Confesso
Título Original
I Confess
Realizado por
Elenco
Sinopse
Críticas dos leitores
Confesso!
Fernando Oliveira
Um assassínio; um homem vestido com uma batina de padre afasta-se do local do crime; pouco depois, na igreja de Sainte Marie o padre Michael Logan ouve um barulho, quem o fez foi Otto um imigrante alemão que trabalha na igreja com a sua mulher Alma; transtornado o homem conta ao padre em confissão o assassínio; no dia seguinte o padre desloca-se ao local do crime; a casa de um advogado em Quebec e interrogado pelo inspector Larrue diz-lhe que tinha um compromisso marcado com o morto; da janela, o inspector vê o padre a afastar-se com uma mulher que entretanto chegou.
Pouco a pouco os segredos daquele casal e a sua “relação” com o morto vão sendo-nos revelados. Promessas de amor antes da guerra, um amor proibido agora. Esse passado torna o padre o maior suspeito e o testemunho de Ruth, a mulher, que esteve com ele na noite do crime, não ajuda em nada, há um desacerto. E o que é contado em confissão… Uma “teia” sufocante vai enleando aquele homem e aquela mulher.
O filme começa com Hitchcock andando em sentido contrário à das setas do trânsito: é ele quem manipula a história. A confissão nos filmes de Hitchcock está muitas vezes presente, e é sempre fundamental, mas neste filme não corresponde a uma “libertação”, uma fuga da culpa; em “Confesso!”, o acto é uma transferência da culpa, o padre fica preso a ela. E o argumento adaptado de uma peça de Paul Anthelme é contado num desequilíbrio emocional, um vacilar moral, que “questiona” os personagens: o padre e o sacrifício (o catolicismo), o amor de Ruth que confronta o seu casamento, o julgamento popular, as razões de Otto, os “benefícios” da morte do homem que chantageava Ruth.
Os actores são magníficos: Montgomery Clift é excelente num papel de um homem intransigente na fé mas também muito inseguro por causa da mulher que o ama; Anne Baxter, numa mulher “destruída” num amor proibido; ou O.E. Hoss e Dolly Haas, o casal de imigrantes agrilhoados ao medo de serem descobertos. Se a tudo isto juntarmos o domínio ímpar das formas cinematográficas, a genialidade de Hitchcock, e a beleza da fotografia de Robert Burks, temos um filme que roça a perfeição. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
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