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Anatomia de Uma Queda

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Drama, Thriller 151 min 2023 M/12 01/02/2024 FRA

Título Original

Samuel é encontrado morto após cair da varanda da sua casa, situada nos Alpes franceses, onde vivia com a mulher, Sandra, uma famosa escritora alemã, e Daniel, o filho de onze anos de ambos.

Quando as autoridades chegam para tomar conta da ocorrência, a dúvida instala-se: terá sido acidente, suicídio ou homicídio? Depois de algumas inconsistências no seu testemunho, Sandra torna-se suspeita de assassinato, algo que é agravado quando Daniel refere as recentes discussões entre o casal.

Durante a investigação e, mais tarde, no longo processo em tribunal, o casamento deles é escrutinado, com Daniel a ser pressionado a descrever a relação dos pais. Isso vai criar uma inevitável tensão na relação entre mãe e filho.

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2023 e considerado o melhor filme pela Academia do Cinema Europeu, "Anatomia de Uma Queda" está nomeado para 11 Césares e para cinco Óscares da Academia de Hollywood, entre eles os de melhor filme, realizador e actriz principal.

Este drama familiar tem realização de Justine Triet (Na Cama Com VictoriaSibyl), que escreve o argumento com Arthur Harari – seu companheiro e também argumentista e realizador de Onoda - 10.000 Noites na Selva (2021) – e conta com as actuações de Sandra Hüller, Swann Arlaud, Milo Machado Graner e Samuel Theis. PÚBLICO

Sessões

  • Lisboa

Críticas dos leitores

Anatomia de uma queda

Fernando Oliveira

Na sala da casa de família, um chalé nos Alpes Suíços, Sandra Voyter, uma escritora de sucesso, está a dar uma entrevista a uma jovem jornalista. Repentinamente a música altíssima interrompe a conversa. A situação torna-se incómoda, um embaraço. Sandra interrompe a entrevista, e pede desculpa, o marido está a fazer umas obras no andar mais alto da casa, é assim que se concentra. Entretanto o filho, quase cego por causa de um acidente vai dar um passeio com o cão. Quando regressa a casa encontra o pai morto na neve junto à casa. Caiu, suicidou-se ou foi empurrado pela mulher? Um ano depois, a Justiça francesa acusa Sandra de homicídio.

O argumento de Justine Triet e do seu companheiro Arthur Harari leva o filme para o tribunal, para o julgamento de Sandra. Sandra matou ou não o marido? Nunca o saberemos, nem a personagem sabe; esta frase parece estranha mas Sandra Hüller, a actriz que interpreta extraordinariamente a personagem (escrita para ela), contou numa entrevista que nunca soube se a personagem era inocente ou culpada, mas que Triet lhe pediu que a interpretasse como inocente.

Esta imperfeição imposta à actriz é só uma das perversidades da história que nos é contada durante o julgamento: uma narrativa sobre um casal conflituoso (talvez tanto como muitos outros: “Às vezes um casal é caótico e estão os dois perdidos. Às vezes lutamos juntos, outras vezes sozinhos, e às vezes lutamos um com o outro, é assim a vida”, diz Sandra a certa altura do julgamento), enleado numa teia de ciúme, de remorsos e de culpa.

Outras perversidades: Sandra escreve nos seus livros sobre acontecimentos, quase sempre trágicos, da sua vida, está acostumada a ficcionar a sua realidade; talvez os outros, até o marido, sejam apenas personagens da sua vida, isto cria uma “parede” na ficção, entre o que o filme nos conta e aquilo que Sandra conta.

O filho não quer duvidar mas duvida (mas “… quando temos de acreditar numa coisa, mas temos duas escolhas, temos de escolher”), e Triet atraiçoa-nos mais uma vez: ao mostrar em imagens aquela conversa entre o filho e o pai no depoimento que iliba Sandra, é uma verdade ou é uma ficção, a escolha, o que nos mostra.

Sandra matou ou não o marido? Não sei, nem me interessa. O que interessa a Triet é o desenho cruel das ficções que todos criamos para “justificar” as nossas vidas, interrogar o conflito entre o íntimo e o privado e aquilo que queremos que os outros pensem sobre nós. “Eu não o matei”; “Não é isso que importa”. Perturbante e isso importa num filme. Muito bom.

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ANATOMIA DE UMA QUEDA

Maria Forjaz

O melhor filme dos últimos tempos. Excelente história com excelentes atores. Assistimos a uma carga emocional ao longo da história imaginando simplesmente quem foi o culpado.

Eu sei... mas não digo.

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Filme de tribunal psicanalítico

Nazaré

Tantas mentiras, tantas confusões, que falta tão grande de princípios, tanta roupa suja... Sobretudo, tanto disfarce! Como qualquer advogado sabe, ninguém conta a verdade porque nem sequer para si mesmo/a sabe o que é realidade e o que é imaginado.

E, no meio de tudo, há um rapaz a quem se atribui a queda das personagens centrais (o título não se refere à queda dum corpo, pois a anatomia que é feita é a que revela as tensões entre elas). Este rapaz acaba por ser a figura-chave, e o jovem actor (Milo Machado-Graner) faz um trabalho formidável.

A carta-suicídio (uma gravação de telemóvel) é uma cena de qualidade excepcional, e tudo neste filme está magistralmente conseguido, mas confesso que não foi especialmente agradável de ver.

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Anatomia de uma queda

Ricardina

O filme estreou no início de Fevereiro e hoje, dia 15, que pretendia ir vê-lo, já não está no cartaz dos cinemas NOS Glicínias, em Aveiro. Em 2 semanas, retiraram-no. Lamentável!

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Óptimo

Luis

Realização extraordinária, enredo psicótico, de grande suspense e educativo, actuações muito boas.

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Anatomia de uma queda

Paula Farinha

Filme excelente! Imperdível!

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3 estrelas

José Miguel Costa

Após arrecadar a Palma de Ouro Palma no Festival de Cannes e ser considerado o melhor filme pela Academia do Cinema Europeu, bem como ainda estar nomeado para 11 Césares e cinco Óscares da Academia de Hollywood, é natural que "Anatomia de Uma Queda" fosse uma das estreias cinéfilas mais aguardadas do ano.

No entanto, fruto da alta expectativa criada em seu torno, este drama familiar dirigido pela francesa Justine Triet, cuja acção decorre maioritariamente em contexto de tribunal, acabou por não me "encher as medidas", apesar da sua inquestionável qualidade superior (que se manifesta sobretudo ao nível do tenso argumento e das performances de excepção da enigmática protagonista - Sandra Hüller - e do carismático menino, Milo Machado Graner).

O enredo indaga a eventual causa da queda de um homem da janela do sótão do seu isolado chalé nos Alpes franceses, que resultou em morte instantânea. Terá sido um acidente, suicídio ou homicídio? A última hipótese é levantada após as inconsistentes declarações prestadas, junto das autoridades judiciais, pela mulher da vítima (uma escritora conceituada), única testemunha presente no local aquando da ocorrência (para além do seu filho invisual).

Como provar algo sem evidências irrefutáveis? De facto, neste caso não existe uma verdade absoluta que possa ser provada, pelo que a realizadora mergulha-nos num universo de dúvidas e de versões conflitantes.

A dado momento damos por nós a cogitar/julgar com base em valores meramente (i)morais, à medida que vão imergindo informações intimas sobre o relacionamento atribulado do casal. A suspeição jamais deixará de pairar, mesmo tratando-se de um filme com um final (alegadamente) fechado. E esta característica é, sem dúvida, o principal mérito desta obra.

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Um filme razoável

Paulo Lisboa

Fui ver o filme porque achei o argumento potencialmente interessante e porque gosto de «filmes de tribunal». Gostei do filme, é um filme que se vê mais ou menos bem, a realização embora competente e escorreita, já que o filme é relativamente longo, nunca deixa o filme arrastar-se ou esmorecer, mas também se limita ao suficiente, nunca atingindo um bom nível sequer.

O filme se bem que com um argumento interessante que prende o espectador do princípio ao fim do filme, tem um final muito previsível. Estamos perante um filme razoável. Numa escala de 0 a 20 valores, dou 13 valores a este filme.

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Anatomia de uma queda

Isabel

Excelente filme que transmite de forma brilhante a complexidade das relações interpessoais. Nada monótono, conseguindo manter permanentemente um ambiente de tensão e expectativa.

Parabéns à realizadora, actores e restantes envolvidos na sua realização e concretização

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Sublime

Paulo Graça Lobo

Um superlativo filme de tribunal com belíssimas interpretações e realização. A não perder!

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