//

Psico

Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Terror, Thriller 109 min 1960 M/12 14/02/2013 EUA

Título Original

Psycho

Sinopse

Uma das obras mais conhecidas de Alfred Hitchcock e um dos maiores sucessos comerciais do mestre do suspense. Foi rodado em poucas semanas, com orçamento reduzido e uma equipa de televisão. Cansada de uma longa viagem, a bela Marion Crane (Janet Leigh) instala-se num motel, gerido por Norman Bates (Anthony Perkins), um jovem incapaz de se libertar do jugo materno. Para relaxar, Marion decide tomar um banho. O que se segue é uma das cenas mais famosas da história do cinema, que deixou milhões de pessoas aterradas perante a hipótese de tomar um simples duche. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

A poética do ralo

Luís Miguel Oliveira

Ler mais

Psycho

Jorge Mourinha

Ler mais

Psycho

Vasco Câmara

Ler mais

Críticas dos leitores

Psico

Fernando Oliveira

Em 1960, ano de “Psico”, estreou também “Peeping Tom” de Michael Powell. Parece-me serem ambos filmes que demonstram de forma notável a associação entre o ver, ou fazer, Cinema e as perversões do olhar, o voyeurismo. Hitchcock andou cinquenta anos a fazer-nos sentir que o acto de olhar um filme numa sala escura tem tudo de fascinante, mas também muito de fantasmas que associamos a prazeres mais ou menos culposos (o extremo seria o cinema pornográfico, quando ainda se podia ver em sala). Há uma ideia que sempre tenho quando vejo um ou o outro, que também será de alguma forma perversa, que é associar a muito citada procura da perfeição de Hitchcock ao filmar a cena do chuveiro, com as razões porque o personagem principal do filme de Powell assassinava as mulheres daquela maneira: de gravar em película a cena perfeita. <br />Ora “Psico” será o filme em que mais nitidamente os tais fantasmas da mente de Hitchcock se conjugam de forma soberba com a sua extraordinária capacidade de manipular os seus filmes de forma a intervirem nos fantasmas dos espectadores. É assim desde que nos faz entrar naquele quarto de um hotel rasca de Phoenix e nos faz assistir à intimidade do casal de amantes; é a forma como não nos prepara para a decisão de Marion; é a quase palpável tensão da viagem dela até ao Motel Bates, com a música de Herrmann a fazer-nos sentir ainda mais neurótica a viagem da personagem; e, claro, a mais que conhecida cena do chuveiro; e a espantosa cena em que Norman limpa a cabana onde ocorreu o assassínio em que demonstra uma incrédula sinceridade. E quais são os fantasmas de Hitchcock? A culpa, esta é mesmo a única razão que faz avançar a narrativa deste filme; o espreitar pelo buraco da fechadura (na parede, no caso deste filme), a intimidade dos outros; e o mistério da feminilidade, da sexualidade da mulher – em quase todos os seus filmes parece que a câmara quase que “devora”, viola será talvez mais correcto, as personagens femininas numa procura de percebê-las, e perante essa impossibilidade, Hitchcock quase sempre as “castiga”. Aqui, em “Psico”, mesmo depois do arrependimento…. <br />Formalmente é um filme perfeito: há o vertiginoso trabalho da cena do chuveiro, há o espantoso trabalho de Hitchcock a mostrar que as imagens dos filmes nunca são uma representação do real, mas sim uma intervenção do realizador sobre aquilo que é filmado. A volúpia do olhar, ou o realizador que vê como e donde quer (há aquela cena no quarto da mãe de Norman, quando Lila, a irmã de Marion, se assusta com a sua imagem no espelho…). Enfim, o enorme prazer de ver um dos grandes realizadores de Cinema a criar num dos picos da sua arte. <br />No entanto, sendo um filme que gosto muito, sou incapaz de o amar como outros filmes do mestre. Nota-se demasiado a mente acima do coração na criação dos efeitos dramáticos, e aquela longa e aborrecida explicação psicanalítica do final não pega. Em 1960, “Peeping Tom” é o meu filme preferido, “Psico” está a quase fora dos dez mais – como curiosidade pelo meio estão por esta ordem, “L`avventura”, “The apartment”, “A bout de souffle”, “Jungfrukällan”, “Wild river”, “Onna ga kaidan wo agaru toki”, “Rocco ei suoi fratelli”, e “Let´s make love” – mas não deixa de ser um filme importantíssimo, até pelas liberdades narrativas que trouxe ao cinema americano. <br />(em"oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
Continuar a ler

Envie-nos a sua crítica

Preencha todos os dados

Submissão feita com sucesso!