Na República Popular da China, nos anos 70, perto do fim da Revolução Cultural, um homem da cidade é enviado como professor primário para uma aldeia, após vários anos de reeducação no campo. O homem, sem experiência pedagógica, tenta reproduzir o sistema de ensino oficial, copiando o manual de ensino que aprende de cor. Um dia, um aluno aplicado contesta o método do professor. Este inventa então uma nova pedagogia, baseada numa troca permanente de informações e na liberdade criativa, evitando utilizar o dicionário e criando o seu próprio vocabulário em função das necessidades. Transforma-se, assim, num Rei das Crianças, o nome pelo qual eram conhecidos os professores na antiga China. "O Rei das Crianças" foi um dos primeiros trabalhos de Chen Kaige e um dos primeiros sinais da chamada Quinta Geração do cinema chinês. A Quinta Geração formou-se no rescaldo da Revolução Cultural, trauma interno ao cinema de Chen Kaige e a que ele voltaria de forma explícita em "Adeus Minha Concubina", o seu filme mais conhecido. “O Rei das Crianças” foi nomeado para a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1988.