O filme "A Queda do Império Americano", escrito e dirigido pelo canadiano Denys Arcand, é uma parábola cínica e sarcástica (de teor lúdico e, em simultâneo, formativo), em modo de (quase) hilariante comédia politica de "piada rápida" (povoada por deliciosas personagens anti-estereotipadas) disfarçada de corriqueiro triller policial (ao qual não falta sequer um par romântico). <br /> <br />Tendo por base a história improvável de um modesto e angustiado estafeta de edoneidade à prova de bala, doutorado em filosofia e filantropo nas horas vagas, que certo dia vê duas malas de dinheiro cairem a seus pés (literalmente), consequência de um assalto mal sucedido praticado por terceiros, o realizador "disserta" ironicamente sobre o poder tóxico do dinheiro que "tudo compra e todos corrompe" (até os nerds intelectuais anti-capitalistas), vampirizando os sistemas económicos e sociais dos países, com esquemas de evasão fiscal, graças à conivência e/ou participação activa do poder politico e inoperância da justiça... e, em última instância, devido à decadência moral de todos nós. <br /> Só é pena que não haja uma subtileza mais elaborada no balanceamento entre a comicidade e o peso dramático da "narrativa séria" que tenta explorar, evitando, desse modo, que, em determinados momentos, fiquemos com a sensação de "ligeireza" em demasia (especialmente, na recta final).

O filme "A Queda do Império Americano", escrito e dirigido pelo canadiano Denys Arcand, é uma parábola cínica e sarcástica (de teor lúdico e, em simultâneo, formativo), em modo de (quase) hilariante comédia politica de "piada rápida" (povoada por deliciosas personagens anti-estereotipadas) disfarçada de corriqueiro triller policial (ao qual não falta sequer um par romântico). <br /> <br />Tendo por base a história improvável de um modesto e angustiado estafeta de edoneidade à prova de bala, doutorado em filosofia e filantropo nas horas vagas, que certo dia vê duas malas de dinheiro cairem a seus pés (literalmente), consequência de um assalto mal sucedido praticado por terceiros, o realizador "disserta" ironicamente sobre o poder tóxico do dinheiro que "tudo compra e todos corrompe" (até os nerds intelectuais anti-capitalistas), vampirizando os sistemas económicos e sociais dos países, com esquemas de evasão fiscal, graças à conivência e/ou participação activa do poder politico e inoperância da justiça... e, em última instância, devido à decadência moral de todos nós. <br /> Só é pena que não haja uma subtileza mais elaborada no balanceamento entre a comicidade e o peso dramático da "narrativa séria" que tenta explorar, evitando, desse modo, que, em determinados momentos, fiquemos com a sensação de "ligeireza" em demasia (especialmente, na recta final).

Faz esquecer os problemas prendendo a atenção. Recomendo vivamente

... em torno deste filme, para mim uma das pérolas deste ano. <br /> <br />Com uma direcção bastante segura e bons actores, faz um "statement" social e político fortíssimo sobre a hipocrisia do sistema político-financeiro, como núcleo de uma história bem urdida e que nos mantém agarrados até ao fim (e sim, a torcer pelos "ladrões bons"). E é uma óptima oportunidade para ouvir o delicioso "quêbeqüé"

Filme sem grandes atores, nem tão pouco muita publicidade, mas muito objetivo sobre as grandes jogadas mundiais que se fazem com dinheiro e mostrando por outro lado a sociedade em que vivemos dos bilionários e dos muito pobres.

Está lá tudo neste filme: Comédia, polícia, ladrões, política, dinheiro, gestão, filosofia, paixão, amor... <br />Para correr a ver, antes que saia de cartaz!

Aos meandros da corrupção financeira e moral. Viagem pelo tráfico de dinheiros, influências, tudo isto apoiado num dilema de distorção entre crime e moralidade. <br />Parábola bem conseguida do que é a vida e a política nos dias de hoje. <br />Fabulosos diálogos, num filme delicioso que nos prende do primeiro ao último minuto.