Um Ano Difícil
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Albert (Pio Marmaï) e Bruno (Jonathan Cohen) são dois amigos dados à vigarice que, graças a gostarem tanto de bem viver, se endividaram de forma grave. Decidem virar-se para o activismo ambiental quando se cruzam com um grupo de jovens engajados. Não querem propriamente salvar o mundo, nem estão muito preocupados com o ambiente, sentido-se atraídos pela causa mais pela comida e bebida, em particular a cerveja de graça que lhes poderá proporcionar.
Uma comédia escrita e realizada pela dupla de Éric Toledano e Olivier Nakache (“Amigos Improváveis”) que conta ainda com Noémie Merlant, Mathieu Amalric e Grégoire Leprince-Ringuet no elenco. PÚBLICO
Críticas dos leitores
Um ano assim assim
Fernando Pimentel
Começando pelo princípio, pelo genérico, este é invulgarmente conseguido para um filme de entretenimento, a confirmar que estamos diante do mesmo realizador do "Espírito da Festa". Aqui, no entanto, o papel da sobriedade é desempenhado por dois estroinas, o que curiosamente funciona como referencial no filme, na medida em que a espaços denuncia o ângulo moralista que anima os outros personagens.
Quanto à substância, é original a ideia de ver as coisas a partir do ponto de vista do ativismo, uma realidade que nos é conhecida apenas pelo retrato dos média, sem a ida aos bastidores e respectivo banho de realidade. O filme tem esse mérito, de mostrar simultaneamente o absurdo de algumas causas ou suas manifestações, mas também (o que aqui importa mais) a coragem de quem decide tomar posição, sabendo que pode ter algo a perder.
É verdade que há momentos bem dispostos, não estamos diante de uma mera soma de clichés, mas a esse nível não se alcança o mesmo que o realizador fez com Jean-Pierre Bacri. O melhor do filme é mesmo o retrato político que sustenta o humor, com todas as perplexidades que suscita. Pena que ao longo do caminho tenha perdido tanto do rasgo dos primeiros momentos.
Ainda assim 3 estrelas. Leva um bónus por ter filmado uma realidade fora dos habituais lugares comuns.
Um filme agradável
Ana Sanches
Com boas interpretações, um humor leve e descontraído mas acima de tudo uma sátira genial aos aficionados pelo clima, nas suas incoerências e hipocrisias (não terá sido certamente por acaso que o a líder do grupo foi posta a morar num "palacete").
Um grupo que, à semelhança com a realidade, se limita a impor, a pedir e a implorar aos outros que façam algo pelo clima: que comprem menos, que não usem carros ou aviões, quando na verdade eles mesmo são incapazes de acções concretas, nunca vimos ninguém a plantar uma árvore, a despoluir um rio ou uma praia, a controlar espécies invasoras ou insurgir-se contra a mineração, por ex.
Mas, mais interessante ainda, é ver uma necessidade muito grande de lutar por algo, de fazer parte de algo que os ajude de certa forma a colmatar a falta de propósito na vida, as suas dores, solidão e vazios emocionais como se esta luta fosse uma tábua de salvação e os permitisse curar de uma cada vez maior incapacidade de nos relacionarmos de forma genuína uns com os outros.
Infelizmente de boas intenções está o inferno cheio. Nunca se lutou tanto pelo ambiente e nunca estivemos tão desconectados dele como agora...
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