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O Vendedor

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Drama, Thriller 125 min 2016 M/12 22/12/2016 Irão, FRA

Título Original

Forushande

Sinopse

<p style="line-height: 1.38; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10pt" dir="ltr"><span></span></p>O iraniano Asghar Farhadi – que trabalha em cinema desde 2002 mas em 2011 prendeu a crítica internacional com "Uma Separação", que conquistou o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro – está de volta com um filme vencedor de dois prémios em Cannes: o de Melhor Argumento, para o próprio realizador, e o de Melhor Actor, para Shahab Hosseini. <br /> "O Vendedor gira" à volta de um casal de actores que são protagonistas de uma produção local da emblemática peça "A Morte de um Caixeiro Viajante", escrita por Arthur Miller em 1949 e premiada com o Pulitzer. A sua vida íntima é virada do avesso quando se mudam para uma casa que terá pertencido a uma prostituta. PÚBLICO<p style="line-height: 1.38; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10pt" dir="ltr"><span></span></p>

Críticas Ípsilon

O Vendedor: uma relativa decepção.

Luís Miguel Oliveira

A fasquia não baixa de determinado patamar, mas é impossível não ver o O Vendedor como uma relativa decepção.

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Dentro de casa

Jorge Mourinha

Mais um inteligentíssimo conto moral sobre o perdão filmado por um cineasta que parece fazê-los com uma perna às costas.

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Críticas dos leitores

Vingança ou perdão?

Pedro Brás Marques

Quando somos confrontados com escolhas difíceis, em que as nossas mais profundas convicções são postas à prova, é nesse preciso momento que enfrentamos o espelho e olhamos para a nossa essência, para a nossa verdadeira natureza. <br />O realizador iraniano Asghar Farhadi tem o dom de, a partir de assuntos relativamente banais, obrigar as personagens e, por arrasto, os espectadores, a tomarem posição sobre o tema em questão. Em “O Vendedor”, a dualidade perdão/vingança alcança níveis de complexidade emocional raramente vistos. Tudo começa com Ranaa e Emad, um casal em que ele é professor, mas ambos têm uma paixão pelo teatro. Estão a ensaiar “A Morte dum Caixeiro Viajante”, de Arthur Miller, quando se vêm forçados a mudar de casa. Um dos actores cede-lhes um seu apartamento, sem lhes contar que a anterior inquilina era uma prostituta. Um dia, Ranaa está a tomar banho quando alguém entra e a agride. Emad veste a pele de detective e acaba por encontrar o culpado, expondo-o à frente de Ranaa. Vingança ou perdão? É que nem tudo é claro, as fronteiras entre o bem e o mal são movediças e é isso mesmo que Emad acaba por perceber… <br />Há quem veja nas obras de Farhadi uma certa repetição, porque há, efectivamente, uma certa reiteração na abordagem das histórias, em que a questão da culpabilidade está sempre presente, usualmente na vida dum casal confrontado com um problema aparentemente insolúvel ou que, a ter solução, o seu desfecho não é exactamente o pretendido. Já foi assim no anterior “O Passado” e no brilhante “Uma Separação”, que lhe deu o primeiro Óscar. Mas as histórias que Asghar Farhadi nos conta vão muito mais longe pois são muito mais ricas. Porque apesar da aliteração temática há todo um mundo de questões, de desafios, de provocações que mudam de filme para filme e que fazem qualquer espectador sair da sala a pensar no que viu, a colocar-se no lugar das personagens e a questionar qual seria a sua própria reacção. <br />Apesar de viver num regime altamente influenciado pela religião, é notável como Ahadi consegue duas coisas extraordinárias. Primeiro, abordar questões como a culpa e o perdão sem ser através da lente da religião. Os problemas das personagens, a forma como procuram soluções, são problemas de qualquer ser humano, em qualquer paralelo ou latitude. E é assim que o realizador iraniano consegue um segundo mérito: apesar de a história se centrar em Teerão e entre iranianos, a sua dimensão moral é universal. <br />Ora, quando uma obra é estimulante a um tal nível, só pode ser Arte.
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Vingança ou perdão?

Pedro Brás Marques

Quando somos confrontados com escolhas difíceis, em que as nossas mais profundas convicções são postas à prova, é nesse preciso momento que enfrentamos o espelho e olhamos para a nossa essência, para a nossa verdadeira natureza. <br />O realizador iraniano Asghar Farhadi tem o dom de, a partir de assuntos relativamente banais, obrigar as personagens e, por arrasto, os espectadores, a tomarem posição sobre o tema em questão. Em “O Vendedor”, a dualidade perdão/vingança alcança níveis de complexidade emocional raramente vistos. Tudo começa com Ranaa e Emad, um casal em que ele é professor, mas ambos têm uma paixão pelo teatro. Estão a ensaiar “A Morte dum Caixeiro Viajante”, de Arthur Miller, quando se vêm forçados a mudar de casa. Um dos actores cede-lhes um seu apartamento, sem lhes contar que a anterior inquilina era uma prostituta. Um dia, Ranaa está a tomar banho quando alguém entra e a agride. Emad veste a pele de detective e acaba por encontrar o culpado, expondo-o à frente de Ranaa. Vingança ou perdão? É que nem tudo é claro, as fronteiras entre o bem e o mal são movediças e é isso mesmo que Emad acaba por perceber… <br />Há quem veja nas obras de Farhadi uma certa repetição, porque há, efectivamente, uma certa reiteração na abordagem das histórias, em que a questão da culpabilidade está sempre presente, usualmente na vida dum casal confrontado com um problema aparentemente insolúvel ou que, a ter solução, o seu desfecho não é exactamente o pretendido. Já foi assim no anterior “O Passado” e no brilhante “Uma Separação”, que lhe deu o primeiro Óscar. Mas as histórias que Asghar Farhadi nos conta vão muito mais longe pois são muito mais ricas. Porque apesar da aliteração temática há todo um mundo de questões, de desafios, de provocações que mudam de filme para filme e que fazem qualquer espectador sair da sala a pensar no que viu, a colocar-se no lugar das personagens e a questionar qual seria a sua própria reacção. <br />Apesar de viver num regime altamente influenciado pela religião, é notável como Ahadi consegue duas coisas extraordinárias. Primeiro, abordar questões como a culpa e o perdão sem ser através da lente da religião. Os problemas das personagens, a forma como procuram soluções, são problemas de qualquer ser humano, em qualquer paralelo ou latitude. E é assim que o realizador iraniano consegue um segundo mérito: apesar de a história se centrar em Teerão e entre iranianos, a sua dimensão moral é universal. <br />Ora, quando uma obra é estimulante a um tal nível, só pode ser Arte.
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O vendedor

Maria do Carmo

Argumento original, excelente. Bem retratado o ambiente claustrofóbico na arquitetura do bairro de Teerão, no esconder (impossível) dos outros da verdade e na descoberta do autor da desonra. Magistral o desempenho do ator masculino no ajuste de contas com o criminoso: alguém focado, assertivo, calmo, sem deixar escapatória ao outro que gere muito bem a sua surpresa, indignação e horror. A vingança é um prato que se serve frio e sem gritos, com um auto-controlo magistral. Adorei aquela tensão, feita de muita inteligência emocional. O jovem casal "envelheceu" com o perdão. A vida fez justiça.
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4 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

Depois de nos ter brindado com "A Separação" (2011) e "Passado" (2013), ambas obras de excepção, o iraniano Farhadi retorna aos ecrãs do ocidente com "O Vendedor". <br />Como já é seu apanágio, num estilo neo-realista e algo poético, condede-nos uma visão do Irão contemporâneo (em registo soft, e com mensagens que apenas se lêem nas entrelinhas – possivelmente, para evitar problemas com o "regime" –, lá vai beliscando os costumes de uma sociedade amordaçada pela religião). E socorrendo-se de uma estrutura que também lhe é recorrente (com um argumento que se vai desenrolando lentamente e ganhando intensidade dramática gradualmente, culminando numa "situação climax" tensa – por norma, relacionada com um dilema cultural/moral), coloca-nos perante a dinâmica relacional de um casal após o membro feminino ter sido vitima de uma violação por parte de um estranho. <br />De igual modo, e uma vez mais, o ponto forte da película reside na forma naturalista como os actores interagem entre si para construir uma "história do dia-a-dia" (cuja acção, neste caso, decorre em apenas três sets). <br /> <br />Perante tal descrição, depreende-se que os seus fãs (entre os quais me incluo), por certo, irão ficar agradados, todavia, confesso que achei que este seu novo filme está uns "furinhos abaixo" daqueles que o precederam (ou então, tal sentimento poderá simplesmente advir do facto de já não se constituir como uma "novidade").
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*

Manuela Soares

Não gostei. Sou uma "consumidora" de de tudo o que é cinema iraniano. Só me aconteceu uma outra vez não gostar de um filme. Pena, porque tem bons atores, a história é boa...mas há qualquer coisa na narrativa que não dá.
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