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Por Favor Rebobine
Título Original
Be Kind Rewind
Realizado por
Elenco
Críticas dos leitores
Um cineasta verdadeiramente independente
Raúl Reis
Michel Gondry é o realizador de "Por Favor Rebobine" e um dos mais surpreendentes cineastas da década. Cada um dos seus filmes é diferente do anterior - para o bem e para o mal - mas todos, sem excepção, são originais. É o caso de "Por Favor Rebobine". Um história curiosa sobre um clube de vídeo de New Jersey que tem cada vez mais dificuldades para atrair nova clientela (talvez porque os filmes estejem em formato VHS?).
O dono da loja (Danny Glover) decide modernizar o negócio e, para isso, parte em viagem de observação para analisar o que de melhor se faz no domínio do aluguer de vídeos. Na sua ausência, o patrão conta com o fiel empregado Mike (Mos Def) que habitualmente é de confiança. Mas isto era sem contar com a influência negativa de Jerry (Jack Black), um tipo claramente apanhado do clima que se mete constantemente em trabalhos. E que poderia acontecer de pior numa loja que aluga cassetes VHS? Que todas elas fossem desmagnetizadas. O improvável acontece graças às desventuras de Jerry que tenta organizar um ataque terrorista contra a bomba de gasolina mais próxima (é preciso vero filme para perceber estas confusões todas, por isso não vamos entrar em pormenores aqui). Sem cassetes para alugar, Jerry e Mike decidem simplesmente recriar os filmes mais populares e lançam-se numa (re)produção de filmes como "Ghostbusters" ou "Robocop". E o mais incrível de isto tudo é que os filmes caseiros que Mike e Jerry tornam-se um sucesso..
Conhecendo Michel Gondry, tenho a certeza de que quando era miúdo ele fez a mesma coisa. Por isso o filme me parece credível e quase realista. E depois, é um filme cheio de optimismo; um optimismo ingénuo, muito específico do cinema americano, em que um pequeno grupo de pessoas de um bairro pobre se unem para combater grandes grupos económicos. De uma certa forma, "Por Favor Rebobine" faz lembrar "Batteries Not Included", um dos filmes mais simbólicos dentro desta temática.
Apesar de ser um filme divertido e com qualidades para poder agradar ao grande público, Gondry imprime-lhe uma série de estranheza que o afasta totalmente do mainstream. Todo o filme é uma reinvenção dele próprio, passando do drama para a comédia para a fantasia sem dar tempo ao espectador para se adaptar. É uma mistura de estilos e géneros que - se lhe dermos uma oportunidade - se torna um prazer.
Michel Gondry é um cientista da Sétima Arte. O realizador francês gosta de experimentar permanentemente, mas a experimentação nem sempre faz bem ao filme. Às vezes apetece dizer ao realizador que guarde a ideia peara outro filme. Mas Gondry não ouve. Ele quer ser diferente e estranho e estranho outra vez.
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