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Na Fronteira

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Drama 110 min 2018 07/03/2019 SUE, DIN

Título Original

Gräns

Sinopse

<p>Tina é uma funcionária aduaneira que tem um olfacto apurado e é conhecida por cheirar a culpa das pessoas que lhe passam pela frente. Até ao dia em que um misterioso homem chamado Vore lhe troca as voltas, criando nela dúvidas sobre todo o seu trabalho e a sua própria identidade.<br />Segunda longa-metragem do iraniano-sueco Ali Abbasi, baseada num conto de John Ajvide Lindqvist, foi vencedor do prémio Un Certain Regard na edição de 2018 do Festival de Cannes e nomeado para o Óscar de Melhor Caracterização, mesmo que não tenha chegado à categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Com Eva Melander e Eero Milonoff. PÚBLICO</p>

Críticas dos leitores

Na fronteira

Fernando Oliveira

Tina é uma mulher estranha. Mais, tem a cara deformada e é muito feia. Mas tem uma característica extraordinária, consegue cheirar o que as pessoas sentem, qualidade que muito jeito lhe dá na sua profissão na alfândega. Tina é uma mulher solitária, vive com o companheiro numa casa na floresta, e recusa a intimidade. Um dia descobre um homem com um cartão no telemóvel com fotografias de crianças. A policia pede a Tina que os ajude a apanhar os pedófilos que tiraram aquelas fotografias…. Noutro dia, Tina encontra Vore, um homem que é quase a sua imagem ao espelho. E tão estranho como ela, o colega que o revista diz-lhe que afinal é uma mulher. <br />A partir daqui o filme evolui entre a investigação da policia e de Tina, e o seu envolvimento com Vore. Primeiro estranha, depois leva-o a viver num anexo de sua casa. Mas Vore, ao contrário dela sabe o que são: Trolls, criaturas de lenda, antigas e silvestres; e o folclore escandinavo vai envolvendo a história, e envolvendo as estórias desta história. Vore quer vingança, fazer aos humanos o mal que eles lhes fizeram, mas Tina ao mesmo tempo que se sente bestialmente atraída por ele (é indescritível a cena de sexo entre os dois quando um pénis emerge da vagina de Tina e ela “monta” Vore), é incapaz de aceitar o Mal. Quando as duas histórias se cruzam, ela tem de escolher… <br />O que é mais espantoso neste filme (o único que conheço de Ali Abbasi, realizador de origem iraniana a viver e a trabalhar na Escandinávia) é que vai fazendo crescer em nós a sensação de que estamos a ver algo de único, estórias nunca antes contadas. E fá-lo com uma notável habilidade de equilibrar o horror e o folclore com um realismo duro e cruel. E crermos na verdade do filme. Um filme que nos perturba, tanto como nos desafia porque nos coloca em suspenso… <br />Vamos esquecer a mensagem politica do filme (a Europa e o medo do que nos é estranho, e do que vem de fora – Tina é “cheira” quem entra no país), porque o que nos cativa são aqueles seres da floresta, a humidade, seres que comem larvas, fora daquilo que definimos como humano, mas tão próximos de nós: no bem e no mal. Seres que nos emocionam. <br />Uma estranheza que se entranha, portanto. Tina é por isto alguém muito belo. O filme também: belo e estranho. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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Filme único, a não perder

Maria Estevam

Todos os adjectivos que conheço são poucos para definir este filme. <br />É o contrário do compreensível, é o não do sim, é o sim do não, é a beleza do feio, é o soco no estômago, é indigesto, doloroso, faz falta Ver a quem não viu. <br />Fico feliz por ter admirado esta obra-prima.
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Uma pérola!

Marisa Costa

Não é fácil encontrar os adjectivos mais adequados para, em poucos minutos, descrever este filme. Há muito, mesmo muito tempo que eu não saía de uma sala de cinema com a alma cheia. Deve ter sido das ficções mais realistas que já vi, das histórias mais 'humanas' que já conheci. Está lá tudo! Tudo o que é a vida!
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Tudo a Declarar

J.F.Vieira Pinto

A “anomalia” de Tina, permite-lhe “cheirar” situações que à partida, seriam indetetáveis. Ela tem a capacidade de captar situações de “vergonha”, “culpa” ou de “raiva”. O passageiro que carrega no cartão de memória do seu telemóvel ficheiros de vídeos pedófilos, é um exemplo disso mesmo. No impropérios que os lesados lhe dirige como “cabra”, acrescentam o de “feiosa”. Tem sido doloroso viver com esse estigma. Na sua vida privada, tenta ter uma relação “normal” com Roland, o seu companheiro, apesar dos seu cães a não suportarem. Instinto animal?! <br />Tudo irá mudar. Tina, deparar-se-á com um “ser” semelhante. Ela sente-se incapaz de “o” cheirar. Na revista que o seu colega executa, chega à conclusão que “ele” é uma “ela”! Será mesmo assim? O desenrolar da história dar-nos-á outras conclusões... <br /> <br />Sem cair no estereótipo do cinema de terror ou do fantástico, Este “drama” é um olhar cruel sobre “as fronteiras” do “bem” e do “mal”, bem como do estigma omnipresente contra as pessoas “diferentes”, embora o filme seja bem mais que isso. Registo impecavelmente bem realizado. Destaque-se, obviamente, o trabalho de caracterização – sublime – de Tina (Eva Melander – é só “googlar” para a vêr “naturalmente”) e a juntar a isso, uns efeitos especiais q.b. “Na Fronteira” merece ser visualizado no grande ecrã. Pena que a distribuição seja deficiente. Nada de “anormal” tendo em conta o panorama atual da distribuição de cinema europeu. (***)
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5 estrelas

José Miguel Costa

BELISSIMO, INTELIGENTE, ARREBATADOR, INQUIETANTE, BRUTAL, HIPNOTIZANTE, VISCERAL, ALUCINADO, POÉTICO, GROTESCO, TOCANTE, DIABÓLICO, DIVINAL, REPUGNANTE, BIZARRO, DELIRANTE, MISTICO, ORIGINAL, RADICAL, VICIANTE, INESQUECÍVEL, INTIMISTA, ANGUSTIANTE, LIBERTADOR ... <br /> Todos estes adjectivos serão insuficientes para classificar o (quase) indefinível "Na Fronteira", um filme (do sueco de ascendência iraniana, Ali Abbasi) indutor de sentimentos dispares, que irá tornar-se, indiscutivelmente, num futuro clássico de culto. <br /> <br />Um bizarro conto de (des)encantar sobre a (não) aceitação da diferença e a desumanização das sociedades modernas, que deambula pelas fronteiras do realismo mágico, liberto de quaisquer convenções de género (entrelaçando, de modo excitante e sublime - sem perder o controle sobre a linha ténue que separa o real e o imaginário -, um cocktail infindável de narrativas e linguagens cinematográficas - algumas das quais alegadamente antagónicas entre si ... até agora!). <br />Nele acompanhamos Tina (Eva Melander irreconhecivel), a solitária guarda fronteiriça de aspecto "invulgar" (cuja beleza vamos assimilando com o evoluir da acção), detentora do dom de farejar as emoções humanas (o que a transforma numa prodigiosa caçadora de actos ilicitos), que um dia, por mero acaso, "coloca o nariz em cima" de um seu semelhante. E a partir dai ... "DEIXEM-SE TRANSPORTAR SEM FILTROS" (inclusive, quando se depararem com a cena de sexo mais surreal da História do cinema)!
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5 estrelas

José Miguel Costa

BELISSIMO, INTELIGENTE, ARREBATADOR, INQUIETANTE, BRUTAL, HIPNOTIZANTE, VISCERAL, ALUCINADO, POÉTICO, GROTESCO, TOCANTE, DIABÓLICO, DIVINAL, REPUGNANTE, BIZARRO, DELIRANTE, MISTICO, ORIGINAL, RADICAL, VICIANTE, INESQUECÍVEL, INTIMISTA, ANGUSTIANTE, LIBERTADOR ... <br /> Todos estes adjectivos serão insuficientes para classificar o (quase) indefinível "Na Fronteira", um filme (do sueco de ascendência iraniana, Ali Abbasi) indutor de sentimentos dispares, que irá tornar-se, indiscutivelmente, num futuro clássico de culto. <br /> <br />Um bizarro conto de (des)encantar sobre a (não) aceitação da diferença e a desumanização das sociedades modernas, que deambula pelas fronteiras do realismo mágico, liberto de quaisquer convenções de género (entrelaçando, de modo excitante e sublime - sem perder o controle sobre a linha ténue que separa o real e o imaginário -, um cocktail infindável de narrativas e linguagens cinematográficas - algumas das quais alegadamente antagónicas entre si ... até agora!). <br />Nele acompanhamos Tina (Eva Melander irreconhecivel), a solitária guarda fronteiriça de aspecto "invulgar" (cuja beleza vamos assimilando com o evoluir da acção), detentora do dom de farejar as emoções humanas (o que a transforma numa prodigiosa caçadora de actos ilicitos), que um dia, por mero acaso, "coloca o nariz em cima" de um seu semelhante. E a partir dai ... "DEIXEM-SE TRANSPORTAR SEM FILTROS" (inclusive, quando se depararem com a cena de sexo mais surreal da História do cinema)!
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