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A Dama de Xangai

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Thriller 85 min 1948 01/01/2001 EUA

Título Original

Sinopse

Narrado na primeira pessoa por Michael O'Hara (Orson Welles), "A Dama de Xangai" é um drama sobre a atracção inevitável de um homem por uma mulher enigmática e sensual (Rita Hayworth). Trata-se de um clássico do filme negro, com Hayworth, que à data de rodagem do filme era casada com Welles, a desempenhar mais uma vez o papel de mulher fatal, que acabou por se lhe colar como uma segunda pele. Refira-se como curiosidade que as cenas filmadas no mar se passam dentro do iate "Zaca", que pertencia ao actor Errol Flynn. "A Dama de Xangai" foi o penúltimo filme realizado por Welles nos Estados Unidos: as limitações impostas pelos estúdios de Holywood à sua criatividade levaram o realizador a mudar-se para a Inglaterra. Aí interpretou um dos seus melhores papéis de sempre em "O Terceiro Homem", um clássico dirigido por Carol Reed, com base no romance do escritor Graham Greene.<p> </p>PUBLICO.PT

Críticas dos leitores

A dama de Xangai

Fernando Oliveira

Harry Cohn, o patrão da Columbia, bem tentou impedi-lo, mas durante as filmagens de “Cover girl” (de Charles Vidor, e com Gene Kelly), Rita Hayworth conheceu, e depois apaixonou-se e casou com Orson Welles. <br />Depois Welles conseguiu ludibriar Cohn, que lhe deu dinheiro para fazer um filme desde que fosse protagonizado por Rita. “A dama de Xangai” foi filmado já os dois estavam separados e conta-se que Welles “vingou-se” do fim da relação mudando radicalmente o visual da actriz. Rita Hayworth foi talvez a mulher mais desejada do Cinema americano nos anos quarenta: cabelos longos e ruivos, de uma beleza deslumbrante, com uma forma de cantar e dançar absolutamente sensuais; e Welles cometeu o pecado de lhe cortar o cabelo e torná-la loura. <br />Em “A dama de Xangai”, Welles pegou num romance policial, que dizem desinteressante, e transforma a história numa aventura vertiginosa de um homem apaixonado (Michael O`Hara, Welles) por uma mulher (Elsa Bannister, Hayworth) que o enleia numa teia de insanidade e crime. Filma-se a ele e filma os dois numa encenação malsã do envolvimento entre um homem que se deixa seduzir por uma mulher que é tanto predadora como amoral. Basta atentar no confronto entre aquilo que a voz sempre presente da narração feita por Michael, e o que as imagens nos mostram para sentirmos esse estremecimento: a história irá inclinar-se para a tragédia. <br />Os filmes de Welles sempre viveram muito da excitação da linguagem como contraponto ao rigor formal. Essa excitação anula a frieza desse formalismo – e aqui há grandes planos delirantes e planos-sequências magníficos e, claro, momentos de puro exibicionismo (mas o Cinema precisa sempre do artificio para nos atingir com a sua verdade). Faz o filme resvalar para uma ambiência quase onírica, a realidade parece absorver os sonhos (ou os pesadelos, a realidade está ferida pelo equivoco e a mentira): os personagens serão seres desprezíveis, mas o filme, a história que conta, paira muito acima; seja o que for o que aquele homem e aquela mulher sentem um pelo outro, todas as personagens são marionetas no seu próprio jogo. <br />Enfim, “A dama de Xangai” é um filme absolutamente essencial na história do Cinema. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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