Lento, sem nexo, uma tortura do início ao fim.

Sem nexo, sem humor e sem conteúdo.

Fui ver este filme, porque sempre gostei da estética americana dos anos 50 e por causa do bom naipe de actores envolvido no filme que era uma garantia de qualidade. Não gostei do filme. Se bem que a estética dos anos 50 tenha algum rigor, o ambiente do filme descai sempre para um lado picaresco a roçar a caricatura que lhe tira alguma consistência e credibilidade, mesmo tendo em conta que se trata de uma comédia. Achei o argumento atabalhoado e até desgarrado. Salvou-se a boa interpretação de todos os actores, não fora isso e o filme levava nota negativa. Estamos perante uma comédia banal que não recomendo. Numa escala de 0 a 20 valores, dou 10 valores a este filme.

Wes Arderson, o boss do cinema indie norte-americano (e um dos meus realizadores fetiche), está de volta com "Asteroid City", uma comédia dramática sci-fi (escrita a meias com Roman Coppola) que nos transporta até à década de 1950 e a uma minúscula cidade imaginária, situada em pleno deserto, para assistirmos à convenção de sobredotados jovens Observadores Cósmicos, por ocasião do aniversário da queda de um asteróide neste mesmo local. O evento irá ser inesperadamente visitado por um extra-terrestre, o que os obrigará a uma (hilariante) quarentena decretada pelo governo. Verdade seja dita, o enredo não é propriamente o mais apelativo do planeta (a narrativa não se constitui como foco primordial). Todavia, tal facto é relegado para segundíssimo plano devido ao modo como o mesmo é ilustrado. Ou seja, através da transcendente e inigualável "marca Wes Anderson" caracterizada pelos seus fantásticos universos retro ultra-estilizados; a deliciosa natureza simétrica e geométrica dos planos; os constantes travellings para "deslizar" entre os cenários desenhados ao mais infimo pormenor; a utilização de cores saturadas e pastel; o recurso a melancólicos e caricaturais "personagens robóticos"; e o seu inconfundível humor inexpressivo e sarcástico. Cumulativamente há toda uma constelação de estrelas (que dão corpo a personagens subdesenvolvidas, é certo) a abrilhantá-lo, nomeadamente Scarlett Johansson, Tilda Swinton, Jason Schwartzman, Tom Hanks, Jeffrey Wright, Hope Davis, Edward Norton, Steve Carell, Maya Hawke, Willem Dafoe, Margot Robbie, Tony Revolori, Bryan Cranston, Jason Schwartzman, Jeff Goldblum e Anjelica Huston.