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Brick
Título Original
Brick
Realizado por
Elenco
Sinopse
Brendan é um estudante com uma inteligência invulgar e acutilante. Brendan não poupa ninguém, mas mantém-se à margem. Até ao dia em que a ex-namorada, Emily, o contacta, de forma inesperada, e depois desaparece. Brendan não consegue esquecê-la e por isso fica obcecado por a encontrar. <p/>PUBLICO.PT
Críticas dos leitores
Teen noir
Rita Almeida (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)
O poema de Gilbert and Sullivan, "The sun whose rays are all ablaze", sobre o frágil equilíbrio de forças entre o sol e a lua, lança o tom do "film noir" que é "Brick". Na primeira longa-metragem de Rian Johnson existe um herói pouco óbvio, calado e subtil, um vilão poderoso e perigoso, uma donzela em apuros e uma "femme fatale" tão inescrutável quanto sedutora. A questão é que tudo se passa entre adolescentes, com o liceu como cenário e embrulhado na música original de Nathan Johnson, líder dos The Cinematic Underground. Um óptimo ritmo, os bons diálogos e as fortes interpretações afastam este filme de todos os clichés de filmes de adolescentes, não deixando, no entanto, escapar a inerente agitação, a angústia e formação de identidade características dessa fase da vida.<BR/><BR/>Brendan (Joseph Gordon-Levitt) é um adolescente solitário (ou melhor, anti-social) que investiga o desaparecimento da sua ex-namorada Emily (Emilie De Ravin, a Claire Littleton da série "Lost"), que recentemente se juntou a um grupo mais popular e também mais perigoso. Com a ajuda de Brain (Matt O'Leary), a investigação de Brendan leva-o a um grupo de traficantes liderado por The Pin (um impenetrável Lucas Haas). E aquele que, primeiramente, aparentava ser mais um marrão, acaba por se revelar um herói feroz e determinado, que aproveita as forças e fraquezas de cada um para conseguir os seus intentos.<BR/><BR/>De uma forma não-linear, "Brick" começa no meio da acção, volta atrás, regressa a essa cena inicial e continua a partir daí. Neste policial de traição e assassínio, ninguém é isento e cada um esconde diferentes motivações, que se vão revelando de uma forma simultaneamente consistente e surpreendente. Rian Johnson cria um elo de ligação entre todos estes jovens, fazendo uso de um vernáculo que faz lembrar a linguagem "nadsat" de Anthony Burgess em "A Clockwork Orange". Ao ser usado de uma forma completamente natural e convincente, somos arrastados para este universo geracional, onde o elenco de jovens actores cumpre, sem falhas, a complexidade que as personagens exigem. Uma especial referência para Joseph Gordon-Levitt (Tommy Solomon da série "3rd Rock from the Sun") que, intenso e seguro, carrega o peso deste filme com um sentido de humor sardónico.<BR/><BR/>Existe alguma tentação em colocar este filme do lado de um "Donnie Darko", pela forma como a temática adolescente é abordada fora dos parâmetros habituais. Na minha opinião fica ainda aquém dessa obra em termos imaginativos, mas é fácil perceber porque venceu, ao lado de "Me And You And Everyone We Know", o prémio especial do júri na edição de 2005 do Festival de Sundance pela originalidade da sua visão.<BR/><BR/>Espero que "Brick" seja uma boa base para a futura carreira do realizador Rian Johnson. Estaremos de olhos postos em "The Brothers Bloom", o seu próximo projecto para 2008, com Rachel Weisz à cabeça. Voltando a "Brick", ainda que seja inquietante pensar numa adolescência com estas atribulações, por uma história boa como esta eu seria capaz de matar mais uns quantos. Porque o "noir" está sempre "in". Nota: 8/10.
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