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The House That Jack Built - A Casa de Jack

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Drama, Thriller, Terror 155 min 2018 M/18 03/01/2019

Título Original

The House That Jack Built

Sinopse

<p style="line-height: 1.38; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt" dir="ltr">Jack é um homem norte-americano altamente inteligente que, nos anos 1970, decide canalizar o seu intelecto para o assassínio em série. Ao longo de 12 anos, este filme de Lars Von Trier mostra-nos a perspectiva do próprio homicida sobre os seus crimes, que considera obras de arte. </p><p style="line-height: 1.38; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt" dir="ltr">Um filme provocador do dinamarquês Lars von Trier, o responsável por "Dancer in the Dark" ou "Ondas de Paixão", com Matt Dillon à frente de um elenco composto por nomes como Bruno Ganz, Uma Thurman, Riley Keough ou Jeremy Davies. PÚBLICO</p>

Críticas Ípsilon

A morte do artista

Luís Miguel Oliveira

O paradoxo de The House that Jack Built é que a busca de “realismo” traz apenas maior falsidade. A misantropia de von Trier coloca-se entre as personagens e o espectador.

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Críticas dos leitores

5 estrelas

José Miguel Costa

A esquizofrenia do controverso realizador Lars Von Trier, felizmente para nós, manifesta-se sob a forma de arte (invariavelmente crua, brutal e visceral - amada ou odiada com igual intensidade, por ambos os lados da barricada), e o seu novo "surto psicótico" (The House That Jack Built) está aí para comprová-lo. <br /> <br />A narrativa sinistra/sombria e (explicitamente) violenta que é, em simultâneo, trespassada por um delicioso humor ultra-sádico e grotesco, tem sob pano de fundo todo um (algo forçado) enquadramento filosófico (quase roçando o exagero, tal é a saturação de citações de filósofos e artistas clássicos, com o objectivo único de reforçar as suas "premissas teóricas base" de que homicídio é uma forma de arte e que os artistas apenas o transfiguram nas suas obras, das mais diversas formas e/ou metaforicamente, exclusivamente para expiar a sua falta de coragem para concretizar o acto libertador de matar outrém). <br /> <br />Divide-se em cinco actos, que relatam episódios aleatórios de assassinatos, ocorridos na década de 1970, que servem o propósito de "definir" a personalidade e o modus operandi do protagonista (que os narra/comenta pessoalmente em voz off enquanto efectua sua última caminhada rumo ao inferno - literalmente), um descuidado e pouco metódico serial killer (encarnado por um genial Matt Dillon frio, magnético e desconcertantemente engraçado). <br /> Esta personagem central (que Lars Von Trier utiliza como uma espécie de alter ego) é um assentimental e amoral engenheiro solitário que manifesta um transtorno obsessivo-compulsivo relacionado com as limpezas e carrega sobre os ombros a frustração de, apesar da sua qualificação, não possuir a mestria suficiente para sequer construir a sua própria casa. Vicissitudes essas que apenas consegue sublimar (menorizando temporariamente as suas angústias) quando mata - por norma, mulheres - e transforma as suas vítimas em arte post mortem, que imortaliza através dos seus registos fotográficos. E quiçá, desse modo, tente alcançar o ambicionado reconhecimento artístico (motivo pelo qual, inconscientemente, tudo faz para ser apanhado pelas autoridades policiais - tarefa que se revela, todavia, inatingível no imediato, tal é o seu "azar"). <br /> <br />Portanto, o dinamarquês terrible continua a tentar "estontear-nos", tanto com os seus conteúdos "politicamente nada correctos" (e, inclusive, a "bater - provocatoriamente - na mesma tecla" que levou a que fosse considerado persona non grata em Cannes) como pelo frenezim da câmara de filmar (quase sempre à mão). E ainda bem! ... Moral da história? Não lhe dêem os comprimidos!
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O Inferno segundo Lars Von Trier

J.F.Vieira Pinto

O espetador vai aceitando os sucessivos crimes, com diferentes formas de violência, até que, ao minuto 65 - mais coisa menos coisa - , o caso muda de figura ou seja: intolerável o excessivo toque de malvadez com o qual Jack o “serial-killer” e arquiteto falhado, “executa” as duas crianças e, posteriormente, a mãe... <br />Altura para equacionar se valerá a pena, o espetador, “auto-flagelar-se”, continuando na sala a ver as “obras-de-arte” que Jack (Matt Dillon, sublime), vai executando. Este “The House That Jack Built – A Casa de Jack”, promete que muitas pessoas desistam de o continuar a visualizar a partir desse momento. <br />Se até então, ficamos hipnotizados com a fabulosa realização de Lars Von Trier, onde a voz-off de Bruno Ganz, completa o plano fotográfico, maquiavelicamente perfeito, Lars Von Trier, “excede-se”, mesmo para o espetador habituado aos filmes de Tarantino (Quentin), sim, esse mestre do horror contemporâneo... <br />Cinema de excessos, para alguns; glorificação da violência outros tantos – já ouvimos isto em relação a Quentin Tarantino -, mas, tente o espetador “abstrair-se” e entre na mente (híper perversa) do “Sr Fabuloso” e veja com que facilidade se pode cometer crimes (quase) perfeitos. De nada serve contar o número de incidências - creio ter contado cinco mais o epílogo -, porque o número de mortes é infinitamente maior. Estamos perante mais um filme de Lars Von Trier, o “Provocador”. Convém lembrar que não foi ele que inventou o cinema de violência extrema. Basta rever “Saló ou Os 120 Dias de Sodoma” de Pier Paolo Pasolin (1975), para a confirmação que o cinema de violência “politicamente incorreta” já vem de (muito) longe, pelo menos o cinema dito de autor. (***)
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