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Um Segredo do Passado
Título Original
Labor Day
Realizado por
Elenco
Sinopse
Incapaz de superar a sensação de abandono causada pelo divórcio, Adele é uma mulher deprimida e cheia de fobias que mal consegue cuidar de Henry, o filho adolescente. Certo dia, durante uma ida à cidade, mãe e filho são abordados por Frank Chambers, um homem ensanguentado que, sob ameaça, os obriga a escondê-lo na sua própria casa. Lá chegados, Frank revela-lhes que acabou de fugir da prisão, onde cumpria pena por homicídio, e que tem a polícia em seu encalço. No entanto, se ao princípio Adele e Henry se vêem a ajudar aquele estranho por falta de alternativa, à medida que Frank lhes vai falando do passado, nasce entre os três um vínculo que, contra todas as probabilidades, lhes vem dar esperança num futuro melhor…<br /> Baseado no best-seller de Joyce Maynard, um filme dramático realizado por Jason Reitman (“Juno”, “Nas Nuvens”), que conta com Kate Winslet, Josh Brolin, Gattlin Griffith e Tobey Maguire nos principais papéis. PÚBLICO
Críticas dos leitores
Um segredo do passado
Fernando Oliveira
Ver um filme onde se sente que o realizador dá importância à narrativa, àquilo que conta, aos personagens e aos actores que as representam, um filme que acredita em finais felizes; um filme impregnado de um sentir clássico, mas capaz de o reinventar; ver um filme assim deixa-nos envolvido por ele durante muito tempo, deixa-nos num estado quase eufórico, faz-nos sentir felizes por amarmos o Cinema. <br />Que Jason Reitman era um excelente contador de histórias em filmes que na forma também eram muito bonitos já o sabíamos por causa de “Juno”, “Up in the air”, ou “Jovem adulta”, mas nesta adaptação do romance com o mesmo nome de Joyce Maynard, o realizador consegue juntar de forma extraordinária a força da história, fazer-nos entrar na vida daquela família que temos pena de “abandonarmos” o filme, emocionarmos com e como os personagens; com uma notável recriação da vida daquela cidade rural da América em 1987; e ao mesmo tempo fazê-lo com a ingenuidade de quem acredita que histórias assim podem acontecer; e fazer-nos acreditar a nós. E como é bonita a forma como mistura pessoas e situações (a atenção com que nos mostra os pequenos acontecimentos do dia-a-dia) que são exemplarmente realistas, com uma sensação, que atravessa todo o filme, que parece sonhada. A história é improvável: uma mulher psicologicamente bastante abalada, carente, que vive sozinha com o seu filho, esconde um criminoso evadido. A situação inicialmente forçada evolui para uma reconstrução da possibilidade de um lar, de uma família, que Reitman mostra entre momentos de harmonia, de desejo físico, da ameaça do que pode vir de fora, em momentos de sublime intimidade que os extraordinários desempenhos de Kate Winslet, Josh Brolin e Gattlin Griffith sublinham. <br />E, depois, fazer-nos acreditar naquele final feliz, que nos é contado pelo filho anos mais tarde – é ele que nos narra os acontecimentos do filme, é ele que nos conta o desfecho – é algo só possível num filme que acredita no poder mágico do Cinema. É isto que “Labor day” é: um filme que acredita na força da arte de contar uma história através de imagens, no Cinema. <br />Magnífico, tal e qual o filme seguinte do realizador “Men, women & children”.
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