Um Outro Mundo
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Philippe Lemesle atravessa um período particularmente terrível da sua vida. Director de uma multinacional, vê-se pressionado para despedir 58 trabalhadores. Apesar da sua posição delicada, faz o que pode para proteger os seus funcionários, tentando encontrar outros modos de economizar sem pôr em causa os empregos. Mas toda a dedicação à empresa, especialmente a pressão destes últimos meses, causou um grande afastamento da mulher, que lhe pediu o divórcio, e do filho instável de ambos.
Com argumento e realização de Stéphane Brizé ("Entre Adultes", "Quelques Heures de Printemps", “Em Guerra” ou “A Lei do Mercado”), um filme dramático que fala sobre a pressão do trabalho na vida pessoal e da necessidade de priorização. O elenco conta com a participação de Vincent Lindon (também protagonista de “A Lei do Mercado”), Sandrine Kiberlain, Anthony Bajon, Marie Drucker e Guillaume Draux. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Da vida dos extraterrestes modernos (e liberais)
De que mundo aqui se fala? Dos gabinetes de empresa que são como cápsulas espaciais, sem ligação a mais nada a não ser à sua própria entropia.
Ler maisCríticas dos leitores
A culpa é dos políticos
António
O título é claro. Muitos políticos têm como missão o poder, não as pessoas. Não adianta um bom patrão com sentimentos, ou trabalhadores dedicados.
A culpa não é do mercado, como alguns tentam fazer crer, mas sim dos que o distorcem, os políticos e os ditos ativistas sociais.
Sem o mercado ainda andaríamos à luz das velas...
Um outro mundo
Manuela
Filme a não perder! Retrata as relações do trabalho atuais, a incapacidade dos políticos, a cegueira dos sindicatos, a falta de valores da sociedade e a ganância e ausência de escrúpulos dos grupos económicos.
4 estrelas
José Miguel Costa
O cineasta francês Stéphane Brizé, após o magnífico "A Lei do Mercado" (2015) e "Em Guerra" (2018), volta a bater forte e feio na mesma tecla de sempre no seu novo filme ("Um Outro Mundo"), ou seja, no impiedoso canibalismo do capitalismo neoliberal (que apenas parece ter por missão engordar os lucros estratosféricos dos accionistas) levado a cabo contra as cada vez mais precárias estruturas laborais (com a estafada desculpa de "o Mercado - esse novo deus omnipresente - assim o exige!").
E claro que o "combatente da linha da frente" não poderia deixar de ser o seu actor fetiche, Vincent Lindon.
Vincent Lindon, que anteriormente encarnou, respectivamente, os papéis de desempregado de longa duração e operário fabril sindicalista, desta vez encontra-se do outro lado da barricada, enquanto director, ao serviço de uma grande multinacional financeiramente robusta, com a missão de desenhar um plano estratégico para reduzir 10% dos trabalhadores da sua empresa (que já apresenta défice de mão de obra, decorrente da anterior reestruturação, ocorrida há dois anos).
A braços com uma crise familiar (divórcio em curso e o burnout do filho, consequência de anos dedicados quase em exclusivo à sua árdua actividade profissional em detrimento do acompanhamento/convívio com os entes queridos), vê-se, deste modo, ainda colocado "entre a espada e a parede" a nível laboral.
Se por um lado é percepcionado como "lobo mau" pelos trabalhadores, na perspectiva do CEO não passa de "um cordeirinho" que não cumpre a sua função com eficácia por deixar-se manipular emocionalmente pelos seus subordinados (o que coloca o seu próprio emprego em risco).
Portanto, Brizé a mostrar-nos, de forma quase romanceada (ao humanizar o aparente vilão - esperemos que espécimes desta estirpe ainda existam na vida real), que a instabilidade/pressão laboral é transversal às várias hierarquias duma organização.
Não haja ilusão, apenas levas palmadinhas nas costas (ou vá, com sorte talvez até te coloquem uns bons trocos no bolso) enquanto fores um robot acrítico e lucrativo, quando tal deixar de acontecer serás descartado no imediato (sem que valorizem o teu desempenho passado e/ou considerem os teus eventuais problemas actuais). Afinal, colaboradores há muitos, seus palermas!
4 estrelas
José Miguel Costa
O cineasta francês Stéphane Brizé, após o magnífico "A Lei do Mercado" (2015) e "Em Guerra" (2018), volta a bater forte e feio na mesma tecla de sempre no seu novo filme ("Um Outro Mundo"), ou seja, no impiedoso canibalismo do capitalismo neoliberal (que apenas parece ter por missão engordar os lucros estratosféricos dos accionistas) levado a cabo contra as cada vez mais precárias estruturas laborais (com a estafada desculpa de "o Mercado - esse novo deus omnipresente - assim o exige!").
E claro que o "combatente da linha da frente" não poderia deixar de ser o seu actor fetiche, Vincent Lindon.
Vincent Lindon, que anteriormente encarnou, respectivamente, os papéis de desempregado de longa duração e operário fabril sindicalista, desta vez encontra-se do outro lado da barricada, enquanto director, ao serviço de uma grande multinacional financeiramente robusta, com a missão de desenhar um plano estratégico para reduzir 10% dos trabalhadores da sua empresa (que já apresenta défice de mão de obra, decorrente da anterior reestruturação, ocorrida há dois anos).
A braços com uma crise familiar (divórcio em curso e o burnout do filho, consequência de anos dedicados quase em exclusivo à sua árdua actividade profissional em detrimento do acompanhamento/convívio com os entes queridos), vê-se, deste modo, ainda colocado "entre a espada e a parede" a nível laboral.
Se por um lado é percepcionado como "lobo mau" pelos trabalhadores, na perspectiva do CEO não passa de "um cordeirinho" que não cumpre a sua função com eficácia por deixar-se manipular emocionalmente pelos seus subordinados (o que coloca o seu próprio emprego em risco).
Portanto, Brizé a mostrar-nos, de forma quase romanceada (ao humanizar o aparente vilão - esperemos que espécimes desta estirpe ainda existam na vida real), que a instabilidade/pressão laboral é transversal às várias hierarquias duma organização.
Não haja ilusão, apenas levas palmadinhas nas costas (ou vá, com sorte talvez até te coloquem uns bons trocos no bolso) enquanto fores um robot acrítico e lucrativo, quando tal deixar de acontecer serás descartado no imediato (sem que valorizem o teu desempenho passado e/ou considerem os teus eventuais problemas actuais). Afinal, colaboradores há muitos, seus palermas!
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