Este filme não pode mesmo ser comparado com "Desperado". Em relação a "El Mariachi", não sei, porque ainda não o pude ver. "Era Uma Vez no México" está num patamar diferente de "Desperado". "Desperado" foi um bom filme, com uma história consistente, enquanto que "Era Uma Vez no México", como o próprio título indica (e também pela forma como começa), é uma fábula, uma história em que os maus morrem e os bons vivem. Se o virmos através deste prisma, vamos com certeza achar que foi uma hora e meia bem passada.

Tinha alguma curiosidade em ver este filme mas logo de início fiquei decepcionado. A história é péssima, o argumento não tem qualidade, o filme é parado - enfim, um auêntico desastre. A actuação do Enrique Inglesias não tem explicação de tão má que foi. Enfim, palavra de louvor apenas para Jonhy Depp; este sim um grande actor.

"Desperado" cativou há alguns anos o público e impulsionou as carreiras de Banderas (que continua sem convencer) e de Salma Hayek. "Era uma vez no México" não tem ponta por onde se lhe pegue. Argumento fraco e repetitivo. Velha história da vingança, homem solitário, mau da fita, sangue, sangue, sangue... Surpreendente é o facto de Johnny Depp, que é um grande actor, um "outsider" que geralmente opta por filmes não comerciais, se submeter a este tipo de papel.

Mau! MAu! Mau!

Terrível a visão de Jonny Depp sem olhos, do mais macabro que já vi, violento em excesso. Com um ambiente interessante, não chega a prender o expectador, nenhum dos personagens é suficientemente carismático. Pena, pois Jonny Depp habituou-nos a vê-lo em filmes especiais, fugindo ao comercial, à violência gratuita. No entanto, tem algumas piadas com graça e uma ou outra cena pitoresca. De grande mau gosto a ideia de cegar os olhos mais belos do grande ecrã! António Banderas, de resto, também não convence.

Não era necessário este filme! Quem viu o "Desperado" e agora teve contacto com esta sequela de fraca qualidade não pode deixar de se sentir enganado. O palco de acção até pode ser o mesmo, os protagonistas são de qualidade reconhecida - Banderas, Depp, etc -, mas o argumento, Nossa Senhora nos ajude... Não há ligação corrida na históra. O espectador ainda está a tentar perceber a cena que estava a ver e surge logo outra, como que caída do céu, sem uma sequência lógica muito óbvia. Para a história, fica mais um mau filme, que não tinha necessidade de ter existido.