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Abraça-me com Força

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Drama 97 min 2021 M/14 13/01/2022 FRA

Título Original

Serre Moi Fort

Sinopse

A actriz Vicky Krieps é Clarisse, uma jovem mulher que decide meter-se no carro e deixar tudo para trás: marido, filhos e tudo o que viveu até aí. A partir desse momento, o espectador segue-a na sua viagem, física e emocional, ao mesmo tempo que acompanha o dia-a-dia da família em casa, num esforço de seguir com a vida e lidar, o melhor que pode, com a sua ausência. Mas, aqui, nem tudo é o que parece. 
Com assinatura do actor e realizador francês Mathieu Amalric (“Tournée - Em Digressão”, “O Quarto Azul”, “Barbara”), “Abraça-me Com Força” é a adaptação da peça de teatro “Je Reviens de Loin”, de Claudine Galea. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Recomeçar de novo com Mathieu Amalric

Jorge Mourinha

Mathieu Amalric assina um road movie sensorial.

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Críticas dos leitores

3 estrelas

José Miguel Costa

O filme "Abraça-me Com Força", do actor-realizador francês Mathieu Amalrich, é um melodrama melancólico sobre a dor da perda e luto, acerca do qual é difícil tecer grandes comentários sem incorrer num qualquer spoiler (que retirará todo o impacto - essencial - ao seu final).

A história, que nos é contada com recurso a uma frágil narrativa não linear (num eterno vai-e-vem temporal, que nos confunde... em demasia), inicia-se com a personagem principal (a luxembuguesa Vicky Krieps - a força motriz desta obra) a sair de casa pé-ante-pé, para não acordar o marido e os seus dois filhos menores (que denota amar profundamente), e encetar aquilo que se figura como uma fuga de carro (sem que saibamos o porquê de tal decisão ou sequer se esta é definitiva, até porque não conseguimos interpretar o seu "estado de alma"). Mas nada é o que parece... e fico-me por aqui.

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3 estrelas

José Miguel Costa

O filme "Abraça-me Com Força", do actor-realizador francês Mathieu Amalrich, é um melodrama melancólico sobre a dor da perda e luto, acerca do qual é difícil tecer grandes comentários sem incorrer num qualquer spoiler (que retirará todo o impacto - essencial - ao seu final).

A história, que nos é contada com recurso a uma frágil narrativa não linear (num eterno vai-e-vem temporal, que nos confunde... em demasia), inicia-se com a personagem principal (a luxembuguesa Vicky Krieps - a força motriz desta obra) a sair de casa pé-ante-pé, para não acordar o marido e os seus dois filhos menores (que denota amar profundamente), e encetar aquilo que se figura como uma fuga de carro (sem que saibamos o porquê de tal decisão ou sequer se esta é definitiva, até porque não conseguimos interpretar o seu "estado de alma"). Mas nada é o que parece... e fico-me por aqui.

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Dor

Pedro Brás Marques

Extraordinário. Já não me lembrava de ficar tão atordoado com um filme… Nunca fez tanto sentido o recorrente slogan de Fernando Pessoa para a Coca-Cola, “primeiro estranha-se, depois entranha-se”, como neste filme de Mathieu Amalric. Andámos meios-perdidos durante a maior parte de “Abraça-me com força”, até àquele momento em que, sem contarmos, levamos um soco que nos deixa estupefactos. A partir dali, tudo o que ficou para trás faz sentido. Até o título…

Conhecemos Clarisse, casada e com dois filhos, quando decide sair de casa, abandonando a família. Ao volante dum carro antigo, viaja por França, em direcção às montanhas. Ao mesmo tempo que a acompanhamos, vamos assistindo ao que se passa em casa, com a filha a aprender piano, o mais novo a irritá-la e o pai a amparar as pontas. O tempo passa, os miúdos crescem, ela permanece ausente e, quando tenta o contacto, eles não a reconhecem e sentem-se perturbados pela sua presença…

Este é um filme sobre redenção, sobre o passado, sobre a imutabilidade da passagem do tempo. Na primeira cena de “Abraça-me com força”, vemos Clarisse sentada na cama, com várias polaroids viradas para baixo. Procura emparelhá-las, como no conhecido jogo de paciência, enquanto repete “recomeçar, recomeçar, recomeçar…”. Já a meio do filme, começa a consciencializar que talvez esse seu desejo não dê para se concretizar: “isto assim não vai lá…” No final, Clarisse assume algo como que uma aceitação. Mas até chegarmos aqui, o que é que realmente se está a passar? Por que é que ela partiu? Por que é que não volta? Por que razão os filhos não a reconhecem? Serão mesmo seus filhos? O que é que se passa com esta mãe? E acha que vai alcançar respostas no local onde habitam os deuses, nas montanhas? Por que é que não assume de vez a ruptura?

O belo e melancólico rosto de Vicky Krieps foi uma escolha perfeita para interpretar Clarisse. A sua dor, angústia e dúvida estão espelhados no olhar triste e perdido duma mulher adulta, ainda jovem, mas com um peso insuportável nos ombros. Trechos de Beethoven, Debussy, Ravel, Mozart, entre outros, vai preenchendo os silêncios... O prolífico Mathieu Amalric, muito mais conhecido enquanto actor, não deixou a história desta mãe escorregar, nem para o melodrama, nem para o thriller. É precisamente esse equilíbrio, pleno de sensibilidade e de sabedoria, que faz com que “Abraça-me com força” nos envolva suave e sub-repticiamente, qual caçador de emoções escondido atrás de olhos e rostos enganadores. No fim, somos nós quem tem vontade de abraçar Clarisse. Com força.

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Surprendente

Paulo Graça Lobo

História contada ao melhor nível do cinema francês, em modo descontínuo, para no final tudo fazer sentido; ou como tornar leve um drama intenso...

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