Depois da Caçada
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Ver sessõesAlma Imhoff (Julia Roberts), uma professora de filosofia da Universidade de Yale (EUA), vê-se envolvida numa situação complexa que gira em torno das acusações de má conduta sexual dirigidas a Hank (Andrew Garfield), um colega com quem mantém uma relação de grande proximidade. A suposta vítima é Maggie (Ayo Edebiri), uma aluna muito inteligente que tem sido protegida dela. A situação vai-se agudizando até Alma se dar conta de que um segredo do seu próprio passado pode deitar tudo a perder.
Estreado no Festival de Cinema de Veneza, onde integrou a competição oficial, este psicodrama sobre jogos de poder e diferentes versões da verdade foi escrito por Nora Garrett e realizado pelo italiano Luca Guadagnino - o aclamado autor de "Chama-me pelo Teu Nome" (2017), Óscar de melhor argumento adaptado (James Ivory), e de "Ossos e Tudo" (2022), Leão de Prata em Veneza. Michael Stuhlbarg, Chloë Sevigny e David Leiber assumem as personagens secundárias. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Depois da Caçada, de Luca Guadagnino: as aparências iludem
O sucessor de Challengers e Queer propõe um teatro da crueldade à volta dos padrões morais da academia para maior glória de um elenco encabeçado por Julia Roberts.
Ler maisSessões
Críticas dos leitores
3 estrelas
José Miguel Costa
Se tivesse ido ver o filme "Depois da Caçada" sem qualquer informação prévia jamais imaginaria que o mesmo saiu das mãos do italiano Luca Guadagnino. De facto, atendendo ao seu historial cinéfilo ("Chama-me Pelo Teu Nome", "Suspiria", "Ossos e Tudo" ou "Queer") estranha-se a ausência de parte do seu ADN, nomeadamente, a ousadia/excentricidade (tanto a nível narrativo como estético) e o homoerotismo. Tal significa que estamos perante uma obra menor do realizador? Não necessariamente, até porque a (inesperada) intensidade dramática de Julia Roberts e Andrew Garfield não o permitem.
Trata-se de um contido drama psicológico (filmado com elegância, mas clássico até ao tutano) sobre as politicas de género e de cancelamento no universo académico (com os inerentes jogos de poder e questionamentos éticos/morais).
A história que lhe serve de base é banal (uma aluna negra - academicamente mediocre, lésbica e rica - acusa um brilhante professor "bon vivant" de ter abusado sexualmente de si, após um jantar na casa de uma amiga comum - uma enigmática e distante professora que lecciona no mesmo estabelecimento de ensino da alegada vitima e acusado).
Todavia, ganha relevância se percepcionada como um "jogar de água fria na fervura" do movimento #MeToo, uma vez que recusa embarcar em dicotomias viciadas, à priori, pelo "politicamente correcto" (não escolhe lados, nem cai na armadilha do "bom verus vilão").
Ao invés, opta por colocar a cru, sem julgamentos, todos os ângulos, pondo o espectador na desconfortável posição de escolher em quem acreditar, num contexto em que (nunca) nada é simplesmente "branco ou preto".
Envie-nos a sua crítica
Submissão feita com sucesso!






