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EO

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Drama 86 min 2022 M/12 16/02/2023 POL, ITA

Título Original

EO

Sinopse

Inspirado pelo filme “Peregrinação Exemplar”, realizado em 1966 por Robert Bresson, Jerzy Skolimowski constrói uma história terna em estilo “road movie” onde o espectador perpecciona o mundo através dos olhos do sonhador EO, um burro nascido num circo. Praticamente sem diálogos, vamos conhecendo as suas alegrias e tristezas mais profundas. Estreado no Festival de Cannes, onde recebeu o Prémio do Júri, “EO” foi nomeado para o Óscar de melhor filme internacional, em representação da Polónia. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Eo: adeus à linguagem

Luís Miguel Oliveira

Uma vida de instinto, uma vida que não se pensa nem pensa o sofrimento que lhe é infligido, pulsa com uma força extraordinária.

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Críticas dos leitores

Parábola do comportamento humano

Paulo Barros

Filme muito interessante do mestre Polaco Skolimovsky. Alguém que, de cima dos seus 84 anos, não se inibe de continuar a explorar possibilidades narrativas e novos caminhos no cinema. Através da viagem do burro perdido, Eo, o realizador mostra uma sociedade curiosa, de acontecimentos absurdos, colocando o espetador, através dos olhos do animal, perante a perplexidade do comportamento humano.

O burro, um animal considerado irracional, faz refletir sobre a suposta racionalidade dos humanos. Uma travessia por algumas cidades e paisagens europeias misturando realidade e ficção com ironia e humor. Pelo caminho o realizador parodia futebol, política, discursos vazios.

Não sei se era essa a intenção inicial, não faço ideia se o realizador é vegetariano, se acérrimo defensor dos direitos animais, no entanto o filme acaba por se tornar numa apologia ao respeito pelos animais, contendo uma parábola sobre o comportamento humano, a visão e a postura que se deve ter do mundo.

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Cinema em estado quase puro: 3,5*

Martim Carneiro

Se o cinema é sobretudo contar uma história em imagens, eis que EO corresponde cabalmente a esse desiderato, captando a vida com uma sensibilidade inovadora, ora dura ora comovente. Para ver, também e por vezes, torcido na cadeira...

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3 estrelas

José Miguel Costa

Era uma vez um burrinho chamado EO (onomatopeia para o zurrar) que amava (e era amado) pela jovem humana que contracenava consigo num número de circo. Mas eis que o destino acabará separá-los no dia em que é vendido pelo seu dono. A partir desse momento iremos seguir, em modo "road movie", a jornada solitária do inexpressivo animal de olhos melancólicos, que irá passar de mão em mão (arranjando sempre uma maneira de fugir com a esperança de voltar a reencontrar-se com a sua "amada"). "EO" (do octogenário cineasta polaco Jerzy Skolimowski) é uma obra expressionista e sensorial (vencedora do Prémio do Júri no Festival de Cannes e candidato ao óscar de Mellhor Filme Internacional), pontuada por um humor subtil, que nos mostra o estranho mundo do Homem sob a perspectiva do animal. Dotada de uma história fragmentada (um quase aglomerado de pequenas curtas-metragens protagonizadas por um único personagem) e uma narrativa escassa, agiganta-se pela tensão brutal dos seus planos extravagantes e radicais (saturados de cor), bem como pela sua banda sonora portentosa.

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