Ursos Não Há
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Elenco
Sinopse
Numa aldeia junto à fronteira do Irão com a Turquia, decorrem duas histórias paralelas. Pessoas que se amam enfrentam sérias dificuldades na concretização do seu amor, quer pelos preconceitos da sociedade, quer por temor às autoridades que, mesmo ao longe, as vão vigiando.
Em competição na 79.ª edição do Festival de Cinema de Veneza – onde recebeu o Prémio Especial do Júri –, um filme sobre o valor da liberdade, escrito, produzido, realizado e protagonizado em segredo pelo iraniano Jafar Panahi ("Fora-de-Jogo", "Isto Não É Um Filme", "Táxi", “Três Rostos”), há anos perseguido pelo governo iraniano. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Em terra de ursos quem tem salmão é rei
Entre ficção e realidade, entre alegoria e metáfora, entre amor e morte, Jafar Panahi assina uma deslumbrante meditação moral sobre o acto de filmar.
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5 estrelas
José Miguel Costa
O iraniano Javir Panahin (um dos meus realizadores de culto), proibido de filmar em 2010 (e preso desde julho de 2022, depois de cumprir várias penas de reclusão domiciliária), voltou (corajosamente) a "trocar as voltas" ao opressor e ultra-conservador regime islâmico dos aiatolás, conseguindo "dar à luz" mais uma (magnífica) longa-metragem, "Ursos Não Há". Partindo de um microcosmos (uma pobre e retrógrada aldeia remota junto à fronteira da Turquia) constitui-se como uma espécie de metáfora ao Irão da actualidade, misturando para o efeito, de modo inteligente/inovador e subtil, drama e ironia. Tal como as obras antecessoras é uma auto-ficção "colada à realidade", na qual Panahi interpreta o papel de um consagrado cineasta com o seu nome, proibido de sair do país, que alugou provisoriamente uma casa rudimentar num pequeno povoado, para a partir daí poder dirigir uma equipa (através de skype - apesar do difícil acesso à internet) que está a filmar, numa cidade do outro lado da fronteira, a história de um casal de refugiados que aguarda desesperadamente o acesso a passaportes falsos para fugir rumo à Europa. Em simultâneo, o protagonista vê-se envolvido no seio de uma disputa entre dois homens por uma mulher, devido a uma fotografia que este alegadamente tirou e na qual a jovem partilha carícias, debaixo de uma nogueira, com um outro homem que não aquele que lhe foi destinado pelos familiares aquando do seu nascimento. Com base nestas duas histórias de amor díspares, contadas em paralelo, Panahi desenvolve uma narrativa politica e sociológica sobre as amarras do poder politico e das superstições ancestrais/medievais que controlam/condicionam a vida dos cidadãos comuns e o consequente desenvolvimento da nação.
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