

Júlio Pinto

Há muito que não via nada tão mau. Saímos da sala a meio do filme. Eventualmente suportável por gente pretensamente superinteligente (vidé pauloB).
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Muito Bom

Paulo B

Este filme não é como os outros, com narrativas lineares, que contam histórias facilmente entendidas pelos espetadores. Há no filme dois momentos que explicam o seu sentido: no início, quando se faz uma metáfora com uma espécie de peixe do rio Paraguai, cuja existência se resume a nadar contra a maré; e no fim, quando a personagem principal (sem querer revelar a final da história), Diego de Zama, diz: “Faço por vocês, aquilo que nunca ninguém fez por mim - estou a desenganar-vos!”. A história resume-se à vida de um funcionário da coroa Espanhola, em missão de trabalho, desterrado num “fim do mundo”, algures nas margens do rio Paraguai – um homem, que tal como os peixes do rio, luta contra a maré, neste caso, dividido entre o dever de lealdade à coroa de Espanha e a vontade tremenda de sair desse posto, que o vai consumindo e desgastando das mais diversas formas. Uma analogia que poderia ser feita atualmente com muitos trabalhadores. <br />O Juiz Diego de Zama vai-se deparando com situações mesquinhas, insignificantes, próprias de um fim do mundo, onde cada um tenta sobreviver à sua maneira. Está sozinho, ele próprio incompreendido pelos outros. O filme contextualiza o que terá sido a colonização e a vida dos primeiros colonos nesta região da América do Sul: algures entre o Brasil, o Paraguai e a Argentina – o isolamento, as relações e mesquinhices de uma comunidade pequena e fechada, a violência física e psicológica entre os membros da comunidade dominante: brancos, descendentes de colonos espanhóis e funcionários da coroa; os indígenas, cuja cultura e hábitos ainda não foram totalmente destruídos pelos conquistadores, e os escravos africanos. <br />O filme remete para uma obra de culto do cinema Brasileiro dos anos setenta, o famoso “Como era gostoso o meu Francês”, sem a mensagem do “Paraíso Perdido” que, para quem conhece o filme, se acaba por revelar extremamente irónica. Mostra o lado claustrofóbico e angustiante da colonização sul americana. Talvez no fim da história o protagonista encontre a redenção, mas o espetador fica sem saber porque o filme termina aí. Transmite uma sensação de opressão, isolamento e incompreensão e, ao mesmo tempo, entre essa opressão e mesquinhez, surgem imagens de uma natureza magnífica e imponente, onde a humanidade se move, registada em magníficos enquadramentos de câmara. Há que memorizar o nome da realizadora: Lucrecia Martel e do Filme: Zama. Há poucos filmes assim, talvez venha a ser outra obra de culto. Só o tempo dirá.
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Chato e confuso

Ru

Um filme longo, arrastado, chato e muito confuso. Não percam o vosso tempo.
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3 estrelas

José Miguel Costa

O filme "Zama" da realizadora Lucrécia Martel é um autoral e introspectivo drama histórico (co-produzido entre Argentina, Brasil, Espanha, França, México, EUA e Portugal), cuja "acção" decorre, no final do século XVIII, na fronteira do Paraguai, tendo por base o processo de progressiva decadência de Don Diego de Zama, um mesquinho e patético burocrata sob as ordens da coroa espanhola, que ocupa um cargo de relativa autoridade mas de uma total ineficácia/inacção e sem qualquer consequência prática (o que não o impele de tentar exibir "comportamentos de grandeza", independentemente de ser menosprezado/gozado até pelas classes sociais mais baixas e indígenas), que possui por objectivo primordial ser transferido para o seu país natal (oportunidade que vê esvair-se-lhe entre as mãos ao longo dos anos). <br /> Apesar do género cinematográfico em que (alegadamente) se insere, a obra em questão, ao contrário do expectável, apenas se revela minimamente descritiva e realista (inclusive, o realismo mágico prespassa-a do princípio ao fim, constituindo-se como uma alegoria aos exageros do passado colonial de nuestros hermanos - pelo que atrevo-me a afirmar que estamos perante um "quase anti-filme de época" impregnado de um elaborado/lírico humor absurdo). <br /> <br />Zama não é de todo uma película de "fácil digestão", na medida em que o distânciamento emocional dos seus personagens, bem como os longos planos sequência ao serviço de uma narrativa (algo "vazia de conteúdo concreto") não linear/difusa (que "usa e abusa" de elipses nunca explicadas) de ritmo lento, tornam-na aborrecida. No entanto, à medida que a paciente "construção vai sendo edificada" este sentimento inicial foi-me gradualmente abandonando (até "cair-me, em definitivo, no goto"), graças ao exotismo e surrealismo que se instala de "pedra e cal" e também muito por "culpa" da soberba fotografia do português Rui Poças.
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