Bird
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Mistura de fantasia e realismo social, este drama acompanha Bailey, uma menina de 12 anos que vive com o irmão, Hunter, e o pai, Bug, nos subúrbios de Kent (Inglaterra). Com dificuldades em lidar com a ausência da mãe e sem o apoio do progenitor – um homem ausente e demasiado focado em si mesmo –, Bailey encontra conforto numa amizade inesperada com Bird, uma figura que se tornará uma referência na sua vida.
Com as actuações de Nykiya Adams, Barry Keoghan, Jason Buda e Franz Rogowski, este filme esteve em competição pela Palma de Ouro no Festival de Cannes e tem assinatura de Andrea Arnold, a realizadora de "Aquário" (2009), "O Monte dos Vendavais" (2011) e "American Honey" (2016). PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Disponível para amar: Bird é um filme notável de Andrea Arnold
Andrea Arnold, uma das grandes cineastas britânicas, fez um filme sobre a possibilidade de reconstruir uma vida, uma família, um futuro, que mereceria um lançamento mais condigno com a sua excelência.
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4 estrelas
José Miguel Costa
O filme "Bird", da realizadora britânica Andrea Arnold, é um duro (e, simultaneamente, ternurento) coming-of-age que, fazendo uso de um estilo naturalista e de uma linguagem algo documental, funde sublimemente realismo social e realismo mágico para encantar-nos com uma enérgica fábula sobre o sentimento de pertença e a formação da identidade, durante o caótico período da adolescência, no seio de um universo socioeconómico ultra-precário e destituído de qualquer rede de suporte minimamente estável/estruturante.
A história centra-se no quotidiano da electrizante Bailey (Nikiya Adams, actriz não-profissional), uma negligenciada menina de 12 anos, durona e habituada a desenrascar-se sozinha num ambiente de ambiente de violência omnipresente (em virtude dos disfuncionais progenitores não possuírem competências parentais), que reside num prédio ocupado (com parcas condições de habitabilidade), numa área degradada dos subúrbios de Kent, conjuntamente com o pai (um jovem adulto com “complexo de Peter Pan” ligado a esquemas de subsistência dúbios – actualmente absorvido por um hipotético negócio de criação de sapos alucinogénios) e o meio-irmão de 14 anos (pertencente a um violento gang juvenil que pratica “justiça popular”).
O ambiente “familiar”, já per si normalmente caótico (não explorado de modo panfletário pela realizadora), irá agudizar-se após Bailey tomar conhecimento de que o pai irá contrair matrimónio, na semana seguinte, com uma “tontinha” que conheceu recentemente. Todavia, a turbulência amenizar-se-á com a aparição de Bird, um enigmático e angelical homem “surgido do nada”.
Além da desarmante “poesia” crua que trespassa a toda a narrativa, a obra destaca-se pela performance da dupla de actores masculinos (um terno Franz Rogowsk e um enérgico Barry Keoghan); pelos planos frenéticos filmados, em formato 16 mm, por uma hiperactiva câmara de mão (que intercalam com captações de imagens através do iPhone da protagonista); e a excitante banda sonora.
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