Temos aqui um problema, eu diria mesmo uma quantidade de problemas. Desde logo, o facto de o filme ser apenas um remake de um êxito sueco de 2015, que foi mesmo candidato a dois Óscares da Academia, um deles o do Melhor Filme Estrangeiro. Depois a quantidade de papel made in "piegas country" que envolve o embrulho. Mais uns pozinhos de "wokismo" e a rematar uma fita fedendo ao mainstream do "puxa a lágrima". Imaginem vocês que tudo isto acaba por resultar num excelente filme. Então deste problema, resulta um axioma que se traduz na evidência de que a soma de fatores negativos pode resultar num concreto bastante positivo. E, se virarmos o filme do avesso, compreendemos que foi a genialidade de um Tom Hanks, a mestria de montagem e direção de um Marc Forster e a competência de outros desempenhos que conseguiram dar a cambalhota matemática. Todos os dias, bem cedo, Otto encara a tristeza. Um dia, a tristeza invade, bem cedo, os que tornaram a fazer Otto sorrir.

Uma personagem a fazer lembrar o Dr. Gregory House mas sem o humor cínico e corrosivo deste. Trata-se da estória de um homem que tenta morrer e dos vizinhos que não o deixam. O mesmo homem impaciente com esses mesmos vizinhos e que não esconde a irritação mas que quando precisam está lá. Um bom exercício para perceber que o anti-social de certas pessoas não é mais que uma forma de se protegerem a si mesmos e que viver em sociedade também tem os seus benefícios. Pelo meio critica uma nova geração que ao invés de agir, ajudar e fazer a diferença preocupa-se em filmar/fotografar para expor em redes sociais. Muito bons desempenhos dos atores e realização tranquila, sem inventar.

Hanks a dar corpo em brilhante desempenho interpretativo, muito bem secundado pelos personagens que envolvem Mr. Otto. Filme lamechas? Diria antes: uma grande e luminosa tarde de cinema!

Um filme excelente, um bom argumento e um fantástico desempenho de Tom Hanks.

Fui ver este filme porque gosto de ver actuar Tom Hanks e porque achei o argumento potencialmente interessante Gostei do filme, é um filme que se vê bem. Tem uma boa interpretação do Tom Hanks que só por si carrega o filme às costas, o argumento mostrou-se original, interessante, chamando a atenção para problemas da vida em sociedade. Estamos perante um bom filme. Numa escala de 0 a 20 valores, dou 16 valores a este filme.

Adorei o trailer e ainda nem vi o filme, parece que vou gostar de ver.