//
100% Camurça
Título Original
Le Daim
Realizado por
Elenco
Sinopse
Georges, recentemente divorciado, sente uma enorme dificuldade em adaptar-se à nova vida. A enfrentar uma espécie de crise existencial, esforça-se por ultrapassar a angústia que teima em não passar. Um dia, compra um casaco de camurça numa loja em segunda mão. O que vem a descobrir assim que o veste é que esse casaco concede estranhos poderes ao seu proprietário. Obcecado com a nova peça de vestuário, Georges muda radicalmente a forma de ver e sentir o mundo.
Com Jean Dujardin e Adèle Haenel nos principais papéis, uma comédia de terror escrita e realizada pelo francês Quentin Dupieux, depois de "Rubber - Pneu" (2010), "Wrong" (2012), "Réalité" (2014) e "Au poste!" (2018). PÚBLICO
Críticas dos leitores
100% camurça
Fernando Oliveira
Pelo visto Quentin Dupieux gosta de contar histórias de assassinos extravagantes. Há dez anos era um pneu, neste filme é um homem obcecado por um casaco de camurça. <br />Vemo-lo a comprar o casaco numa zona remota dos Pirenéus, dá por ele todo o dinheiro que tem; o casaco nem lhe fica muito bem, mas ele acha-se um “arraso”; o homem com quem faz o negócio oferece-lhe uma câmara de filmar. Mesmo sem ter dinheiro, mentindo, instala-se num hotel da região. Georges, é o seu nome, convive muito bem com a sua loucura e delira, e no seu delírio conversa com o seu casaco que lhe “diz” que ambiciona ser o único casaco do mundo. Com a câmara e o dinheiro de uma empregada de um bar da região – a quem mente e diz estar a realizar um filme – vai inventar um filme para primeiro roubar os casacos a quem encontra, e depois assassinar quem os usa. <br />É uma história que foge radicalmente à verosimilhança, excêntrico, tão bizarro como a sua, ou suas, personagens, num filme absolutamente fora da normalidade. Dupieux olha para os dois personagens com uma ironia estranha. <br />Personagens representados por dois actores extraordinários: Jean Dujardin encarna a loucura daquele homem com uma normalidade terrífica, e a Denise de Adèle Haenel vai-se tornando pouco a pouco alguém que de enganado se torna cúmplice não de Georges, mas da sua loucura. Do casaco de camurça, portanto… <br />Não é um grande filme, é verdade – a sua excentricidade esmaga tudo o resto – mas a sua diferença acaba por ser cativante.
Continuar a ler
Envie-nos a sua crítica
Submissão feita com sucesso!