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Dois Dias, Uma Noite

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Drama 95 min 2014 M/12 20/11/2014 FRA, ITA, BEL

Título Original

Deux Jours, Une Nuit

Sinopse

<div>Sandra, empregada numa empresa de painéis solares, volta ao trabalho depois de uma baixa médica prolongada. O patrão, que na sua ausência foi obrigado a redistribuir o trabalho pelos restantes empregados, deixa-os com um dilema: podem escolher entre o regresso de Sandra ou um bónus pelas tarefas extra que fizeram durante esse período. Essa decisão será levada a votação e terá de ser tomada até segunda-feira de manhã. Desesperada por manter o emprego, Sandra sabe que tem o fim-de-semana para convencer os colegas a votar em seu favor. Assim, ajudada por Manu, o marido, ela vai de porta em porta, repetindo o discurso, de modo a despertar nos outros a compaixão de que tanto necessita para manter o emprego e, simultaneamente, não perder a esperança na generosidade humana.</div> <div>Com realização e argumento dos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne ("Rosetta", "O Silêncio de Lorna" ou "O Miúdo da Bicicleta"), uma história dramática sobre solidariedade, que conta com Marion Cotillard e Fabrizio Rongione como protagonistas. PÚBLICO</div>

Críticas Ípsilon

Marion, heroína da acção moral

Vasco Câmara

O cinema dos Dardenne criou o seu “género”, com a sua coreografia e efeitos: eis Marion Cotillard, heroína da acção - moral.

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Os trabalhos de Marion

Luís Miguel Oliveira

Um melodrama com mensagem, mas nenhuma intensidade.

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Críticas dos leitores

mundo moderno

Alexandre

Muito legal ver a influência da depressão e a concorrência interna no emprego. Tem uma crítica em <br />artigosdecinema.blogspot.com/2015/09/dois-dias-uma-noite-deux-jours-une-nuit.html
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Dignidade

CMaria

Possivelmente não deveria dizer isto aqui mas chorei sem parar do início até ao fim do filme. Mas o filme, valeu a pena? Claro que valeu. Para além de tudo, foi uma das melhores interpretações que já vi no cinema, uma Marion Cotillard tentando manter-se de pé com uma mão cheia de dignidade humana.
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Calvário social

Pedro Brás Marques

Nestes tempos de crise e tensão social, haverá espaço para a solidariedade? É esta pergunta que inquieta Sandra, operária duma fábrica de painéis solares que quer regressar ao seu posto de trabalho, após baixa médica, mas que se vê confrontada com um dilema arquitectado pelo gerente: os restantes dezasseis trabalhadores irão escolher, por voto secreto, entre receber um suplemento retributivo de 1000 euros ou aceitar Sandra de volta. A escolha duma opção implica a rejeição da outra. <p> Ainda não completamente recuperada duma depressão, carregando aos ombros a perspectiva do desemprego, Sandra opta por contactar a cada um dos colegas e para lhes pedir que votem a favor da manutenção do seu emprego. Vai demorar “Dois Dias, Uma Noite”. É um longo calvário, com dezasseis estações, onde a alegria, a tristeza, o desalento e a esperança se revezam nas lágrimas que escorrem pelo rosto da personagem interpretada por Marion Cotillard. Só a companhia do compreensivo e encorajador marido a vai afastando da desistência e duma queda fatal no vazio. </p><p> E que interpretação, meu Deus! A oscarizada actriz francesa é a personificação da dor e da mágoa. Nem eram precisos diálogos para se perceber o quanto dilacerada é a sua existência, o quanto amargurados são os seus dias. A voz embarga-se, o olhar perde-se, o desespero instala-se. Cotillard ocupa o ecrã quase em permanência, e a sensação de proximidade para com o espectador, amplificada pela realização, torna-nos cúmplices do seu sofrimento. </p><p> Os irmãos Dardénne optaram, como sempre, por grandes e médios planos, quase nos fazendo sentir estarmos dentro das conversas, tudo amplificado pelo recurso a luz natural e a um uso de câmara que evoca a agitação dos documentários. Os filmes desta dupla belga envolvem quase sempre questões sociais e o seu impacto na instituição familiar: foi assim com “Rosetta” e “A Criança”, obras que lhes deram a Palma de Ouro, em 1999 e em 2005. Isto sem esquecer as relações filiais patentes em outros dois filmes, “A Promessa” e “O Rapaz da Bicicleta”. Como em todos os filmes dos irmãos Dardénne, também neste transparece uma aura de proximidade e de “simplicidade”. Não há sofisticação, as personagens parecem comuns e saídas do quotidiano, e os dramas recordam-nos situações que todos temos próximas ou de que já ouvimos falar. Talvez por isso, sentimo-nos facilmente tocados pelo destino das personagens. A nossa vontade foi de abraçar Sandra e chorar com ela. O Mundo não é um lugar bom, mas há esperança em mudá-lo. No final, se ele não mudar, então só resta mudarmos nós. Ainda bem que Sandra percebeu. </p>
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O regresso de Sandra ou um bónus

Rita Bauer

<p>No novo filme dos irmãos belgas Luc e Jean-Pierre Dardenne, Marion Cotillard interpreta uma mulher que tem um fim-de-semana para salvar o seu posto de trabalho. </p><p>Um filme actual, intenso e humano.</p>
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4 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

SOLIDARIEDADE versus INDIVIDUALISMO & VALORES MORAIS versus DINHEIRO ou "simplesmente"... instinto de sobrevivência no (hostil) mundo capitalista? Possível veredicto (e cada espectador terá uma visão diferenciada, pois romantismos à parte, nunca existe uma única "resposta certa" para um dilema ético/moral, especialmente se tivermos em consideração as eventuais motivações e/ou factos que levam à escolha de determinada opção): NÃO HÁ INOCENTES OU CULPADOS, SOMOS TODOS "PRESAS" DO SISTEMA. <p> QUESTÃO: Abdicavam de um bónus de 1000 € no vosso ordenado em detrimento do não despedimento de um colega de trabalho? Mesmo não sendo ele um amiguinho do peito, mas antes alguém distante em termos relacionais, que nem sequer contribui para a produtividade da empresa (uma vez que, devido aos seus problemas de saúde - de índole psiquiátrica-, usufrui de largos períodos de baixa médica) e que, inclusive, até vos "penaliza" por implicar um esforço suplementar da vossa parte para compensar as tarefas não realizadas por ele? </p><p> É perante este dilema que os irmãos Dardenne nos colocam, utilizando para o efeito mais um filme com um argumento de base simples (um empresário com necessidade de reduzir custos de produção, por alegado défice financeiro na empresa, submete à consideração dos seus 17 funcionários, através de votação, a opção entre não auferirem o bónus salarial a que teriam direito, por realização de horas extra para compensar a ausência de uma trabalhadora, ou a demissão da "faltosa" - e decorrente desta imposição iremos seguir a peregrinação, porta a porta, da infeliz contemplada que dispõe de um fim de semana para tentar convencer os seus pares a abdicarem do dinheiro em detrimento da manutenção do seu posto de trabalho), humanista, hiper-realista em termos sociais e desprovido de maniqueísmos (características estas que são a sua imagem de marca, como se pode depreender pelas anteriores e magnificas obras, nomeadamente, "A Promessa", "Rosetta", "O filho", "A Criança" e "O Rapaz da Bicicleta" - e menciono apenas aquelas que tive o prazer de visionar). </p><p> Como também como é seu apanágio, abordam o melodrama com subtileza/sensibilidade, algum naturalismo, imparcialidade e sem recurso a falsos moralismos (de tal modo que até somos capazes compreender/enfatizar com os "carrascos"). Todavia, as virtudes do filme não advêm exclusivamente da mestria dos realizadores, sendo que os louros devem ser partilhados com a actriz Marion Cotillard, que nos brinda com uma "interpretação gigante" (e arrisco-me mesmo a afirmar que grande parte do impacto emocional que a obra provoca no espectador é-lhe devido). </p>
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