//
Memórias de um Assassino
Título Original
Sarinui chueok
Realizado por
Elenco
Sinopse
Coreia do Sul, 1986. Nos arredores de Seul, um homicida em série (o primeiro do país) começa a deixar um rasto de sangue que se prolongará nos cinco anos seguintes: várias mulheres, de diferentes idades, violadas e assassinadas. Este multipremiado thriller de Bong Joon-ho (Parasitas) gravita sobre o caso, centrando-se nas investigações levadas a cabo por dois detectives. PÚBLICO
Críticas dos leitores
Memórias de assassínio
Fernando Oliveira
“Memórias de assassínio”, realizado por Bong Joon-ho em 2003, conta a história da investigação policial a uma série de assassinatos que ocorreram no final da década de oitenta nos campos e matas perto da cidade de Hwaseong, na província de Gyeonggi. A identidade do assassino nunca será descoberta durante o filme, mas os crimes chocaram o país: o homem nas noites chuvosas pedia para tocarem sempre a mesma música na rádio local, e matava mulheres que encontrava nos caminhos rurais e que vestiam peças de roupa vermelha; imobilizava-as usando a roupa interior das vitimas e violava-as antes de as matar. <br />A visão do corpos das mulheres assassinadas em colisão com a maneira como Bong nos mostra a inépcia do trabalho policial, os seus embaraços, a violência que usa para obrigar a confessar os suspeitos todos eles a roçar a caricatura, dá-nos um retrato cruel de uma sociedade incapaz de lidar com o “mal”. Olhamos para a cena inicial quando o detective Park chega ao local do crime e o que vemos é uma desorganização surreal que tange o burlesco. E depois são as chefias que querem dar uma boa imagem, o policia que vem de Seoul que parece mais competente mas que a impotência leva também à violência. Tudo no trabalho e na vida dos detectives que investigam o caso é uma “queda” para o ridículo. Tudo menos os corpos que vão aparecendo nas noites de chuva. A melancolia encharca o filme. <br />O último assassínio ocorreu em 1991, este filme é de 2003, a identidade do culpado só foi descoberta dezasseis anos depois, há dois anos. <br />Bong mostra-nos tudo isto com uma ironia quase cruel, com uma mestria formal espantosa, e com diálogos extraordinariamente inteligentes. E ele é um daqueles pouco realizadores em quem nós, espectadores, sentimos o enorme prazer que ele tem em contar histórias em filme, como se deve divertir em encenar as cenas, antecipando o a reacção de quem os vê, sem se preocupar com quaisquer limites. Um gosto puro, como uma criança a brincar, de filmar. <br />Um filme genial. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
Continuar a ler
Envie-nos a sua crítica
Submissão feita com sucesso!