//

Em Guerra

Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Drama 113 min 2018 M/12 01/11/2018 FRA

Título Original

En Guerre

Sinopse

<div>Sem razões que o justifiquem, uma vez que o ano anterior se tinha revelado bastante lucrativo, a administração da Perrin Industrie decide fechar portas em França e reabri-las na Roménia, onde os salários são substancialmente mais baixos. Desesperados, os 1100 trabalhadores decidem fazer o possível para manter os seus empregos. A liderá-los está Laurent Amédéo, um homem reivindicativo e sem nada a perder…</div><div>Com passagem na competição no Festival de Cinema de Cannes, este é um filme dramático sobre a injustiça e precariedade no trabalho que conta com assinatura de Stéphane Brizé ("Mademoiselle Chambon", "A Lei do Mercado", “A Vida de Uma Mulher”). O argumento é da autoria de Brizé, de Ralph Blindauer e de Olivier Gorce; o elenco conta com o veterano Vincent Lindon (na sua quarta colaboração com Brizé), Mélanie Rover, Jacques Borderie, Davi d Rey e Olivier Lemaire, entre outros. PÚBLICO</div>

Críticas dos leitores

A LUTA CONTÍNUA

Raul Gomes

Manifesto magnífico, e de antologia da luta laboral, capital/emprego. Manual extremamente bem elaborado, e melhor filmado/realizado, que nos coloca no centro da disputa, sem maniqueismos, mostrando-nos os vários lados da disputa, a manipulação do capital, que faz criar a divisão entre os grevistas, ao mesmo tempo que protela, dissimula e engana com declarações falsas de apoio e compreensão dos problemas, quando o que querem é ganhar tempo e permitir o desgaste e a desunião dos trabalhadores. O capital decide quanto quer receber de dividendos, e a sua actuação é no sentido de arrasar tudo e todos para concretizar os seus objectivos. Diálogos fabulosos, intensos, cruéis, deixam-nos hipnotizados pelo que se passa no ecran, que muitas vezes nos esquecemos que estamos a ver um filme, tal a intensidade das interpretações e a magistral handicam com que é filmado grande parte do filme. Um filme antológico, que poderá servir de manual em situações similares. Magnífico.
Continuar a ler

4 estrelas

José Miguel Costa

É com uma citação de Brechet “QUEM LUTA PODE PERDER, MAS QUEM NÃO LUTA JÁ PERDEU” que o realizador Stéphane Brizé (conjuntamente com o seu “companheiro de armas”/actor fetiche, Vincent Lindon) inicia as hostilidades no seu mais recente filme, “Em Guerra” (titulo metaforicamente apropriado). Um drama (ultra) realista, com linguagem tipicamente documental (que imprime a sensação de ter sido filmado em directo e sem cortes de edição), intenso e de ritmo acelerado sobre um conflito laboral que opõe 1100 funcionários de uma fábrica de componentes de automóveis duma pequena cidade francesa (que se veem confrontados com a ameaça de despedimento coletivo) à empresa-mãe (uma multinacional alemã), que decidiu unilateralmente deslocalizar a produção para a Roménia, apesar de não apresentar prejuízos (e de existir um acordo prévio assinado entre esta e os sindicatos, que implicou um decréscimo das regalias auferidas pelos funcionários com a condição da continuidade da laboração por um período mínimo de 5 anos). <br /><br /> Este (quase) manifesto cinematográfico sobre a aguerrida luta (dos tempos modernos) em defesa dos direitos laborais anteriormente adquiridos (e cada vez mais ameaçados por políticas neoliberais alegadamente impostas pelas “leis dos mercados”) revela-se algo claustrofóbico e “mexe-nos com os nervos” (tal a “entropia emocional das vitimas” que nos é impingida), graças à (excelente) opção por filmagem com uma câmara de mão (“imparável”) que jamais deixa de “bombardear-nos” com grandes planos dos rostos dos seus “lutadores” (como que proibindo-nos de perder qualquer expressão de sofrimento, desilusão, desespero, raiva … – e esta talvez seja a sua grande mais valia enquanto obra, a par da excelente/emotiva performance do Vicent Lindon que encarna com “alma” o papel de incansável sindicalista que lidera o grupo de pressão). <br /><br /> No entanto, apesar de tratar-se de uma pelicula com uma indisfarçável carga ideológica, o realizador, não apresenta uma visão simplista e/ou maniqueísta do “trabalhador versus patronato”, fazendo, inclusive, um esforço por explanar as diferentes perspectivas da problemática em análise, nomeadamente, as fraquezas/egoísmos que se vão implantando e consequentemente agudizando as divisões no seio do grupo de pressão (minando as tentativas de negociação dos sindicatos – que também lutam entre si por questões de protagonismo – quer com a administração – que aproveita estrategicamente estas desavenças em proveito próprio - quer com as forças politicas que a determinado momento entram em acção, fruto de mediatismo que a luta assumiu junto dos meios de comunicação social/opinião pública).
Continuar a ler

Envie-nos a sua crítica

Preencha todos os dados

Submissão feita com sucesso!