Jimmy Picard dá entrada no Hospital Militar de Topeka, no Kansas, apresentando sintomatologia de catatonia, dores de cabeça "fortíssimas" e mutismo com ausência de interesse pela realidade. Os exames neurológicos, psiquiátricos e psicológicos levantam a suspeita de um diagnóstico de esquizofrenia. No entanto, o facto de ser índio leva a que a equipa médica se questione sobre se aquilo que parecem ser sintomas de uma psicose, não serão antes características de personalidade que se enquadrem no facto de Jimmy ser índio e, portanto, ter uma cultura diferente que o faz expressar-se de uma forma própria. É com base no interesse em fazer um diagnóstico diferencial que o psicólogo da equipa contacta um antropólogo de renome, George Devereux, conhecido pelo trabalho desenvolvido junto de uma tribo índia. Devereux tinha feito um trabalho psicanalítico enquanto paciente (que mais tarde retoma - posteriormente torna-se membro da Soc. Psicanalítica de Paris). O trabalho psicoterapêutico que faz com Jimmy - tendo por base os preceitos do tratamento psicanalítico - é inovador ao nível da relação psicoterapeuta/paciente; isto é, o psicoterapeuta tem um papel activo na relação. É esta nova forma de intervenção que, neste caso, permite o tratamento de Jimmy. Com base nesta experiencia, Devereux dá início a uma nova forma de abordagem psicoterapêutica: a etnopsicanálise da qual é o fundador.