Desenvolvido a partir do trailer realizado por Robert Rodriguez para o projecto "Grindhouse", Rodriguez continua a homenagem aos “exploitation movies”. Com uma abertura brutal mas depois ficando aquém das expectativas "Machete" cumpre a sua função mas está uns pontos abaixo de "Planeta Terror" que o próprio Rodriguez tinha realizado para "Grindhouse". A ver. ** (2/5)

Os fãs da trilogia "El Mariachi" e outras pérolas de série Z de Rodriguez não ficarão desiludidos com este filme. A acção louca, com toneladas de sangue e mortes, o herói duro que engata todas as míúdas, os mauzões arrogantes, todos os ingredientes essenciais estão aqui presentes. Mas Machete dá muito mais que isto. Machete é um filme com conteúdo, que mostra a hipocrisia da política anti-imigração. É um filme que nos convida a ver o outro lado da história, o lado dos mexicanos que arriscam a vida à procura de uma vida melhor nos EUA. É um filme que mostra como a política anti-imigração serve frequentemente como apoio a redes de tráfico de droga ou de humanos e nada faz para travar o fluxo de imigrantes. Machete é também um filme com mulheres poderosas. Esqueçam as "bondgirls", miúdas sem nada na cabeça que estão lá só para serem engatadas pelo machão. As duas mulheres do filme são personagens centrais na história e, diga-se de passagem, são bem mais inteligentes que o Machete (o que não é difícil...). Só estes dois elementos fazem com que Machete seja um filme bem diferente dos filmes de série Z a que estamos habituados. Diferente para melhor, claro. Este é um daqueles filmes que ou se ama ou se odeia. Eu adorei e recomendo.