Ossos e Tudo
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
No dia do seu 16.º aniversário, Maren (Taylor Russell) é abandonada pelo pai e largada ao seu destino. Sem nada nem ninguém que a prenda a lugar algum, decide procurar a mãe, que nunca chegou a conhecer. Nesse percurso, conhece Lee (Timothée Chalamet), um jovem marginal. Enquanto vão percorrendo algumas estradas secundárias de uma América decadente da década de 1980, nasce um grande amor. Mas eles guardam um segredo inimaginável.
Estreado na 79.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, “Ossos e Tudo” deu a Luca Guadagnino (“Chama-me pelo Teu Nome”, também com Chalamet como protagonista) o Leão de Prata de Melhor Realização e à jovem Russell o prémio de Melhor Actriz. Repleto de cenas “gore”, este drama em estilo “road movie” tem por base a obra com o mesmo nome escrita por Camille DeAngelis. Os actores Mark Rylance, Michael Stuhlbarg, André Holland, Chloë Sevigny, David Gordon Green e Jessica Harper fazem também parte do elenco. PÚBLICO
Críticas dos leitores
Sem paciência
Marta Pinela
O anterior já era boring este é impossível. "checking all the boxes" para a geração woke. Receitinha limpa, sem muitas chatices, para malta com DDA que só aguenta vídeos do tiktok. Parece que é assim que se produz "arte" hoje em dia.
Um logro
António Cunha
Evitei ver a adaptação de 'Suspiria' por ser um apreciador da cinematografia de Dario Argento. Contudo, depois da tríade de filmes sobre o amor, onde 'Io Sono L'Amore' brilhava em todos os aspetos, continuando para o interessante 'Mergulho Profundo' culminando no famoso e belíssimo 'Chama-me pelo teu Nome', este novo Guadagnino é um flop. Miscasting para a rapariga, que não tem força, carisma e a interpretação é francamente sofrível, o filme arca às costas de Chalamet e de Mark Rylance. Para onde nos leva a estrada por todos percorrida? Que sentido tem um filme que nada mais oferece que cenas avulsas, com mais do mesmo?! Dispensável, não provoca emoção e facilmente descartável! Os temas pop dos tempos de Manchester não resgatam nem comovem...
4 estrelas
José Miguel Costa
"Ossos e Tudo", novo filme do cineasta Luca Guadagnino, é um drama amoroso coming-of-age (literalmente canibal), repleto de cenas gore, que se vai desenrolando, em estilo road-movie, pelas estradas da deprimida/decadente América profunda da era Reagan (o que implicitamente também poderá implicar que o percepcionemos como uma alegoria sobre os denraizados da sociedade). Vá, não "fujam" já! Apesar da catalogação (uma mistura algo atípica de diferentes géneros e subgéneros), não estamos em presença de um blockbuster juvenil à la "Crepúsculo", uma vez que, independentemente da temática abarcada (e dos obrigatórios elementos fantasiosos a si associados), o universo da narrativa afigura-se bastante realista e devidamente polvilhado com condimentos do tradicional cinema indie americano. Para além de que é bafejado com a presença (como co-protaganista) da nova coqueluche cinéfila, Timothée Chalamet. O enredo insere-nos na jornada de um casal de jovens inadaptados (devido à sua condição de canibais) em busca da integração num mundo de "pessoas normais" (condição que ambicionam com todas as suas forças, apesar dos seus impulsos genéticos homicidas). Maren (estrondosamente interpretada por Taylor Russell), após abandonada pelo pai (por ter chegado ao seu limite emocional decorrente do constante encobrimento dos actos atentatórios à vida humana cometidos pela filha), parte em busca da mãe que não conheceu. Pelo caminho conhece um seu semelhante, Lee (o sedutor sanguinário Timothée), e não mais se largarão... E, desta forma, arrisco afirmar estarmos perante uma das mais poderosas (e viscerais) histórias de amor dos últimos anos, o que até leva a minimizar algumas das limitações desta obra (nomeadamente, a sua excessiva segmentação, e deficiente "colagem", que lhe retira "energia"; bem como a opção por inserir uma personagem - o verdadeiro vilão - demasiado estilizada, que, por vezes, quase implica um resvalar para o domínio do anedótico).
Desagradavelmente bonito.
Lou Loução
Guadagnino apresenta-nos um "coming of age" diferente. Uma obra que se faz pela montagem, cinematografia e direção de arte mas também pela performance incrível de Timothée Chalamet e Taylor Russell. "Ossos e Tudo" é um terror moderno, diferente, cinematograficamente belo e repugnante ao mesmo tempo. Um dos melhores filmes de 2022.
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