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O Fim do Mundo

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Drama, Crime 107 min 2019 M/16 17/09/2020 SUI, POR

Título Original

O Fim do Mundo

Sinopse

<div>Spira, de 18 anos, passou os últimos oito a cumprir pena numa casa de correcção. Agora, quase homem feito, regressa ao bairro da Reboleira, Amadora, onde vive a família. Parentes e amigos, contentes com o seu regresso, fazem questão que que se sinta sinta em casa. Ao contrário de Kikas, um dos mais influentes traficantes do bairro, que considera Spira uma ameaça e que vai fazer de tudo para que ele não seja aceite. </div><div>Seleccionado para competir no Festival de Locarno (Suíça), um filme dramático escrito e realizado pelo luso-suíço Basil da Cunha (“Até Ver a Luz”) que, na edição de 2020 do Festival IndieLisboa arrecadou os prémios Melhor Longa-Metragem Portuguesa e Árvore da Vida. No elenco encontramos um grupo de actores não-profissionais: Michel David Pires Spencer, Lara Cristina Cardoso, Marco Joel Fernandes e Alexandre Da Costa Fonseca, entre outros. PÚBLICO</div>

Críticas Ípsilon

Filmar contra o olhar da televisão

Luís Miguel Oliveira

O Fim do Mundo contém algo de bastante forte politicamente: a interioridade do seu olhar sobre o bairro é o reverso do olhar com que as imagens televisivas costumam captar este ou outros bairros similares.

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Críticas dos leitores

4 estrelas

José Miguel Costa

"O Fim do Mundo" é um filme dramático, escrito e dirigido pelo luso-suíço Basil da Cunha, cuja acção decorre no seio de um bairro pobre e degradado de génese ilegal, em processo de demolição por parte da Câmara Municipal, sito na Reboleira (Amadora). <br />Protagonizado exclusivamente por actores locais não profissionais (o que lhe imprime "verdade"/autenticidade) tem por foco central um enigmático jovem de 18 anos que retorna ao bairro após cumprimento de uma pena de 8 anos numa instituição de reinserção juvenil. No entanto, a forma de sentir e vivenciar o seu "berço" alterou-se, deixou de ser um elemento activo, passando para uma condição de observador (aparentemente) passivo e sem "vontades" (um "forasteiro"... que nunca dali irá sair). <br /> <br />Um retrato realista, apesar de não miserabilista (já que não envereda exclusivamente no campo do realismo social puro e duro, optando por também salpicá-lo com os pózinhos de um encantador realismo mágico e folclore), exposto de um modo naturalista (quase roçando o registo documental), sobre uma geração (perdida?) desenraizada que (sobre)vive à margem do mundo que "fica do lado de lá" daquele território (por falha de um Estado que se mostra incapaz de "derrubar as fronteiras" que ainda nos separam daqueles imigrantes africanos e seus descendentes). <br /> <br />Realce para a sua estética sombria e hipnotizante, com um certo "cheirinho" da cinematografia do mestre Pedro Costa (mas que consegue ir "mais além", saltando a vedação de filme de cariz autoral, dado que a sua forma de comunicar/contar as Histórias cativa "outros públicos").
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