5 estrelas
José Miguel Costa
BELISSIMO, INTELIGENTE, ARREBATADOR, INQUIETANTE, BRUTAL, HIPNOTIZANTE, VISCERAL, ALUCINADO, POÉTICO, GROTESCO, TOCANTE, DIABÓLICO, DIVINAL, REPUGNANTE, BIZARRO, DELIRANTE, MISTICO, ORIGINAL, RADICAL, VICIANTE, INESQUECÍVEL, INTIMISTA, ANGUSTIANTE, LIBERTADOR ... <br /> Todos estes adjectivos serão insuficientes para classificar o (quase) indefinível "Na Fronteira", um filme (do sueco de ascendência iraniana, Ali Abbasi) indutor de sentimentos dispares, que irá tornar-se, indiscutivelmente, num futuro clássico de culto. <br /> <br />Um bizarro conto de (des)encantar sobre a (não) aceitação da diferença e a desumanização das sociedades modernas, que deambula pelas fronteiras do realismo mágico, liberto de quaisquer convenções de género (entrelaçando, de modo excitante e sublime - sem perder o controle sobre a linha ténue que separa o real e o imaginário -, um cocktail infindável de narrativas e linguagens cinematográficas - algumas das quais alegadamente antagónicas entre si ... até agora!). <br />Nele acompanhamos Tina (Eva Melander irreconhecivel), a solitária guarda fronteiriça de aspecto "invulgar" (cuja beleza vamos assimilando com o evoluir da acção), detentora do dom de farejar as emoções humanas (o que a transforma numa prodigiosa caçadora de actos ilicitos), que um dia, por mero acaso, "coloca o nariz em cima" de um seu semelhante. E a partir dai ... "DEIXEM-SE TRANSPORTAR SEM FILTROS" (inclusive, quando se depararem com a cena de sexo mais surreal da História do cinema)!
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