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Crónicas de França do Liberty, Kansas Evening Sun

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Drama, Comédia 108 min 2021 11/11/2021 EUA, ALE

Título Original

The French Dispatch

Sinopse

<div>Tudo acontece na fictícia cidade francesa de Ennui-sur-Blasé, numa época indeterminada do século XX. Arthur Howitzer Jr. funda as "Crónicas de França", um boletim semanal que se torna a voz da sua geração, ao abordar assuntos de variados tipos, desde política internacional, arte ou temas mais humanistas. Quando Howitzer morre repentinamente, Herbsaint Sazerac, J. K. L. Berensen, Roebuck Wright e Lucinda Krementz, seus amigos e colaboradores, decidem publicar uma última edição da revista em jeito de homenagem. É assim que as memórias de Howitzer são transformadas num diário de viagem e em três histórias que se entrecruzam.</div> <div>Décimo filme do aclamado realizador Wes Anderson ("Os Tenenbaums - Uma Comédia Genial", "The Darjeeling Limited", "O Fantástico Senhor Raposo", "Moonrise Kingdom", "Grand Budapest Hotel"), uma comédia romântica que segue um argumento de Anderson, com Roman Coppola, Hugo Guinness e Jason Schwartzman. O elenco é formado por um incontável número de estrelas: Bill Murray, Owen Wilson, Tilda Swinton, Jeffrey Wright, Frances McDormand, Timothée Chalamet, Léa Seydoux, Adrien Brody, Mathieu Amalric, Steve Park, Christoph Waltz, Liev Schreiber, Edward Norton, Saoirse Ronan, Willem Dalfoe,  Anjelica Huston e Elisabeth Moss, entre outros. PÚBLICO</div>

Críticas Ípsilon

Wes Anderson, o tio de França

Luís Miguel Oliveira

Tudo é reciclado, tudo é citação. Saímos cansados, saímos entusiasmados. Filme de abertura do Leffest, quarta-feira, 21h, no Teatro Tivoli, Lisboa.

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Críticas dos leitores

Grandioso!

Pedro Brás Marques

Os filmes de Wes Anderson proporcionam uma experiência cinematográfica única, um verdadeiro deleite visual e um prazer cinematográfico que, actualmente, quase não tem comparação. “Crónicas de França” não é, felizmente, excepção. De facto, não há muitos realizadores a conseguirem impor a sua visão por toda a sua obra produzida, de tal forma que a paternidade de qualquer fotograma ou excerto seja rapidamente identificada. <br /> <br />Desta vez, o cenário tem como fonte uma revista americana, que evoca a “New Yorker”. Produzida em França, na ficcional cidade de Ennui-sur-Blasé, por um americano nascido no Kansas, o que explica o subtítulo, vai sair pela última vez porque o editor, Arthur Howitzer Jr., acaba de morrer. Para a derradeira homenagem, contam-se quatro histórias: “O Repórter Ciclista”, em que um ciclista-narrador mostra as partes mais negras da cidade; “A Obra-Prima Concreta”, um exercício sobre o mundo da arte, com um pintor homicida e louco e a sua doentia relação com mulher-guarda que também é sua amante, sem esquecer os “marchands” que querem enriquecer à custa dele; “Revisões a um Manifesto”, sobre uma história de amor nascida no meio das barricadas duma revolta estudantil; e “A Sala de Jantar Privada do Comissário de Polícia”, uma história quase absurda sobre jantares e droga, com um toque de BD europeia... <br /> <br />Se os argumentos são indiscutivelmente originais, a forma como Wes Anderson os conta é extraordinária. Cada filme seu proporciona um deslumbramento cénico, que convida a mais do que uma visualização, tal é a riqueza e complexidade da maior parte dos planos. Já era assim em “The Darjeeling Limited”, em “Moonrise Kingdom” e “Grand Budapest Hotel”, só para citar os mais marcantes, mas aqui, nas “Crónicas de França”, o realizador texano aproxima-se da perfeição. Atente-se, por exemplo, na interminável lista de actores, que envergonha qualquer cerimónia de Óscares ou de Globos de Ouro: Benício Del Toro, Adrien Brody, Tilda Swinton, Léa Seydoux, Frances McDormand, Timothée Chalamet, Mathieu Amalric, Bill Murray, Owen Wilson, Liev Schreiber, Edward Norton, Saoirse Ronan, Willem Dafoe, Anjelica Huston, entre outros. Muitos já são repetentes porque, tal como Ford e Hawks ou, mais recentemente, Scorcese e Tarantino, também Wes Anderson recorre a um portefólio de actores, aquilo que João Bénard da Costa designava de “família de actores”, relativamente aos dois citados realizadores clássicos. Mas há muito mais a (re)descobrir: lá está o idealismo, extrapolado para a relação entre o mundo infantil e o dos adultos; o uso cuidado da perspectiva e os enquadramentos tendencialmente simétricos; a colocação dos actores em planos próximos e deformados, ou então de perfil; o recurso ao “paralítico”, com o plano fixo e tudo a movimentar-se dentro dele, como na maravilhosa cena em que o empregado do bar sobe os andares para levar a comida à redação da revista; e, claro, os cenários deliberadamente teatrais mas sempre grandiosos, transportando-nos para a essência do cinema, qual portal para uma outra realidade, fazendo-nos viajar por mundos imaginários. Aliás, nem sequer falha na banda sonora, sempre à volta da pop blasé dos anos 60/70, desta vez entregue ao líder do Pulp, o britânico Jarvis Cocker. <br /> <br />Repetindo-me: cada um filme de Wes Anderson, além do deslumbramento proporcionado pela obra em si, é uma homenagem à criatividade dum visionário e, claro, à Sétima Arte. Grandioso!
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4 estrelas

José Miguel Costa

O décimo filme do Wes Anderson, "Crónicas de França do Liberty, Kansas Evening Sun", é uma carta de amor ao jornalismo, sob a forma de uma espécie de antologia de contos (três histórias jornalisticas fabuladas com segmentos narrativos distintos sem comunicação entre si) que nos transporta até ao seio de uma atipica (claro!) redação de um jornal de uma pequena cidade francesa imaginária de um tempo indefinido (e mais concretamente, até ao dia da sua última tiragem, decorrente do falecimento do seu fundador). <br /> <br />O enredo não é propriamente o mais interessante do mundo, para além de que se revela algo confuso (quiçá, fruto da sua estrutura episódica e da narração em off demasiado densa e acelerada). No entanto, tal é relegado para segundo plano devido ao modo como o mesmo é ilustrado: a transcendência da "marca Wes Anderson" (os habituais fantásticos universos estilizados; a deliciosa natureza simétrica e geométrica dos planos; os constantes travellings para "deslizar" entre os cenários desenhados ao mais infimo pormenor; a utilização de cores saturadas e pastel - desta vez com a inovação de intercalá-las com imagens a preto e branco; o recurso a "personagens robóticos"; e o seu inconfundível humor inexpressivo e sarcástico). <br />E depois há toda uma constelação de estrelas (poucas vezes vista) a abrilhantá-lo, nomeadamente, Bill Murray, Tilda Swinton, Jeffrey Wright, Frances McDormand, Timothée Chalamet, Léa Seydoux, Adrien Brody, Mathieu Amalric, Steve Park, Christoph Waltz, Liev Schreiber, Edward Norton, Saoirse Ronan, Willem Dalfoe e Anjelica Huston.
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Delírio visual

Raul Gomes

Questionável? Muito.
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