Clube Zero
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Uma professora começa a trabalhar numa escola para a elite. Há cinco dos estudantes que ensina com quem desenvolve uma ligação especial e um gosto por jejum intermitente, o que acaba por trazer consequências inesperadas e desastrosas.
Uma comédia negra com “thriller” que teve estreia na edição de 2023 do Festival de Cannes, onde estava em competição. É assinada pela austríaca Jessica Hausman (“A Flor da Felicidade”), que co-escreve o guião com Géraldine Bajard. A protagonista é a australiana Mia Wasikowska, à frente de um elenco que inclui a dinamarquesa Sidse Babett Knudsen ou os franceses Elsa Zylberstein e Mathieu Demy (filho de Agnès Varda e Jacques Demy). PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Clube Zero: a ironia indigesta de um filme sobre o jejum
Jessica Hausner fez um filme demasiado preocupado em ser “legível” e repleto de lugares-comuns.
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3 estrelas
José Miguel Costa
O filme "Clube Zero" (concorrente à Palma de Ouro no Festival de Cannes), realizado e co-escrito pela austríaca Jessica Hausner, é uma sinistra sátira social que combina drama, suspense e comédia nonsense (com uma óbvia dimensão metafórica) para dar umas ferroadas subtis às disfuncionais dinâmicas relacionais (pais versus filhos) das famílias de classe alta; bem como às novas "modas" comportamentais, alegadamente saudáveis e/ou ecologicamente sustentáveis (no caso em apreço relacionadas com a "alimentação consciente"), sem qualquer sustentação cientifica, adoptadas, de forma fanática e acrítica, por indivíduos emocional e psicologicamente frágeis.
A história inicia-se com a chegada de uma discreta e enigmática professora (Mia Wasikowska) a uma escola de elite com o objectivo de implementar um programa de nutrição, baseado num conceito inovador (secretamente espiritual), que visa revolucionar os hábitos alimentares dos alunos, nomeadamente ao nível da redução da quantidade de comida ingerida. Graças à sua personalidade altamente manipuladora, rapidamente transforma um pequeno grupo de alunos numa espécie de seita que recusa alimentar-se (dado acreditarem que tal conduta não é necessária para a sua sobrevivência).
Este enredo de base, apesar de indiscutivelmente apelativo, acaba por revelar-se algo repetitivo em relação ao teor da (vaga) mensagem transmitida. No entanto, tal evidência não impede que a obra possa ser considerada impactante, uma vez que somos (parcialmente) "compensados" por uma idiossincrática atmosfera visual rígida (fortemente estilizada) e asséptica (onde abundam os tons pastéis e os enquadramentos simétricos) indutora de uma gradativa tensão/inquietação.
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