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Watchmen - Os Guardiões

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Acção, Drama, Thriller 163 min 2009 M/16 05/03/2009 EUA, CAN, GB

Título Original

Sinopse

Numa América alternativa, em 1985, os super-heróis fazem parte do quotidiano. Mas quando um dos seus antigos colegas é assassinado, o vigilante mascarado Rorschach decide investigar e descobre uma conspiração que visa assassinar e desacreditar todos os super-heróis. À medida que recupera os contactos com a antiga legião de justiceiros - um grupo heteróclito de super-heróis reformados - Rorschach descobre uma conspiração mais vasta que está ligada ao seu passado e que pode ter consequências catastróficas para o futuro. A missão deles é vigiar a humanidade, mas quem vigia os super-heróis? PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Watchmen - Os Guardiões

Mário Jorge Torres

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Super-heróis

Luís Miguel Oliveira

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O fim das ilusões

Jorge Mourinha

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Críticas dos leitores

...

Anónimo

História... e nao "estória"
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Banda desenhada obscura, filme chato

Nazaré

Mais uma transposição duma banda desenhada. Mas quem é que por cá conhece os Minutemen/Watchmen? É difícil que estes desconhecidos super-heróis dos anos 80 prendam o interesse do tuga. Agora, que as imagens são por vezes espectaculares, sem dúvida.
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Estória sim! História é outra estória! :P

Ortografia

Já está aí à porta um novo acordo ortográfico (este sim cheio de porcarias novas que não lembram a ninguém normal), e ainda o pessoal não conhece as alterações que existem na ortografia portuguesa há maisde 10 anos! Ora, já há bastante anos (nem sei quantos) que passou a haver duas ortografias para o que antes se escrevia apenas "história". Temos a "estória", que siginica "conto" (equivalente em inglês: story), E temos "História", como a relatada pelos "historiadores" e cujo equivalente em Inglês é "History", Faz todo os sentido esta nova ortografia, ao contrário de alterações como retiraram o "c" da palavra "facto", quando todos nós em Portugal o pronunciamos alto e bom som! Já agora, o filme é muito bom e a ESTÓRIA até está muito bem escrita, para quem tem a inteligência de a conseguir acompanhar... :)
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Watchmen - Os Guardiões

Homem Aranha

Vi mas gostei mais dos meus.
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Depois do 300, uma trapalhada

raquel.m.

Confesso que só fui assistir a este filme, com a esperança de que esta adaptação de banda desenhada estivesse próxima do trabalho desenvolvido no 300. No entanto ficou bastante aquém dessa expectativa. Este filme é uma confusão de histórias, que se mal se percebem entre as vidas dos vários personagens, o cenário da história dos E.U.A. no séc. XX, a investigação criminal e por aí adiante. São tantos factos a serem contados em três horas, que o encadeamento dos acontecimentos dispersa-se. O aspecto visual espectacular deste tipo de cinema perde-se porque o ritmo do filme é descompassado. O que poderia ser uma história espectacular e bem contada caiu numa trapalhada de cenas, personagens e pequenos momentos.
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Bom filme

Bob

Primeiro escreve-se história e não estória. E depois vai ver o filme primeiro, porque aqui fala-se do filme e não do livro sim?
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Super Heróis ou Policial

Afonso Parreira

Honestamente eu não vi o filme, mas li o livro de banda desenhada quando foi publicado há cerca de 20-25 anos atrás. Partindo do princípio que a estória do filme se baseia no livro, esta não é uma estória de super heróis, é sim uma estória policial com crítica política à mistura. Os super heróis são simplesmente um meio de chamar a atenção.
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Who watches Zack Sny

Hugo Almeida

Em qualquer adaptação de uma obra artística para outro meio, a apreciação tende a focar-se na fidelidade da adaptação à obra original (quer em forma, quer em conteúdo) e na justificação da transposição. A primeira é em última análise uma questão secundária: por razões de assinatura e relevância da obra, é (idealmente) concedida ao autor liberdade total no processo de adaptação, de forma que a sua seja uma obra autónoma, capaz de se articular a si própria. De outra forma, projectos que se cometem a adaptações cinematográficas estariam condenados a produzir somente filmes que não seriam mais do que exercícios de técnica fúteis. É por isso mesmo que justificar a transposição para outro meio é importante: perceber porque é que a obra foi adaptada e onde é que essa adaptação e o que acrescentou/alterou/removeu se coloca não só face ao trabalho original, mas também em relação a outros do mesmo meio. No caso específico das adaptações de banda desenhada para cinema (ou vice-versa), é talvez onde o confronto entre original e adaptação se possa fazer em maior igualdade de circunstâncias, dado que são ambos meios visuais cujas linguagens se desenvolveram e amadureceram em simultâneo. E apesar de cada meio ter especificidades próprias que não podem ser exploradas pelo outro (no controlo da passagem do tempo, nas formas de representação da imagem e do som, etc.) existem equivalências na linguagem de ambos os meios, não só por questões ontológicas, mas por ocasionais partilhas de experiências (se bem que, talvez por uma maior humildade do meio da banda desenhada, é um processo que mais parece unidireccional, no sentido cinema – banda desenhada); por exemplo: na apropriação da banda desenhada de estratégias narrativas originalmente concebidas para o cinema; ou na utilização mais ou menos informal de jargão técnicocinematográfico em discussões de banda desenhada. Tendo dito isto, é admissível que uma adaptação não tenha outras intenções que não o recontar da história ou a homenagem. “Watchmen” faz claramente parte dessa categoria. Tendo em conta que é só isso, sem nuances ou intenções subliminares demais, torna-se inevitável que a discussão se faça ao nível da competência do filme em ser fiel à obra original, já que na verdade não possui autonomia. Em forma, “Watchmen” é competente. O texto original mantém-se (com a omissão de várias cenas e textos que de outra forma obrigariam o realizador a conduzir um épico da duração de “Intolerance”, de Griffith). Os personagens são os mesmos e com as mesmas vozes, as cenas e trama presente também; os adereços são reproduzidos de forma mais ou menos fiel, ajustados às sensibilidades de uma audiência mainstream e à tendência histórica de adaptar o spandex do comic book ao cabedal, de forma a emprestar aos personagens um ar mais cool ou ameaçador (particularmente no caso do personagem de Nite Owl, representado por Patrick Wilson). A fotografia de cores saturadas, à qual já tinhamos sido expostos no filme anterior de Zack Snyder, 300 (e que faz lembrar outra adaptação recente – e monstruosamente falhada – dos comics: Hellboy) em detrimento de uma opção mais contida, contradiz estéticamente a premissa de desconstruir o género dos super-heróis; é mais um cliché característico das adaptações de comics. Mas isso é quase um pormenor. “Watchmen” falha essencialmente em conteúdo. É uma adaptação intelectualmente desonesta que subverte a intenção da obra original. Com o seu filme, Snyder alimenta as expectativas que Hollywood tem sobre o género dos super-heróis (expectativas essas que, de qualquer das formas, já foram contrariadas por um filme superior, O Cavaleiro das Trevas): que os comics, em particular os de super-heróis, são apenas e necessariamente a expressão acrítica de fantasias sexuais e de poder pré-adolescentes. Sobre uma narrativa de um grupo de personagens com uma dinâmica e motivações complexas (que se deve exclusivamente ao trabalho original de Alan Moore e Dave Gibbons), Watchmen O Filme sobrepõe uma colecção de caricaturas e cenas histriónicas de levantar o sobrolho, em que os actores se esforçam por evidenciar, de forma embaraçosa e frequentemente histérica, o papel social ou a disposição emocional de cada personagem. Nesse sentido, e como transposição linear de Watchmen O Comic, trai a intenção original da obra, pervertendo a subtileza e sofisticação do storytelling de Moore e Gibbons para dar à audiência uma versão digest. As poucas cenas de acção que existem no filme (Dr. Manhattan, interpretado por Billy Crudup, não conta: tem poderes ilimitados) foram corrompidas com poses juvenis e afectações que caíram em desuso nos anos 90. Os personagens, que no comic são pessoas adultas conscientes do seu próprio ridículo, e desconfortáveis nos seus uniformes de mascarados, aqui apresentam-se com acrobacias espampanantes, e ares de arrogância e orgulho no seu poder marcial. A banda sonora (Dylan, Hendrix, Simon & Garfunkel, música pop dos anos 60, suscita estranheza, dado que em muitos dos casos ilustrava cenas de uns anos 40 ou 80 ficcionais) é gratuita e descontextualizada; tanto que temi pelo momento em que “Heroes” de David Bowie – ou qualquer equivalente dos anos 60 com referências superficiais ao cenário do filme – surgisse a anunciar a resolução do conflito a par de uma vista panorâmica solene sobre a Antárctida; momento que, felizmente, nunca chegou. Estou disposto a admitir, no entanto, que é possível que exista um racional que me escapou para a escolha da banda sonora, quanto muito porque evitou, intencionalmente ou não, os clichés das caracterizações de época. Se bem que não é justo pedir que uma adaptação seja uma transliteração, pelas razões indicadas acima, é de apontar ainda a ausência do final original do comic, que dado o seu conteúdo sci-fi quase absurdo, pode ter sido vítima de uma tentativa de saneamento do conteúdo para uma audiência mais mainstream. Mas isso não é nada comparado com todos os outros problemas do filme. Há uma outra preocupação que surge, tendo em conta o filme anterior de Snyder. Neste, tal como em Watchmen, o realizador optou por tornar o vilão implicitamente homossexual. No caso de 300 era o decadente e andrógino império persa, encabeçado pelo Xerxes de Rodrigo Santoro; neste é o Adrian Veidt (Matthew Goode) de maneirismos, que é apanhado em confraternização em frente do Studio 54 com os Village People, e cuja sede da empresa de que é dono emite um grande triângulo púrpura de luz. Longe de mim querer acusar o realizador de propaganda homófoba, mas como se diz na gíria do baseball: third strike and you’re out. “Watchmen” , o filme, falha. Zack Snyder pretendia ser o apóstolo de uma nova Era de adaptações de comic books ao fazê-lo com um dos exemplos máximos da desconstrução do super-herói. Infelizmente, não percebeu que não bastava fazê-lo superficialmente; que para fazê-lo bem, como deve ser, precisava de se libertar dos clichés da representação de super-heróis em película (em detrimento da fidelidade à fonte, se necessário). É um filme que sai completamente derrotado no confronto com O Cavaleiro das Trevas. Não só isso, como Snyder comete o pecado de informar Hollywood que a grande obra de super-heróis Watchmen, afinal também sofre dos maneirismos de outros. E isso é difamação. Na cabeça de muita gente, este ainda é um género para crianças, sem capacidade de explorar metáforas complexas, ou falar de temas importantes. E na verdade fá-lo frequentemente, recorrendo à sua gramática e lógica internas tão legítimas como as de qualquer outro género, independentemente da sua irrealidade. Marcuse, no seu livro A Dimensão Estética diz o seguinte: « (...)as qualidades radicais da arte, em particular da literatura, ou seja, a sua acusação da realidade existente e da “bela aparência” da libertação baseiam-se precisamente nas dimensões em que a arte transcende a sua determinação social e se emancipa a partir do universo real do discurso e do comportamento, preservando, no entanto, a sua presença esmagadora.» É acima de tudo essa presença esmagadora que falta a Watchmen O Filme. (x-posted em http://jenny-junkie.livejournal.com/)
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É um género

Rui Pires

E como tal, está dependente do gosto do espectador - se o espectador gosta, ou não, deste género de filme. Sendo um grande apreciador do género (que considero ser "tentativa de adaptação de uma obra, já de si extremamente ambiciosa e de uma qualidade incomparável a outras obras do seu médio, para um médio diferente que se rege por regras um pouco diferentes"), devo dizer que há coisas algo escusadas neste filme. Coisas que não compreendo, ou que posso compreender apenas se tentar pensar como o realizador, um exercício que espectador algum deveria fazer. Não compreendo, por exemplo, a brutalidade e a violência - exagerados - das cenas de acção... a não ser que imagine que talvez Snyder tivesse tentado concentrar, nesta brutalidade, todo o lado mais obscuro e violento da BD original, visto que se viu forçado a cortar cenas que poderiam fazer esse trabalho por ele (mais notavelmente, a morte de Hollis Mason). Não compreendo o porquê de cenas sexuais tão explícitas - parece que se perdeu a arte da subtileza. A não ser que imagine que Snyder tentou com elas dizer que "estes super-homens também são pessoas"... o que se perde com o facto de estes super-heróis que são pessoas terem ossos tão resistentes que quando a cabeça deles bate na parede, é a parede que cede. Não compreendo a ausência de cenas tão reveladoras como quando, durante o salvamento do prédio em chamas, os heróis (na BD) servem café. Isso sim, é o tipo de toque que mostraria a realidade inerente. No geral, o filme acaba por ser mais BD do que pretendia. Mas compreende-se - é um meio caminho entre "estes heróis são reais" e "isto vem de uma BD". Tentou-se capturar o espírito da BD, com a fotografia, as cores, e tudo o mais. É uma postura. Pode-se gostar ou não. Posto tudo isto... devo dizer que achei a adaptação *brilhante*. Mesmo os actores que a início não me convenciam, como Mathew Goode em Adrien Veidt, conseguiram capturar-me. Foi uma delícia poder ver na pele todas as personagens da BD, mesmo as que foram mais alteradas - as alterações faziam sentido no contexto do filme (e estou a pensar muito especificamente na primeira Silk Spectre). A cena mais bonita, e que parece ser a menos falada e mais menosprezada, é a cena da chegada de Osterman a Marte. Essa cena, dotada de uma fotografia fidelíssima à BD, foi o que me fez finalmente pôr de parte as minhas dúvidas e apreciar o filme. É um momento de pura beleza - que mais tarde irá contrastar com a violência extrema... mas hesito em chamá-la gratuita. Hesito. Este filme não é para todos, decerto. Não o posso recomendar - não conheço ninguém que poderá gostar dele como eu gostei. Mas é um trabalho monumental, extraordinário, e já por isso merece louvores. Os actores estão, para o que se pretende, fenomenais - Rorshach, Nite Owl e The Commedian em particular estão de parabéns. Curiosamente, pareceu-me ver em Rorsach o Clint Eastwood dos tempos modernos - tire o leitor, daqui, a interpretação que quiser. Em suma - quem não gostar dos primeiros 15, 20 minutos (incluindo o belíssimo genérico) bem pode sair - é uma boa mostra do que vem aí, e é escusado aturar 3 horas de filme que se sabe que não vai gostar. Mas quem se sentir intrigado pode ficar a assistir, e sairá recompensado. Tenho pena que o final não tenha capturado exactamente a moralidade ambígua da BD, mas não andou longe. Já é muito bom.
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Muito Bom

Henrique

Seria muito difícil conseguir fazer melhor em 3 horas.
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