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Saraban

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Drama 120 min 2003 M/12 12/07/2000 SUE

Título Original

Saraband

Sinopse

Depois de "Cenas da Vida Conjugal", Ingmar Bergman, o célebre cineasta sueco, volta a reencontrar as personagens que Liv Ullman e Erland Josephson então personificaram (a que se juntam também Borje Ahlstedt e Julia Dufvenius), num filme que descreve como "um concerto para uma orquestra sinfónica, com quatro solistas". Trinta anos passaram desde que Marianne e Johan se separaram. Mas quando Marianne sente que ele precisa dela, decide visitá-lo na velha casa de campo onde vive. Apesar de todos estes anos sem se verem, entre os dois a cumplicidade não esmoreceu. Marianne conhece o filho de Johan, Henrik, e a filha deste, Karin. E muito rapidamente compreende que Henrik tem um amor possessivo pela filha e que Johan só sente ódio e desprezo pelo filho. Poderá a presença de Marianne trazer um pouco de serenidade a esta família atormentada? Há mais de 20 anos que um filme de Bergman não estreava nos cinemas comercialmente e este é tido como o seu último filme. PUBLICO

Críticas Ípsilon

Rostos e Almas

Eduardo Prado Coelho

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"Saraband"

João Bénard da Costa

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O rosto de Kari

Augusto M. Seabra

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A última dança

Luís Miguel Oliveira

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Saraband

Kathleen Gomes

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Há muito, muito tempo...

Vasco Câmara

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Saraband

Mário Jorge Torres

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Críticas dos leitores

Um filme raro

G. Figueiredo Augusto

"Saraband" foi anunciado como sendo o último filme de Ingmar Bergman, que parece agora sim querer retirar-se de vez da actividade cinematográfica. O filme foi portanto aguardado com justo entusiasmo e expectativa. Não desiludiu. "Saraband" é um filme raro ainda que doloroso e, em alguns momentos, cínico. Bergman recupera as personagens de "Cenas de uma Vida Conjugal" - Marianne e Johan (embora seja indiferente de onde vieram as personagens) - e, 30 anos depois do divórcio, eles reencontram-se na casa de campo de Johan. Relembram o amor passado, a vida em conjunto, as memórias de uma união dissolvida. Pelo meio há Henrik (o filho de um dos casamentos de Johan) - viúvo - e Karin (a neta de Johan), que sonha por viver longe do amor possessivo do pai.<br/><br/>Henrik e Johan odeiam-se. Karin escolhe Marianne para sua confidente. A partir daqui é um desfilar pelo interior da alma humana, daquelas personagens que Bergman dirige de forma magistral. Bergman descreve "Saraband" como uma sinfonia para quatro solistas, mas na verdade são mais as personagens: há a omnipresente Anna, a mulher de Henrik, mãe de Karin, há as filhas de Johan e Marianne... O filme está dividido em dez partes com prólogo e epílogo. No início, Marianne apresenta as fotografias, que vemos espalhadas em cima de uma mesa. E começa a sinfonia...
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Poesia

Hugo Char

Sobre o filme, tenho a dizer que o que vi/senti foi uma forma de poesia, uma forma de dizer/mostrar as coisas, as formas, o mundo, as vidas. Um filme subtil e inteligente, suave e agreste, enfim uma forma suave de espetar algo afiado e contundente nas consciências, tantas vezes inconscientes, dos poucos privilegiados que usaram ver este "filme". Sobre os críticos, é uma pena (embora compreensível) que não consigam ver as obras dos realizadores sem olharem para o seu passado, para o seu percurso, para os outros filmes. Que já não consigam ter a visão pura de quem vislumbra uma obra pela primeira vez! No fundo, acredito que eles gostariam de ter essa sorte.
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Almas

Pedro Soares Lourenço

O que escrever sobre "Saraband"? O que dizer sobre "Saraband"? Será um filme sobre o amor ou sobre o ódio? Haverá amor mais forte do que aquele que se sente por quem já não está? E ódio maior do que aquele que se sente por quem se devia amar, ou já se amou? Dizer que "Saraband" é um enorme fresco é um lugar comum. Dizer que "Saraband" é catártico é uma banalidade. Falar da beleza de Karin? Do erotismo, perturbante, como Bergman filma? Da música? "Saraband" é belo e incomodo. Carregado de surpresas a cada cena, e felizmente não são muitas. Cinema do antigo, clássico, infinitamente belo. Tragicamente doentio. Sinceramente não sei dizer mais sobre "Saraband".<BR/><BR/>Filmado digitalmente e divinalmente, coloca o cinéfilo no eterno dilema. Para onde o futuro leva o cinema "analógico"? Não sei. Sei, sim, que o azul daqueles olhos nos entra pela alma, como os nossos olhos entram por aquelas almas. Aqueles contrastes, impossíveis em película, carregam ainda mais os traços do cinema de Ingmar Bergman.<BR/><BR/>Mas somos uns sortudos. Porque aqui ao lado podemos ler o Mestre João Benard da Costa. E ele vê sempre muito mais do que nós. E explica-nos. E aprendemos. Ao lê-lo ficamos, por vezes, com a sensação que vimos filmes diferentes. Não foi o caso. Porque também eu não vi apenas corpos em "Saraband", vi almas.
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Bergman e os jovens....

Rui Cruz

Para mim, que sou novo, 25 anos apenas, e que só vi cinco filmes do Bergman, tenho a tecer as seguintes considerações sobre "Saraband". A sensação com que saí do filme foi a de que este era um legado, o testemunho de uma vida preenchida. O filme vive e desencadeia emoções violentas, desde já o aviso. Penso que de facto é preciso ter vivido bastante para entender este filme por completo; eu, não havendo vivido muitos dos dramas descritos no filme, o máximo que posso fazer é deixar-me levar, absorver as emoções, pôr-me no papel daquele avô, daquele pai, daquela neta. Não é fácil aos mais jovens entrar no universo de Bergman. A minha relação com este cineasta é curta, mas agarrou-me no primeiro filme que lhe conheci, "Persona". Em "Saraband" revejo os sublimes grandes planos do Bergman, a frieza do cinema nórdico na maneira como se filma e como se retratam os dramas psicológicos, tão caros a este magnífico realizador.<BR/><BR/>Quando se diz que este é um filme do passado, digo que para mim é um filme do presente, e mais ainda, do futuro, filmado como mais ninguém filma, como só Bergman ousou fazer. O já descrito plano do avô desnudado, entrando na cama da sua ex-mulher, é algo de demasiado belo para ser esquecido. Não propriamente de uma beleza plástica (ainda que também o seja), mas de uma beleza dramática quando ali adivinhamos o nosso futuro... Posso dizer que, quando fui ver o filme, era o único com menos de 30 anos na sala.<BR/><BR/>E quando o filme acabou e vi levantarem-se casais na sua maioria com mais de 50 anos, as lágrimas escorreram no meu rosto. Porque um dia, também eu vou ser velho, um dia também eu vou ter o corpo flácido, um dia também terei referências diferentes da geração mais nova... Mas estou certo que Bergman continuará a ser uma dessas referências, para mim quando tiver 50 como para os amantes de cinema na casa dos 20.
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