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Undine

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Drama, Romance 91 min 2020 M/12 15/04/2021 ALE, FRA

Título Original

Undine

Sinopse

<div>Undine é uma historiadora de arte que dá conferências sobre o desenvolvimento urbano da cidade de Berlim. Certo dia, apaixona-se por Johannes, com quem inicia um relacionamento amoroso. Quando ele a troca por outra mulher, Undine vê-se tomada por um desejo incontrolável de o matar. </div> <div>Com argumento e realização do alemão Christian Petzold, o celebrado autor de "Barbara" (2012), "Phoenix" (2014) e "Em Trânsito" (2018), um filme dramático de dimensão sobrenatural que volta a reunir os actores Paula Beer e Franz Rogowski (o par romântico de "Em Trânsito"). A personagem principal, que também dá nome ao filme, representa o mito da Ondina, a ninfa aquática que apenas adquire alma através do amor e que está  destinada a assassinar o amante que lhe seja infiel. PÚBLICO</div>

Críticas Ípsilon

As ninfas sob Berlim

Luís Miguel Oliveira

Quanto mais próximo do final, mais encantado — até que já ninguém possa dizer com certeza em que mundo estão afinal cada uma das personagens. É belíssimo.

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Críticas dos leitores

Undine

Fernando Oliveira

As Ondinas são seres elementares e sobrenaturais associados à água. A mitologia conta-nos que vivem em lagoas rodeadas por florestas; ganham a forma humana e uma alma quando amam e são amadas por um homem, têm de o matar e regressar à água quando esse amor acaba. <br />É dessa lenda que Christian Petzold se apropria e transforma neste lindíssimo melodrama em que a personagem principal tem o nome destes seres: Undine. É portanto uma história de amor com um apelo ao sobrenatural; o maravilhoso e o sublime, a beleza que também há naquilo que é trágico, enleados; amores obsessivos e sacrificiais, embalados pela música de Bach, que tanto sublinha o onirismo, como nos inquieta. Como um filme de Sirk sem o excesso porque envolvida por uma “frieza” emocional muito germânica. O arrebatamento olhado do outro lado da janela. <br />Estória de encantar contada neste tempo, começa com uma conversa numa mesa de café em Berlim; o namorado de Undine diz que a vai deixar, ela sentencia: “Se me deixares, mato-te. Sabes disso?”. E ele deixa-a; e a água toma conta da história – Undine é uma historiadora que trabalha no Centro de Desenvolvimento e Planeamento Urbano (?) da capital alemã, cidade que foi construída sobre terrenos alagados; e é "debaixo" de água que Undine conhece um novo amor, o aquário do café que destroem acidentalmente; e ele é um escafandrista, faz fundição subaquática. Numa estória ainda ancorada na realidade, a água e o “peso” da mitologia chamam por Undine. Depois quando este homem “morre”, Undine cumpre o seu destino, mata e regressa à água, um sacrifício por amor. O irracional toma conta do filme mais onírico de Petzold, enquanto o esverdeado, das águas das lagoas enevoa a magnifica fotografia de Hans Fromm, e que espelha nos belos olhos de Paula Beer (que volta a ser a protagonista de um filme de Petzold, após o anterior, e também muito belo, “Transit”, o que também acontece com Franz Rogowski), a realidade e a fantasia encharcam-se uma na outra. Um filme que nos obriga a acreditar. <br />Belo, mesmo muito belo, onde Petzold abandona a História (sem realmente a abandonar) e agarra-se às estórias da mitologia (e à memória de algum Cinema clássico americano, Tourneur de forma óbvia, alguém lembrou Hitchcock), num filme só sobre o amor. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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3 estrelas

José Miguel Costa

"Phoenix" (2015) e "Em Trânsito" (2019) integram o "meu top 10" de filmes dos respctivos anos em que foram exibidos comercialmente, pelo que a expectativa em relação à nova obra do cineasta alemão Christian Petzold, "Undine", era naturalmente elevada (pena que tenha sido gorada). <br /> <br />Um intrigante romance dramático que cruza realidade e fantasia sobrenatural (já que alegadamente efectua uma reinterpretação contemporânea do mito de ondina, a ninfa que emerge das águas para enganar e seduzir homens frágeis - sendo que, fruto da minha gnorância, apenas me apercebi de tal facto pela leitura da respectiva sinopse, até porque a mulher que nos é apresentada surge-nos destituida de quaisquer poderes e quanto muito é acometida por determinados acontecimentos mágicos) num ambiente exclusivamente naturalista. <br />Deste modo, a narrativa revela-se algo ambigua, prejudicando a percepção dos significados/significância da história (que nos coloca perante o evoluir de um romance extemporâneo entre uma historiadora freelancer, que efectua visitas guiadas num museu berlinense, e um visitante ocasional de tal espaço cultural, após esta ter acabado o relacionamento com o seu namorado poucos minutos antes). <br /> <br />Realce-se a prestação da dupla de actores, Paula Beer (galardoada com o prémio de melhor actriz no festival de Berlim) e Franz Rogowski, que foi, igualmente, protagonista no anterior filme do Petzold.
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