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Kill Bill - A Vingança: Vol. 1

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Acção, Thriller, Comédia min 2003 M/16 24/10/2003 EUA

Título Original

Kill Bill: Volume 1

Sinopse

<p><span style="line-height: 1.6em">"Kill Bill" é um épico da luta de uma mulher para fazer justiça. Uma Thurman é uma das agentes mais perigosas, conhecida por Black Mamba, de um grupo de elite chamado Deadly Viper Assassination Squad (DiVAS), criado por Bill (David Carradine). No dia do casamento, Black Mamba, grávida, é atacada pelo próprio Bill e pelas outras Vipers. Mas a noiva não morreu, ao contrário do que pensam os atacantes. Black Mamba ficou apenas em coma e quando acorda o único pensamento que tem presente é a vingança. A noiva vai ajustar contas com as outras DiVAS (Lucy Liu e Daryl Hannah, entre outras). Para o fim, ficará o confronto com Bill.</span></p> <p><span style="line-height: 1.6em">PUBLICO.PT</span></p>

Críticas Ípsilon

Gosto amargo

Mário Jorge Torres

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Cobras danadas

Vasco Câmara

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Kill Bill - A Vingança: Vol. 1

Luís Miguel Oliveira

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Puro virtuosismo visual

Kathleen Gomes

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Críticas dos leitores

Grande Filme

Ricardo Pestana

Este é sem dúvida o melhor de Quentin Tarantino. As lutas estão um espanto, com sangue a jorrar por todos os lados. As influências são óbvias: banda desenhada japonesa. Até no meio do filme é-nos apresentado um excerto em animação. Tudo no filme é fabuloso, a coregrafia, o humor negro, a fotografia, a música, etc. Este é um daqueles filmes que irá ficar na memória de todos, ao lado de filmes como as trilogias do Senhor dos Aneis e do Matrix. Resta-me ver agora o segundo episódio...
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Extraordinário!

F. J. Forte

É muito difícil falar de um filme sobre o qual apetece dizer, com um sequencial pedido de desculpas, como pode a violência ser tão bela e brilhante! É que de facto, o filme, sendo violento, apresenta uma ideia, no sentido mais intelectual do termo, de violência, que é a violência estilizada, coreografada, em "fashion style". Tarantino tem uma realização e uma mão inegavelmente brilhantes, sem mácula, num filme com uma Uma Thurma belíssima, empenhada e brilhante. O destaque vai todo, todinho, para a forma como Tarantino filma a violência: de uma maneira simultaneamente crua e despida de censuras ou auto-censuras, mas conferindo-lhe um ritual, uma coreografia, uma côr e uma plástica que a tornam invulgarmente e estonteantemente estilizada. Repare-se no jogo e importância da côr, nos matizes e nos contrastes. A cena de luta na neve é histórica: o branco da neve, o kimono branco da japonesa, o laranja do fato de Thurman e o contraste do sangue no branco! A tudo acresce uma banda sonora inesquecível, perfeitamente enquadrada e extraordinária. Aqui sim, podemos ver efeitos especiais e técnicos, bem aplicados, bem doseados, deixando espaço ao carisma e brilhantismo dos actores.
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Bang Bang

Mónica

Foi totalmente embalada pela fantástica música do genérico que me pus "en garde", atenta mas devidamente protegida, para assistir a Kill Bill - tinha sido avisada para a sua violência pelos comentários que me haviam chegado por diversos amigos(as). Numa "matinée", numa sala partilhada com oito desconhecidos, assisti ao seu desenrolar, numa vontade sedenta de me vingar de um dia de trabalho entediante. E vinguei-me! O filme seduz e surpreende de fio a pavio. Esqueci as expectativas e entreguei-me. Fantástica banda sonora, fascinante contradição violência/decência, incrível alusão à banda desenhada demasiado real e sangrenta que invade os nossos ecrãs diariamente, fabuloso sentido de estética visual e sonora. Uma graciosa, Uma "motard" e o ruído dos motores remeteu-me para "Crash"; Uma em coma, violada, remeteu-me para Almodóvar; Uma frágil e traumatizada, vítima da vida, Luci Liu na neve, de branco, polvilhada de flocos brancos contrastando com uma noite azul, remeteu-me para o paraíso e nem o voar do seu escalpe me perturbou. O reconhecimento da vingança merecida de Uma apoderou-se de mim e justificou todo e qualquer recurso à violência. O fascínio da arma e do seu mítico criador. A miscelânea de línguas - inglês, francês, japonês - e de sons. A elegância da luta, o cavalheirismo das lutadoras, a fragilidade "versus" a frieza das víboras... Saí, mais cedo do que pretendia pois não consegui ficar até ao final das "letrinhas". Senti gente... queriam arrumar a sala... Caminhei pelo "shopping", anestesiada, desolhada e despenteada, mas saciada. Comprei uns óculos de sol sem proferir palavra, sentei-me num banco e fumei um cigarro calmamente. O telemóvel tocou, desliguei-o. E foi em silêncio que recolhi.
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Tarantino e mais Tarantino

Karckhov

Um filme para ver, sem dúvida! Tarantino mostra-nos um filme diferente daqueles a que nos habituou, diferente de tudo diferente de todos, assim é Tarantino. Por momentos pensei estar a ver um filme "gore", tal a brutalidade da mensagem que se transmite, ou um anime ao bom estilo oriental. As referências a filmes anteriores estão presentes, embora algumas não sejam de fácil percepção. É de referir também que Tarantino vai novamente "desenterrar" actores há algum tempo arredados do panorama cinematográfico, à semelhança do que aconteceu com Travolta em "Pulp Fiction". Mais uma vez, Tarantino escolhe Uma Thurman para desempenhar o papel central da acção, com um fato amarelo ao bom estilo de Bruce Lee, o que faz soberbamente. Sem dúvida alguma, Uma é a musa de Tarantino. Não me resta mais nada a não ser aconselhar o filme.
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Kill Bill é para sentir!

Lélia Madeira

A fotografia, a banda sonora, os cenários, as interpretações, a narrativa... Tudo ao mais alto nível num filme que dispensa muitos comentários! "Kill Bill" é para sentir e pronto! "Kill Bill" é, para mim, o filme do ano e pronto! "Kill Bill" é recomendável a todos os adultos que amam a Sétima Arte, repito... a Sétima ARTE! E que venha a segunda parte! Que venham mais minutos para disfrutar ao segundo com tudo o que um bom filme tem que ter e que "Kill Bill" tem e... pronto!
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Sempre Tarantino

Brígida Trindade

Em "Kill Bill" vemos Uma Thurman numa excelente interpretação e performance física a dar alma à personagem principal do filme: a vingança. A personagem Black Mamba, a mulher vestida de amarelo, amarelo fome, amarelo ânsia, protagoniza, algures em Tóquio, a violência, a raiva e a injustiça de um país atentado. Aí, Black Mamba vence mais de 50 homens, não pela técnica das artes marciais, nem através da mística que envolve a espada do samurai, mas sim pela força da crença na vingança, que é, sem dúvida, o tema do filme, o que justifica as longas cenas de excessiva pancadaria e sanguinária, onde as inverosímeis hemorragias dos predadores chocam, pasmam e obrigam o espectador a virar a cara para o lado de um horror bizarro, mas sentido. Resta saber o que levou Bill e as suas "vipers" a atacarem a companheira Black Mamba, grávida, no dia do seu casamento. Dois estados humanos que, pelo que significam, inibem actos de violência: um por ser vida e outro por ser festa de união....
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A Vingança de Tarantino

Ricardo Rogeiro

Simplesmente impressionante a mescla de técnicas utilizada por Tarantino, que amarram o espectador à cadeira do primeiro ao último minuto. A analepse, o jogo de imagem, a banda sonora (irrepreenssível), o filme de animação (tipo BD nipónica), o exagero prepositado, a cor, enfim... Tarantino. De salientar a prestação de Uma Thurman, que humaniza todo o cenário cruel e frio, mas ao mesmo tempo belo e sensual criado pelo realizador. Resta-me aguardar pela sequela de forma a viver novamente durante momentos no intenso mundo de Quentin ...
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Alguem disse que era de génio...

Ivo Augusto

Mas de génio tem apenas salpicos... Quentin tenta ter de tudo no filme, drama, acção, suspense e até comédia mas de qualidade apresenta pouco. Grandes pormenores de boa realização que no início prometiam um filme com muita qualidade, mas que após a primeira morte deixam de se notar... O início em "media a rés" remetenos logo para a primeira execução, que demora pouco tempo, e que considero muito bem conseguida, demonstrando aí realização com qualidade. O inesperado vem depois, com o resto do filme a apenas retratar a segunda vingança... de uma forma ridicula. Afinal é acção ou comédia? A mistura apresenta-se imiscível! Litros de sangue jorrados, corpos às metades, muita inspiração em outros filmes, notória, mas que acaba por abafar toda a capacidade de realização. Nem os efeitos especiais ajudam, dignos de um anti-Óscar! No meio de tanta trapalhada, de cenas a relembrar "Matrix" e tantos outros, surgem boas notas. O facto de incluir manga, cenas a preto e branco e novos ângulos de realização valorizam o seu trabalho; no meio de tanto mal produzido são uma gotas de ouro puro. Esperamos ansiosamente pela continuação e que a mesma se apresente mais defenida - e não uma mistura de água com azeite - menos aborrecida e menos previsível.
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Eu não acredito!

Rui Silva

Há tipos por aqui que vêem neste filme uma oposição entre a América e a Europa. Eu também vejo. Com uma diferença: se a Europa tivesse mais cineastas com a força, a verve e a cultura (sim, a cultura...) do Tarantino não tinhamos de aturar (nem pagar do nosso bolso) mediocridades intelectualóides vindas da Europa. Entre a Europa e a América eu prefiro mil vezes a América! Essas pessoas esquecem que o melhor cinema europeu do passado (nos anos 60 e 70) era isto: Sergio Leone a citar Kurosawa e John Ford, Jean-Pierre Melville a citar o "film noir" americano, Dario Argento (e Truffaut) a homenagear Hitchcock (que era inglês e estudou na Alemanha...). Esta foi uma parte muito importamte do grande cinema europeu dos anos 60 e 70. O Tarantino mantém essa chama acessa na América, uma vez que os europeus são demasiados fracos para honrar o seu passado glorioso. Mais uma vez: Bravo!
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Objectivo falhado

Luís Mendonça

Parece-me consensual que o talento de Tarantino, enquanto realizador-argumentista, é imenso. Foi ele o realizador de duas das obras mais marcantes da década de 90: o corrosivo "Cães Danados" e a obra-prima "Pulp Fiction". São filmes carismáticos, marcados pelos excelentes argumentos de Tarantino, onde os actores se sentem em casa("Mi Casa, Su Casa"). A narrativa, por mais complexa que seja (como é o caso da história-mosaico de "Pulp Fiction" ou "Jackie Brown"), é cativante e possui dispositivos que nos fazem prender às personagens. Pode-se dizer que o cinema de Tarantino vive de pequenos grandes momentos: o assalto ao restaurante; as palavras bíblicas de Samuel L. Jackson antes da queda do manto vermelho (de sangue); os "silêncios incómodos" e a "overdose" de Uma Thurman; a intervenção chocante de Christopher Walken... ("Pulp Fiction"); a reflexão de Tarantino em torno do titulo da música de Madonna, "Like a Virgin"; a orelha cortada por Madsen; o final ensanguentado... ("Cães Danados"). Por outro lado, Tarantino nunca escondeu a sua obsessão pelo cinema: para além de um excelente cineasta, ele é também um apaixonado da Sétima Arte. Nunca escondeu o seu fascínio pelo cinema oriental (sobretudo pelos filmes de artes marciais de Hong Kong dos anos 70), pelo génio de Sergio Leone, pela música de Morricone... É um realizador que não renega as suas influências, que mostra, em cada filme, a sua adoração pelos grandes mestres. São filmes que transpiram trabalho e perfeição, cada pedaço de imagem é seu. E foi assim que Tarantino criou um género, invocado, pela última vez, no ano de 1997 com "Jackie Brown", um filme simpático, mas que já revelava um certo declínio na sua carreira. Quentin Tarantino esteve parado durante todo este tempo e um pouco à sombra dos seus anteriores sucessos, para nos apresentar, na presente data, este "Kill Bill: Volume 1", e já completou o Volume 2. Não me parece é que tenha sido um regresso muito feliz: ele pegou nas suas maiores influências cinéfilas e fez uma aparatosa salada de frutas, mas com um sabor muito artificial. Soube a pouco também, tendo em conta a promoção que rodeou o filme: davam indicações de ser o melhor filme de acção de sempre, o filme mais violento de sempre, que iria arrebatar o júri de Cannes, que iria inovar, renovar... Enfim, uma autêntica estratégia de marketing que se concretiza num filme confuso, cheio de pontos mortos e que, para acentuar o factor lucro, foi dividido em dois. E este é um ponto importante: logo à partida, sabemos que vamos assistir a um "meio-filme" e, por isso, exigimos uma obra com frenesim, algo que nos estimule do minuto 0 até ao minuto 111. É uma exigência que fazemos por termos pago só parte de um filme. No entanto, artisticamente, não se justificava a divisão em dois. Como disse, o filme está cheio de momentos inócuos, tendo poucos dos "pequenos grandes momentos" aos que estávamos habituados no cinema de QT. Agora, ele tornou-se mais narcisista do que nunca (até a frase de promoção do filme, "O Quarto Filme de Tarantino", é paradigmático disso mesmo), "Kill Bill:Volume 1" é Tarantino a filmar-se a si próprio. É uma pena que tenha imposto, aos géneros que invoca e homenageia, os artifícios do seu cinema. A montagem desordenada de "Pulp Fiction" não funciona neste "Kill Bill: Volume 1": complica o que era simples e só mostra ansiedade em mostrar. A ansiedade é traduzida numa injecção de personagens (que vão e vêm sem deixar rasto), histórias paralelas, mistura de tempos. Muita coisa, até uma sequência Manga por lá existe (muito boa, por sinal). Mas o filme não tem consistência e, sobretudo, não entretém. Uma tentativa falhada de congregar, num mesmo espaço cinematográfico, uma série de géneros marcantes das décadas de 60 e 70. Deixa-nos com pouca vontade de ver o 2.
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