Decorria o Verão de 1964. Nos Estados Unidos o movimento contra a discriminação racial tinha finalmente dado frutos, com a aprovação, pelo Congresso, da Lei dos Direitos Civis, que proibia expressamente qualquer acto de segregação que tivesse por base a cor da pele. Não obstante, os estados do sul, como o Alabama e o Mississípi, continuavam a insistir em velhas práticas racistas. "Mississípi em Chamas" baseado em factos reais, decorre precisamente numa pequena cidade do Mississípi, onde Anderson e Ward (Gene Hackman e Willem Dafoe), uma dupla de investigadores do FBI, é chamada a investigar o desaparecimento de três activistas do Movimento pelos Direitos Civis. Sem cair na tentação da lição de moral fácil, o realizador Alan Parker filma, com objectividade, o clima de ódio racial que encontra numa cidade de província o ambiente propício para florescer. Grandes interpretações de Hackman e Dafoe, com Frances McDormand a mostrar já o talento que a levaria a ganhar, nove anos depois, o Óscar para melhor actriz pelo seu desempenho em "Fargo", dos irmãos Cohen. "Mississípi em Chamas", nomeado para sete Óscares em 1989, ganhou a estatueta na categoria de melhor fotografia.