Quatro Noites com Anna

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Thriller, Drama 87 min 2008 M/12 27/11/2008 POL, FRA

Título Original

Cztery Noce z Anna

Sinopse

Numa pequena cidade polaca, Léon vive uma estranha obsessão. Tendo testemunhado uma brutal violação contra Anna, uma jovem enfermeira que trabalha no mesmo hospital que ele, Léon passa o tempo a espiá-la. Segue-a dia e noite. Até que, uma noite, acaba por se esgueirar para dentro de casa de Anna. Observa-a enquanto dorme, deixa-se impregnar pelo seu universo e aos poucos começa a alterar a sua existência. Arranja um relógio, cose um botão, deita fora comida estragada. Mas, até onde irá a sua louca obsessão? <br/> "Quatro Noites com Anna" marca o regresso ao cinema de Jerzy Skolimowski, um dos maiores cineastas polacos, que não filmava há quase 20 anos, tempo durante o qual se dedicou sobretudo à pintura, apesar das recentes aparições como actor em filmes de Tim Burton, Julian Schnabel e David Cronenberg. Argumentista de Roman Polanski (para quem escreveu "A Faca na Água"), actor, boxeur amador, realizador de "Walkover" (1965), "Deep End" (1970), "Moonlighting" (1982), ou "O Navio Farol" (1986), Skolimowski, um dos nomes da renovação do cinema polaco, foi escolhido com este filme para abrir a Quinzena dos Realizadores em Cannes em 2008.<p/>PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Magnífica obsessão

Vasco Câmara

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Quatro Noites Com Anna

Luís Miguel Oliveira

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Quatro Noites com Anna

Mário Jorge Torres

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Críticas dos leitores

Humano...demasiado humano!

M. Filipe Moreira

Apesar de não considerar este filme uma obra-prima, considero que foi um dos melhores filmes que vi ultimamente. Não me deixou indiferente a inocência ou "infantilidade" de como Okrasa tenta aproximar-se do seu objecto de amor e desejo que aos poucos se transforma num objecto que lhe provoca sofrimento psicológico. Não deixa de ser um filme comovente que pouco necessita de diálogos para se perceber a história das personagens que se movem em espaços cinzentos e paisagens bucólicas, num jogo de um amor impossível (?). Creio que o espectador não sai indiferente do filme acabando, como é o meu caso, por simpatizar com Okrasa. No fundo, um filme humano.... Demasiado humano.
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Um filme extraordinário!!!

Sandra Fernandes Dinis

Um relato de amor, de um amor estranhamente sentido e vivido. Um amor solitário, obsessivo, ao mesmo tempo infantil e perigoso. Estranhamente arrebatador para o personagem (Okrasa), um homem que trabalha num crematório, cuja única companhia são os corpos com que lida e a sua avó por quem nutre uma ligação de amor, protecção e dedicação de toda uma vida. Uma vida simples, demasiado simples, habitada por uma solidão sempre presente e enfatizada por uma timidez criada pelas próprias circunstâncias. A sua solidão torna-se insuportável no dia em que a avó morre. Acaba por combate-la com o estranho amor que passa a sentir por Anna. O personagem presencia a violação de Anna e incapaz de lhe prestar auxílio vê-se, no entanto, na obrigação de participar a ocorrência à polícia, que acaba por o julgar como o culpado do crime do qual não foi autor. Sente-se responsável por ela e a sua vida passa a ganhar sentido por ela. Anna traduz a sua liberdade interior. Já em liberdade física, descobre que Anna é uma enfermeira que vive num dos anexos do Hospital onde trabalha e que esse anexo que habita fica a apenas alguns metros de distância das traseiras de sua casa. A partir desta incrível descoberta o personagem passa a espiá-la e a visitá-la à noite, entrando furtivamente pela janela do seu quarto, enquanto Anna dorme profundamente. A história é simples, praticamente isenta de quaisquer diálogos. O silêncio das palavras, longe de ser demasiado surdo, enfadonho, cansativo, pretensioso, dá antes lugar a que os sentimentos falem por si da forma mais emotiva e apaixonante. É nessa medida que um filme se pode tornar extraordinário, na sua simplicidade e beleza com que nos conta a sua história. A sequência e o encadeamento de imagens revelam-nos uma história solitária (duas personagens sozinhas, demasiado sozinhas) e simultaneamente doce. Um retrato de amor a que não estamos habituados, porque escapa a qualquer tentativa de entendimento e, por isso, sente-se medo na presença do que nos é estranho. Um amor maior e por isso obsessivo, pela sua incompreensão. A história arrebata-nos pela pureza dos sentimentos, pela beleza dos actos, que se fundem num misto de inocência. O personagem passa a cuidar de Anna, sem que ela o saiba. E o amor o que é senão cuidar do outro, querer cuidar do outro, nas mais simples formas sensitivas de carinho? O que é senão o amor a união da loucura e da sabedoria? Longe de se querer revelar, este é um amor que se esconde, que se alimenta pela presença do outro, pelo respirar do outro, pela energia do outro. Um amor gratuito, mas completamente incompreensível ao julgamento dos outros. No entanto, é também esse mistério dos sentimentos que levam Anna, ainda que irracionalmente acometida por uma consciência dos factos, a ilibar Okrasa. Ainda que atentada novamente na sua intimidade, Anna perdoa, porque não o pode deixar de fazer. Na sua compaixão ela reconhece a verdade e a inocência de Okrasa, ainda que não saiba lidar com isso. Mas em liberdade, Okrasa acaba por descobrir que a verdadeira prisão é estar perante a incontornável privação de poder “ver” Anna. E o desfecho é magistralmente bem conseguido na simbologia do muro. Um muro que o cega e pela segunda vez vemos Okrasa desesperado. Um filme poético, onde o personagem é seduzido e embriagado pela energia espiritual do amor. Onde nada é mais contrário ao amor do que a ideia de apropriação. Onde o amor, ainda que nos tornando reféns é o caminho para a mais perfeita liberdade. O amor aqui retratado ganha a forma do encontro do sagrado (Anna) e do profano (Osakra). Um amor espiritual que tem medo de se degradar no contacto carnal. Neste filme o nosso julgamento moral mede forças com a vertigem e o mistério do amor. É um filme que nos revela e nos faz reconhecer os limites da razão. Também não é por acaso que este filme é praticamente mudo. As palavras estariam sempre a mais. Levariam à degradação e dissolução da sua própria mensagem.
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Viagens ao passado no presente

Luís Moreita

Tinha expectativas relativamente altas em relação a este filme. Como comum dos mortais, deixo-me influenciar pela chamada crítica. Muito bem classificado, abriu-me o apetite em "saboreá-lo" com os olhos. E, aí é que está a questão central; devorei-o com a alma. O cinza, o preto e o branco da neve, penetraram-me a mente num ápice. Vi um homem solitário, com sede de amar até à exaustão. Um homem reflexo de uma sociedade inoportuna. Um amor tão platónico e arrebatador mesmo sem existirem duas partes activas na questão. Emocionou-me ver que gostava de me inspirar nos sentimentos tão belos de alguém assim, tal e qual como os de Léon. A ternura com que prega o botão, a forma como dança em homenagem a um amor que lhe custou anos de vida. Sem nada a exigir, apenas que o "acariciar disfarçado" existisse por mais algum tempo. No final, um final simplesmente cruel e intenso! O muro que ali surge, é uma metáfora para todos os que sonham sem saberem como deixar de o fazer. Porque há magia na simplicidade de Léon. Valeu a pena! :)
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Enfadonho é pouco!

Sergio J.

Não percebo estes críticos... A única explicação que encontro para estas notas é o facto deles se sentirem como o personagem principal se sente, ou seja, sozinhos... A história é ridícula e o filme dá quase para adormecer de tão enfadonho que é.
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A crítica ao crítico

Liber Matteucci

Acabo de ler o que diz o Luis Miguel de Oliveira, do Público, sobre este filme. E acho criminosa a forma como ele conclui o texto, revelando o final, ou melhor, o "muro" final do filme e a frustração que provoca. Ainda que o desenvolvimento da história mereça um olhar, já não poderei ter um dos prazeres básicos de todo espectador, que é ser surpreendido - bem ou mal - pela obra. Perdi a vontade de ver.
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Absolutamente chato

Luís Coelho

Dentro dos filmes que podemos considerar como "intelectuais" há um grande conjunto de filmes que podemos ver como "negros", no sentido de uma negritude narrativa, de uma lentidão de acontecimentos verdadeiramente insuportável. Este filme tem boas intenções, possui uma ideia ou até mesmo apologética consubstanciada em diferentes matizes, mas é, na realidade, um filme excelente para quem sofre de insónias. Com carradas de cafeína no corpo não deixei de adormecer, até que caí na realidade e saí da sala.
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