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Foi Só Um Acidente

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Drama, Thriller 105 min 2025 M/14 13/11/2025 FRA, LUX, Irão

Título Original

Num bairro dos subúrbios de Teerão (Irão), Vahid, mecânico de automóveis e antigo prisioneiro político, leva uma vida tranquila até receber na sua oficina Eghbal, um cliente com uma prótese na perna resultante de um acidente. O som que aquele homem faz ao andar desperta em Vahid memórias terríveis: o mesmo ruído que ouvia, de olhos vendados, durante os interrogatórios e agressões a que foi repetidamente submetido. Convencido de que aquele homem foi um dos seus torturadores, o mecânico rapta-o e decide enterrá-lo vivo. Apesar da certeza inicial, não tarda a questionar-se se não estará a cometer uma injustiça. Em busca de provas irrefutáveis, procura então alguns dos antigos companheiros de cárcere que também sofreram às mãos do mesmo carrasco.

Em 2025, o iraniano Jafar Panahi – perseguido e preso pelo regime do seu país – tornou-se o primeiro cineasta a conquistar o prémio máximo nos quatro grandes festivais de cinema do mundo, através dos filmes "O Espelho" (1997), que recebeu o Leopardo de Ouro em Locarno; "O Círculo" (2000), distinguido com o Leão de Ouro em Veneza; "Táxi" (2015), vencedor do Urso de Ouro em Berlim; e este Foi Só Um Acidente, que lhe valeu a Palma de Ouro em Cannes. PÚBLICO

Sessões

Críticas dos leitores

Foi só um acidente

Isabel Monteiro

É um filme extraordinário. Deve ser visto após o visionamento do "a banalidade do mal". Não é um filme fácil. Na sociedade portuguesa poucos, infelizmente, têm capacidade para o entender.

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Excelente

Nuno

Vale a pena. Mordaz, com notas de humor negro e um final que nos leva a acreditar na bondade das pessoas. Ou não?

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4 estrelas

José Miguel Costa

O multipremiado realizador iraniano Jafar Panahi arrecadou mais um galardão (Palma de Ouro do Festival de Cannes) com seu mais recente filme, " Foi Só Um Acidente". E, por certo, não se ficará por aqui já que será o candidato aos Óscares pela França (país que o produziu, em virtude deste ter sido filmado à revelia das autoridades do Irão - acto que, provavelmente, valer-lhe-á nova pena de prisão).

Escrito pelo próprio, sob a forma de um dramático e tenso "thriller" psicológico com umas pitadas de humor negro (quase caricatural), apresenta-se-nos como uma espécie de dilema moral sobre a dualidade perdão versus vingança, e constitui-se, à semelhança daquilo que é seu apanágio (embora, desta vez, de um modo politicamente mais explícito), como uma denúncia das atrocidades atentatórias aos direitos humanos cometidas pelo ditatorial regime teocrata ultra-consrvador dos ayatolas.

Filmado nos arredores de Teerão (com câmara à mão e privilegiando os planos longos), recorrendo a um elenco maioritariamente composto por actores não-profissionais, conta-nos a história de um mecânico que reconhece (pelo ranger da prótese da perna) o condutor de um carro que avariou à porta da sua oficina como sendo o sádico que o torturou, aquando da sua estadia na prisão (por ter participado numa manifestação em defesa de direitos laborais).

Acometido por um visceral acto impulsivo decide atropelá-lo, raptá-lo e enterrá-lo vivo num descampado. Todavia, aquando da derradeira pazada de terra, a dúvida ("será mesmo Ele?") e o remorso toldam-lhe o espírito. Motivo pelo qual enfia o alegado carrasco numa caixa e enceta uma estonteante viagem pela cidade, na sua velha carrinha, em busca de antigas vítimas que possam corroborar a identidade do mesmo (o que culminará numa bizarra reunião de personagens enfiadas num claustrofóbico "espaço sobre rodas").

Não é um dos melhores filmes do Panahi, provavelmente por ter prescindido da subtileza e do lirismo metafórico que o caracterizam, em detrimento de um enredo simples (com demasiados avanços e recuos repetitivos) e incisivo (cortando, desse modo, as "asas da nossa imaginação" - excepção feita ao impactante plano final).

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