Columbus
Título Original
Columbus
Realizado por
Elenco
Sinopse
Críticas Ípsilon
Disponível para amar
Uma pequena pérola zen sobre pais e filhos, partidas e chegadas, à sombra tutelar de Ozu
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Columbus
cdds
Uma boa surpresa, este filme. Recorda-me os avisos à navegação rodoviária "Pare, Escute e Olhe". Neste caso, à navegação pela vida quotidiana. Pare e pense para onde vai e se, de facto, se dirige para onde pretende. Escute e perscrute, os outros certamente, mas também a si próprio. Olhe e tente conseguir ver o que olha. Com sensibilidade, gosto e curiosidade, é possível descobrir um tesouro raro: como se pode delinear um sentido para a vida e para as opções que dela fazem parte. "Columbus" é um filme com algo de "Paterson" mas muito mais conseguido.
Columbus
Helder Costa Almeida
4 estrelas
JOSÉ MIGUEL COSTA
"Columbus", a primeira longa metragem do norte-americano de ascendência sul-coreana, Kogonada (que acumula as funções de argumentista e realizador), é um romance (platónico) minimalista, frio, plástico, fragmentado (devido à opção por uma edição cadenciada), anti-climático, com uma fraca densidade dramática e que tem como personagem central a arquitectura modernista da cidade americana do Estado de Indiana que dá título ao filme. Perante esta caracterização já devem estar mentalmente a rotulá-la como "pura seca" mas desenganem-se, pois, estranhamente, estamos na presença de uma pequena preciosidade do cinema indie Made in USA (atrevo-me quase a afirmar que para os cinéfilos será uma espécie de "fenómeno Patterson", versão 2018).
"Columbus" destaca-se quase exclusivamente pelo seu rigoroso formalismo estético, pelo que poderá caracterizar-se como uma obra visual. E, de facto, Kogonada constrói delicados quadros vivos, através do recurso continuado a longos planos abertos e estáticos, milimetricamente simétricos e "pintados" de melancolia, ambientados por melodias celestiais dos Sigur Ros. Pura poesia pictórica, que empurra a palavra para um plano de menor importância (embora, a narrativa - simples e terna - não seja de todo menosprezada, até porque está impreganada de deliciosas subtilezas - de extremo requinte - disfarçadas de banalidades e/ou "pequenos nadas").
Saliente-se, igualmente, a química que emana da improvável dupla de actores, John Cho e Haley Lu Richardson, que deambula entre os cenários da cidade anfitriã (na pele de dois estranhos, de faixas etárias diferenciadas, que apenas possuem em comum uma relação complexa com os respectivos progenitores e a paixão pela arte de desenhar edifícios).
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