Mar Adentro

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Drama 125 min 2004 M/16 24/02/2005 ESP, FRA, ITA

Título Original

Sinopse

Ramón (Javier Bardem) tem tetraplegia e está preso a uma cama há 30 anos. A sua única janela para o mundo é a do seu quarto, perto do mar em que tanto viajou mas também onde teve o acidente que lhe roubou a juventude e a vida. Desde então que Ramón luta pelo direito a pôr termo à vida dignamente, pelo direito à eutanásia.

A chegada de duas mulheres vai alterar a sua existência: Julia é uma advogada que está disposta a apoiar a sua luta a favor da eutanásia, Rosa é uma vizinha que não desiste enquanto não o convencer que viver vale a pena. A personalidade de Ramón acaba por cativar as duas mulheres, que são obrigadas a questionar, como nunca até então, os princípios que regem as suas vidas. E Ramón sabe que é a pessoa que o ama verdadeiramente que o ajudará a realizar a sua última viagem.

Baseado na história verídica do espanhol Ramón Sampedro, este drama foi realizado em 2004 por Alejandro Amenábar ("De Olhos Abertos", "Os Outros", "Enquanto a Guerra Durar"). Para além de ter recebido o Óscar de melhor filme internacional em 2005, no Festival de Cinema de Veneza arrecadou o Prémio do Júri e o de Melhor Actor (Bardem).

Foi ainda nomeado para o Globo de Ouro de melhor filme internacional e para 14 Goyas (os prémios mais importantes do cinema espanhol), vencendo nas categorias de melhor actor (Barden), actriz (Lola Dueñas), actriz revelação (Belén Rueda) e cinematografia (Javier Aguirresarobe). PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Mar Adentro

Vasco Câmara

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De quem é a vida afinal?

Mário Jorge Torres

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Mar Adentro

Luís Miguel Oliveira

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Críticas dos leitores

Sublime

Pedro Sequeira

Há muito que nao via um filme assim. Sublime.
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Verdadeira comoção

Ana

Foi com agradável espanto, e sem qualquer presunção, que me comovi verdadeiramente ao ver debatido de forma fiel e emotiva, mas sem roçar o sentimentalóide, uma temática tão contemporânea que apraz a cada um de nós avaliar e opinar. Houve momentos em que eu mesma, defensora acérrima de uma assistência condigna à morte assistida, desejava e questionava para a personagem um final diferente: viver. Quanto mais não seja serviu e servirá para debater esta problemática da nossa sociedade. Afinal, a ciência prolonga-nos a vida e existência... mas a que preço!
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Obrigatório

Manuela Sousa

Obrigatório para todos os professores do 3º ciclo, porque qualquer um pode leccionar Formação Cívica. O tema do filme prende-se com a eutanásia e permite várias leituras. Aconselhável para o 9º ano.
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Um filme inteligente

Maria Moura Relvas

É um filme inteligente, com algum sentido de humor, drama também, claro, e o cenário e os personagens podiam ser quase portugueses. Gostei de cada minuto do filme e o elenco de actores revelou-se notável. O tema, controverso, dá-nos que pensar sobre a eutanásia, sobre aquilo que a sociedade deve e pode fazer e o contributo de cada um de nós. E não deixarmos para meia-dúzia de deputados, ministros, etc., uma decisão que para qualquer um de nós pode marcar para o resto da vida.
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Comovente

Filomena

Adorei o filme mas fiquei um pouco decepcionada por o actor principal ter acabado com a vida. Realmente, a vida só deve ser acabada quando o Altíssimo quiser. Apesar disso, é um filme muito comovente. Aconselho, vivamente, a pessoas que gostem de ver bons filmes.
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Pontos de vista

José Pereira

Sei que nem todos podemos gostar dos mesmos objectos e agrada-me que assim seja. O contraditório espevita-nos a mente e obriga-nos a pensar mais e diferente sobre um objecto que aparentemente nos dizia tudo. O esgrimir de pontos de vista desperta-nos a lógica e o raciocínio e obriga-nos a pensar diferente. Todos os pontos de vista me parecem válidos quando devidamente sustentáveis e sérios, o que infelizmente não acontece com alguns críticos nacionais. Tratam os filmes como se fosse os seus vizinhos ou colegas de trabalho, fazendo com eles o mesmo tipo de comentários e críticas. Senão vejamos o exemplo do Sr. Luís Miguel Oliveira.<br/><br/>Começa por falar no plural como se fosse representante de uma instituição, dum grupo, ou quem sabe de todos os espectadores de cinema, diz ele "objectamos o embrulho 'romântico'", para além dele quem mais objecta? E romântico porquê? E desde quando Wagner, Mozart e Beethoven são o expoente do romantismo? E onde é que um voo sobre as matas e pouco sobre o mar leva a comoção se por detrás desse voo não estiver um sentimento? E onde viu ele os rodriguinhos sentimentais? Não conseguirá ele perceber que se está a lidar com o limiar da vida ou se quiserem da morte? Onde consegue ver ele a intenção de fazer um filme feliz? Será no facto do protagonista conseguir o seu objectivo ao fim de 28 anos... morrer! E onde está a leviandade do discurso sobre a eutanásia? Nos vários pontos de vista que temos sobre o assunto? Já agora quem é a jornalista doente? Será a advogada do caso? É neste mar de palavras "pindericamente exibidas" por este crítico que encontro cada vez menos vontade de ler os críticos e maior vontade de ver os filmes.<br/><br/>Ramón Sampedro merece muito mais do que palavras. Merece a admiração de todos porque soube lutar por aquilo que acreditava até ao fim. Se hoje tanto falamos de eutanásia a ele lhe devemos grande parte dessa divulgação. Alejandro Amenábar limitou-se a fazer o que fazem os bons realizadores: libertar as personagens dos seus estigmas. Caro Luís Miguel Oliveira: amar não é dormir com, é estar com, e é pena que não tenha percebido a mestria do filme na sua mais importante revelação...o amor.
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Tão bom, mas tão bom!

Sónia Oliveira

Ao ler a crítica dos vossos críticos - que tanto percebem de cinema -, interrogo-me se realmente eu é que não consigo, ou sei, ver, apreciar, e assimilar tudo o que este filme nos dá. Se disser que é o um dos melhores filmes que vi na minha vida - e eu vejo muito cinema -, que o considero uma obra-prima (como aliás o são as películas de Amenábar) e que ainda acho que o Javier poderia ter ganho o Óscar de melhor Actor, bem como o Amenábar o de Melhor Realizador (apesar de considerar que foi muito bem entregue ao Clint e ao seu "Million Dollar Baby"), como já tive oportunidade de dizer aqui, não estarei a exagerar. Este filme é uma coisa! Ao vermos o modo como Amenábar constrói a realidade de Ramón, "tão cheio de vida", pensamos nós, a sensação que temos é a de nos sentirmos imóveis. Tão imóveis, que eu cheirei o mar quando ele voou, arranhei-me nos pinheiros quando os rasou e arrepiei-me com o vento quando ele saltou.<BR/><BR/>A banda sonora é a melhor possível, só mesmo aquela música e aquele ser para me fazer planar, estando eu na plena capacidade dos meus membros - felizmente. Dou a este filme cinco estrelas e não duas, e cada uma é distribuída igualmente pelo realizador, pelo argumento - real ( e isso ainda nos incomoda e envergonha mais), pelos actores, e pela banda sonora. Sair daquele filme custou-me tanto como pensar no pesadelo da eutanásia. E quanto a isso quase não posso dizer que fiquei na mesma. Mas, lá está, só passando por lá. Lamento por o mundo ter perdido uma pessoa superior como Ramón, mas a lição de vida que nos deixou talvez me ajude a poder clarificar melhor a opinião sempre duvidosa de quem está de fora. A ele e a Amenábar o meu bem hajam.
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Amar-te-ei até te matar

Gonçalo Sá - http://gonn1000.blogspot.com

"Tesis", "Abre los Ojos" e "Os Outros" ("The Others") já tinham sugerido que Alejandro Amenábar era um cineasta curioso e com uma forma peculiar de contar histórias, sobretudo em domínios do "thriller" com alguns elementos fantásticos. Apesar da sua curta filmografia se destacar como promissora, também era demasiado sobrevalorizada por quem viu na eficácia dos seus filmes traços de genialidade e inspiração superiores. É por isso que "Mar Adentro", o seu trabalho mais recente, é tão decisivo na sua obra, uma vez que efectua uma mudança de registo - trata-se de um seco e depurado drama familiar - e finalmente confirma Amenábar como um realizador a seguir com atenção. O filme foca os esforços de Ramón Sampedro, tetraplégico há 30 anos, para colocar "termo à vida dignamente", ou seja, recorrendo à eutanásia, acabando assim com um quotidiano marcado por um desencanto recorrente e frustrante.<BR/><BR/>A premissa de "Mar Adentro" baseia-se num caso verídico, e Amenábar apoiou-se no livro "Cartas desde el Infierno", escrito pelo próprio Sampedro, onde este narra todo o processo relacionado com a sua luta pelo direito à morte, desde o fatídico acidente no mar, que o vitimou aos 25 anos, até à polémica que o seu caso gerou nos média.<BR/><BR/>Um dos grandes trunfos de "Mar Adentro" é, indubitavelmente, o seu actor principal, Javier Bardem, uma presença carismática e convincente, capaz de tornar Ramón numa figura complexa evitando os lugares comuns que geralmente marcam personagens deficientes no cinema. Ao contrário do que ocorre em muitos dramas (sobretudo nos de Hollywood), aqui não há uma abordagem que trate o tetraplégico como um "coitadinho" unidimensional e caricatural que envereda por uma constante auto-comiseração. Pelo contrário, Bardem encarna um Ramón subtil, inteligente e perspicaz, que tanto exprime uma arrepiante revolta como um irresistível sentido de humor, nunca recorrendo a tiques ou jogadas fáceis. As suas interpretações em títulos como "Em Carne Viva", "Antes que Anoiteça" ou "Às Segundas ao Sol" já eram impressionantes, e aqui o actor mantém o nível excelente que o tem distinguido, o que torna ainda mais incompreensível o facto de não ter sido nomeado para o Óscar de Melhor Actor, uma vez que estaria muito acima da concorrência.<BR/><BR/>Contudo, a direcção de actores de "Mar Adentro" distingue-se não só pela escolha do protagonista perfeito mas também por um notável acerto em todo o elenco, com secundários de excepção que conseguem transmitir a densidade emocional que um drama tão exigente como este requer. Os familiares e amigos de Ramón vivem numa tensão e preocupação constantes, expondo múltiplas opiniões acerca da controversa questão da eutanásia, e os actores conseguem inserir-lhes a tridimensionalidade necessária para que estas personagens não se reduzam a porta-estandarte de uma determinada perspectiva sobre esta temática. Pelo contrário, todos evidenciam que as suas decisões e tomadas de posição são motivadas pelo amor que sentem por Ramón, o que torna as suas decisões especialmente dolorosas.<BR/><BR/>Amenábar proporciona aqui o seu filme mais coeso e surpreendente, recorrendo a um argumento bem elaborado, a um ritmo pausado mas pleno de intensidade, a um brilhante trabalho de fotografia e a uma adequada banda sonora. A realização oscila entre credíveis tons realistas, por vezes quase documentais, e pontuais momentos com atmosferas oníricas e etéreas (estas nem sempre interessantes, como a cena algo estereotipada do poético pôr-do-sol à beira mar). Pelo meio, há espaço para as deslumbrantes paisagens da Galiza e para um curioso olhar sobre a comunidade rural dessa zona, evitando traços de um pitoresco exagerado.<BR/><BR/>É certo que a perspectiva de Amenábar sobre a eutanásia é tendenciosa, elemento que se evidencia, por exemplo, no episódio da discussão entre Ramón e o bispo tetraplégico, que retrata a Igreja de forma um pouco simplista e plana. Os agonizantes momentos finais do filme, onde se revela o destino da advogada Julia (soberbamente interpretada por Belén Rueda), também deixam bem clara a postura do cineasta, embora "Mar Adentro" não seja prejudicado por essa opção, uma vez que a temática central é, ainda assim, abordada com considerável subtileza durante grande parte do filme.<BR/><BR/>Premiado com o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro e distinguido com muitos outros galardões cinematográficos (pelo National Board of Review, Globos de Ouro, Festival de Veneza ou Prémios de Cinema Europeu), "Mar Adentro" justifica plenamente os diversos elogios que tem obtido, salientando-se como um sensível e comovente drama que recusa o facilitismo que mina muitos melodramas manipuladores. A par do igualmente belo e profundo "Maria Cheia de Graça" ("Maria Full of Grace"), de Joshua Marston, este soberbo filme de Alejandro Amenábar é a melhor experiência cinematográfica do primeiro trimestre de 2005. Obrigatório e arrebatador. Classificação: 4/5 - Muito Bom.
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Magnífico

Duarte

É impossível sair da sala sem reflectir profundamente sobre a eutanásia e a morte em geral. "Mar Adentro" rompeu com o tabu em Portugal (e no resto do mundo) que existia em relação à eutanásia (vejam a quantidade de debates na televisão e artigos nos jornais portugueses durante as últimas duas semanas). Finalmente um filme que impulsa um debate sério na nossa sociedade cada vez mais superficial.
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Que ninguém o perca

Joana Martins

Vou ficar para sempre nostálgica; sempre que me recorde da noite em que o vi. É um filme lindo, muito duro, sobre a morte e o seu sentido. Ri e chorei pela sua simplicidade. No momento em que acabou, fui chamada de novo à realidade, tinha de acordar do embalo deste filme maravilhoso; no entanto, logo percebi que não havia forma de acordar, fui tocada pelo sentido de choque e emoção e não me era possível desligar dos sentimentos que preenchiam a minha concepção do mundo. No fundo, é tudo muito simples e concreto. A morte e a vida existem ligadas de forma intrínseca e nada existe de mágico em todo o processo. Mas este filme é fenomenal pela forma como o sentimos e nos envolvemos, qualquer um de nós podia estar ali, naquela cama, ou á volta dela... O elenco, maioritariamente desconhecido, merece os mais fortes aplausos pela sua prestação, pois a mensagem passou e foi aborvida em cada um de nós.<BR/><BR/>Gostaria de deixar aqui o meu desânimo pela falta de qualidade e profundidade dos críticos do "Público". Penso que se o seu bom nome aparece associado á crítica de um filme como este (tome ela a vertente que tomar), deve no mínimo respeitar a qualidade e o esforço de um trabalho fascinante, que resulta na película "Mar Adentro". Tenho a acrescentar que lamento que o Sr. Luís Miguel Oliveira não seja provido de sentidos suficientes que o libertem e lhe dêm asas para se elevar do chão, diariamente (fenómeno que classifica como "pindérico" ). Essa grande responsabilidade que é ser crítico para um jornal como o "Público" deve pelo menos tomar atenção aos filme e não chegar aqui e rabiscar uma qualquer crítica pobre sem pretenção de construtividade. Lamento de igual modo que as suas actividades diárias o tenham deixado tão absorvido que não tenha conseguido libertar-se das "ligaduras apertadas" sobre as quais analisa, observa e julga um filme a que quase não assistiu... pois se tivesse assistido a um filme como "Mar Adentro" sem essa máscara que o proteje, o mais provável era dar valor e sentido ao seu corpo e capacidades motoras que lhe regem, mal ou bem, a vida que leva.<BR/><BR/>Lamento a falta de abertuda de espírito e frieza que envolve o Sr. Luís Miguel Oliveira e envio-lhe um grande abraço (para ver se o aquece e descobre que afinal o Sr. deve sentir tanto o seu corpo e alma como Ramón Sampedro)! As melhoras por críticas mais consistentes. Que ninguém o perca na grande tela : "Mar Adentro".
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