Sete Homens para Matar
Título Original
Seven Men from Now
Realizado por
Elenco
Sinopse
Texto: Cinemateca Portuguesa
Críticas dos leitores
7 homens para matar
Fernando Oliveira
Uma noite chuvosa na imensidão desolada do Oeste americano, um homem a pé aproxima-se de uma gruta, lá estão outros dois homens abrigados, à conversa vem um assalto recente numa cidade próxima, os dois homens perguntam se já capturaram os assaltantes, o outro responde que apanharam dois; a câmara abandona a gruta, ouvimos dois tiros. Na manhã seguinte aquele homem encontra um casal numa carroça atolada na lama, ajuda-os e acompanha-os na viagem para sul. “7 homens para matar” é um dos sete westerns que Budd Boetticher realizou, interpretados por Randolph Scott e quase todos com o argumento escrito por Burt Kennedy, e o homem que vai matar os sete homens é o antigo xerife de Silver Springs, onde decorreu o assalto, e durante o qual foi assassinada a sua mulher. Sobre este filme, Bazin escreveu que era o mais inteligente dos westerns que conhecia, mas também o menos intelectual, o mais refinados e o menos estético, o mais simples e o mais belo. Será um exagero (até destes sete gosto muito mais de “A marca do terror” e de “Comanche station”), mas define bem o Cinema de Boetticher. Estes sete filmes contam quase todos a mesma história: o personagem interpretada por Scott é quase sempre um homem destroçado por um acontecimento do seu passado, à procura de uma possibilidade de redenção, muitas vezes para se vingar; um homem de ideias simples, mas integro, inabalável no “caminho” que escolheu, e que aprendeu a viver com a sua solidão e com a solidão das paisagens inóspitas por onde deambula. Ben Stride é também um homem assim, esmaga-o o peso da culpa pela morte da mulher e procura pela vingança uma possibilidade de esbater esse remorso. Nem o namorisco “controlado” feito pela mulher do casal lhe anima a alma. O desencanto impede-o de procurar a felicidade. Embora neste filme, a felicidade talvez vá ao seu encontro… Em todos estes filmes de Boetticher é notável recusa quase cruel de qualquer ideia do enaltecimento mitológico que associamos ao western, mas há ao mesmo tempo um fascínio pelos códigos do género; é este desfasamento que Bazin talvez descreva na sua opinião. São filmes “livres”, um Cinema absolutamente inteligente e de uma eficácia formal extraordinária. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
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