A Flor do Buriti

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Drama 123 min 2023 M/12 21/03/2024 POR, BRA

Título Original

Um drama que percorre três épocas da história do povo krahô, uma comunidade indígena que vive isolada no interior de uma floresta brasileira, através do olhar de uma menina. Aqui, o espectador testemunha a perseverança de um povo que luta pela preservação do seu modo de vida. A prática de ritos ancestrais próprios e a profunda conexão com a natureza transformam-se não apenas em formas de resistência mas também de sobrevivência.

“A Flor do Buriti” – cujo título faz referência à flor de um tipo de palmeira selvagem que cresce no território dos krahô – nasce de mais uma parceria entre o casal formado pelo português João Salaviza e a brasileira Renée Nader Messora que, em 2019, já tinha documentado a mesma comunidade no filme “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”.

Desde que se estreou no Festival de Cinema de Cannes – onde recebeu o Prémio de Elenco –, conquistou vários galardões, entre os quais o Prémio de melhor filme latino-americano, atribuído pela APIMA - Asociación de Productores Independientes, no festival Mar del Plata (Argentina); e o prémio de melhor longa-metragem na 64.º edição do Festival dei Popoli (Florença, Itália). PÚBLICO

Críticas Ípsilon

A Flor do Buriti. Os krahô, que se lembram das suas vidas (e mortes) passadas

Luís Miguel Oliveira

João Salaviza e Renée Nader Messora fogem às armadilhas do olhar etnográfico. E não se esquecem do cinema.

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Críticas dos leitores

4 estrelas

José Miguel Costa

O casal de realizadores luso-brasileiro João Salaviza e Renée Nader Messora, após em 2019 ter-nos "apresentado" os seus amigos Krahô (povo indígena que vive, em plena comunhão com a natureza, no seio da floresta amazónica), através do magnífico filme "Chuva é Cantoria da Aldeia dos Mortos", retorna aos grandes ecrãs com uma "sequela", " Flor do Buriti", para desvendar mais um pouco sobre a sua rica História (dando especial ênfase aos massacres), mitologia, vivência(s) do quotidiano e luta pela preservação do seu território contra os "colonos" da agroindústria e madeireiros.

E se anteriormente saiu do Festival de Cannes com o Prémio Especial do Júri (na secção "Un Certain Regard"), desta feita foi galardoado com o Prémio de Elenco. Voltam a filmar (sem equipa técnica e na língua original dos nativos) com película de 16 mm (cuja textura reforça a magnificência das imagens da paisagem esmagadora, bem como dos rituais ancestrais) e a recorrer à linguagem do documentário antropológico para transmitir a sua mensagem (construída em conjunto com os protagonistas), que entrelaça poeticamente, e numa permanente dialética, realismo de teor naturalista com fábulas esotéricas.

No entanto, a narrativa livre daí resultante (um mosaico de "mundanas" histórias soltas") apresenta-se nitidamente mais politizada (e assumidamente anti-Bolsonaro), não se restringindo, ao contrário do passado, à mera contemplação.

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