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A Linha

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Drama 102 min 2022 M/12 22/08/2024 SUI, FRA, BEL

Título Original

Sinopse

Margaret (interpretada pela cantora, escritora e actriz Stéphanie Blanchoud) tem 35 anos e graves problemas de autocontrolo. Quando uma discussão com a mãe (Valeria Bruni Tedeschi) sobe de tom ao ponto de ela a agredir fisicamente, a polícia é chamada a intervir. Como consequência, é-lhe atribuída uma ordem de restrição que a impede de chegar a menos de 100 metros da progenitora. Para demarcar essa distância e para se assegurar que Margaret não piora a situação com as autoridades, Marion (Elli Spagnolo), a irmã mais nova, pinta uma linha azul no chão em redor da casa.

Arrependida e carente do apoio dos que lhe são mais próximos, Margaret luta contra um desejo descontrolado de se aproximar da mãe. Por isso, todos os dias ela aparece naquele marco e espera.

Co-produção entre a Suíça, a França e a Bélgica, um drama sobre disfuncionalidade e necessidade de reconciliação, realizado por Ursula Meier, também realizadora de Home - Lar Doce Lar (2008) e Irmã (2012). PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Lar, violento lar: A Linha, de Ursula Meier

Luís Miguel Oliveira

Este é um filme que se pressente cedo que vai desafinar, falhar o tom justo e as notas certas.

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Críticas dos leitores

2 estrelas

José Miguel Costa

A Linha, co-produção entre a Suíça, a França e a Bélgica dirigida pela Ursula Meier, é um drama sobre disfuncionalidade familiar e a inerente eclosão de conflitualidade decorrente da mesma. O filme abre com chave de ouro, exibindo a briga entre duas mulheres como uma espécie de furiosa dança ritualizada repleta de emotividade, em slow motion, ao som de uma estridente peça de música clássica. Percebemos posteriormente que a agressora é uma jovem adulta (socialmente desintegrada e incapaz de controlar os constantes episódios de agressividade) e a vítima a sua mãe (uma pianista emocionalmente inconstante e incompetente no desempenho do papel de progenitora). Fruto desta altercação (que implicou a surdez definitiva num dos ouvidos do elemento agredido) o tribunal decreta uma ordem de restrição que obriga a filha a manter-se afastada do lar numa distância mínima de 100 metros, pelo período de 3 meses. Desse modo, é pintada uma faixa azul no chão, em redor da casa, para delimitar de modo visível a zona de exclusão. Todavia, apesar da repulsa para com a progenitora não estar minimamente sanado (por motivos nunca explicitados, apenas intuídos), a descendente, de forma completamente ambigua, começa a sentir uma necessidade crescente de estar próxima do "objecto" alvo do seu ódio, pelo passará parte dos dias junto da barreira intransponível a mendigar atenção. Perante o big boom inicial e o interessante enredo de base seria expectável que a obra tivesse um desenvolvimento substancialmente mais satisfatório. Esta decepção, por certo, advém do facto da realizadora gradativamente caminhar para um registo de melodrama novelesco povoado por personagens caricaturais que teatralizam excessivamente os repetitivos momentos de tensão, tendo por consequência um esvaziar do peso dramático.

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