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Um Lugar para Viver

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Comédia Dramática 98 min 2009 M/16 01/04/2010 GB, EUA

Título Original

Away We Go

Sinopse

Verona (Maya Rudolph) e Burt (John Krasinski) são namorados, têm 33 anos e fazem uma aterradora descoberta: vão ter um filho. Quando percebem que os pais dele vão deixar o país um mês antes do nascimento do bebé tomam consciência que já nada os prende ao lugar onde vivem. Decidem então fazer uma longa viagem pelos EUA e Canadá em busca de um lugar para viver e de um modelo familiar que os inspire no seu novo papel de pais. Pelo caminho vão reencontrar velhos amigos, alguns com famílias mais excêntricas, outros mais conservadores, mas todos com as suas próprias contrariedades e alegrias. No final ambos vão compreender que o lugar a que chamarão lar é, de todos, o detalhe menos importante...<br/> O último filme de Sam Mendes ("Beleza Americana", "Caminho para a Perdição", "Revolutionary Road"), em estilo "road movie", fala sobre a beleza de cada recomeço e do pouco controlo que cada um pode ter sobre o seu próprio destino.<p/>PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Um lugar para viver

Mário Jorge Torres

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Críticas dos leitores

As ruas da amargura de Sam Mendes

Raúl Reis

Há dez anos, quando Sam Mendes – um neto de portugueses nascido em Inglaterra – assinou o seu primeiro filme anunciou-se um prodígio. Não era para menos: “American Beauty” continua nos lugares cimeiros do “ranking” de grandes filmes contemporâneos. Mendes continuou a ter direito a estrelas – Tom Hanks, Leonardo DiCaprio – mas os seus filmes não conseguiram a unanimidade do primeiro. “Revolutionary Road” é um óptimo filme mas nem o público nem a crítica ficaram convencidos. Era material para ganhar um Óscar à força, diziam uns; ou não fazia justiça ao livro, queixavam-se outros. De “Away We Go” ninguém pode dizer as mesmas coisas. O argumento é original, foi escrito para ser um filme e as personagens principais são actores de televisão. John Krasinski é Burt, um rapaz no início dos trinta, casado com Verona (Maya Rudolph). Quando Verona sabe que está grávida, o casal vai anunciar a notícia aos pais de Burt. Estes são um casal concentrado nos seus problemas e parece que nem reparam na importância da notícia que o filho lhes transmite, anunciando por seu turno que partem para Antuérpia. O diálogo que os quatro têm à mesa é um dos bons momentos deste filme, cheio de sentido de humor e crítico. Burt e Verona ficam desiludidos e perdidos com esta espécie de abandono protagonizado pelos pais. O casal toma finalmente consciência de que vive como se fossem estudantes – apesar de já terem 33 e 34 anos – e decide partir à procura de sabe-se lá o quê, mas talvez de amigos, de exemplos, e do que possa ajudá-los a encontrar um lugar para assentar. Curiosamente, “Away We Go” é o lado divertido do mesmo drama existencial de “Revolutionary Road”. Um casal em busca do seu futuro, confrontado com decisões que o nascimento de uma criança impõe. Em “Revolutionary Road” as decisões e as dúvidas vieram mais tarde (talvez porque se passa nos anos 50 e a vida era mais pré-formatada). Burt e Verona têm a sorte de ir (sobre)vivendo até aos trinta e tais sem se colocarem questões existenciais. E, de repente, quando chega um bebé descobrem que vivem numa casa com uma janela tapada com um cartão...Os actores realizam uma excelente prestação pelo seu bizarro alheamento, mas o destaque vai para Maggie Gyllenhaal pelo seu papel de “hippie” rica. Como alguém disse, não há nada mais insuportável que uma “hippie” rica e é exactamente esse sentimento que o filme transmite. As personagens principais – diz-se – são uma espécie de “alter egos” dos argumentistas, um casal de escritores um tanto pretensiosos. Talvez isso explique a impressão que fica de que este casal até sabe tudo e que eles são os únicos capazes de descobrir o caminho da felicidade que, como sabemos, passa por todas as ruas menos pela Revolutionary Road.
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