//

Eu Capitão

Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
121 min 2023 M/12 29/02/2024 ITA, BEL, FRA

Título Original

Sinopse

Seydou e Moussa (Seydou Sarr e Moustapha Fall, respectivamente) são dois primos senegaleses que resolvem deixar a família em Dacar e tentar a sorte na Europa, atravessando o deserto do Sara e o Mediterrâneo em direcção à Sicília (Itália).

Mas os obstáculos com que se deparam no deserto, os horrores dos campos de prisioneiros líbios e os perigos que enfrentam no mar vão marcá-los profundamente. E, se no início os dois rapazes eram movidos pela esperança numa vida melhor, depressa o seu percurso se transforma num pesadelo dominado pelo arrependimento e pela luta pela sobrevivência.

Um drama comovente sobre um dos grandes problemas da actualidade, a crise dos imigrantes vindos de África, que mostra as dificuldades e (não poucas vezes) a crueldade a que são sujeitas as pessoas que tentam escapar à pobreza ou às guerras dos seus próprios países.

Estreado no Festival de Cinema de Veneza – onde o italiano Matteo Garrone (DogmanGomorraPinóquio) recebeu o Leão de Prata pela realização e Seydou Sarr o Prémio Marcello Mastroianni enquanto jovem actor emergente –, Eu Capitão foi nomeado para o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro e está também nomeado para o Óscar na mesma categoria.

O argumento é da responsabilidade de Garrone, Massimo Ceccherini, Massimo Gaudioso e Andrea Tagliaferri. PÚBLICO

Críticas dos leitores

As aventuras de Seydou entre os traficantes de pessoas

Nazaré

Poderia talvez querer-se um filme mais indigesto, mais "real" do que este ao estilo das aventuras de Tintin, onde se passam imensas peripécias e tudo acaba por correr bem, mais coisa menos coisa. Afinal, trata-se dum tema muito sério que, incomodadamente, as sociedades europeias — principalmente a italiana — vão tendo que reconhecer; mas a opção de aligeirar conta precisamente com esta consciência para não trair a mensagem e, tornando-a mais fácil de engolir, aumentar-lhe a eficácia. E concordo que foi uma boa decisão.

Vale a pena ver, por muitas razões. É uma produção corajosa, e a elegante realização serve a todos, perfeitamente à altura. Parabéns a todos os que se envolveram neste projecto, parabéns em especial ao jovem Seydou Sarr, um principiante que, com a ajuda do realizador Matteo Garrone, tem uma notável capacidade de nos cativar. Já agora, ele e Moustapha Fall (que desempenha Moussa) colaboraram na feitura de parte da banda sonora, e é a voz dele em diversas canções.

Ver www.thewrap.com/teenage-actors-seydou-sarr-moustapha-fall-io-capitano/ é interessante.

Continuar a ler

3 estrelas

José Miguel Costa

O filme "Eu Capitão" (Prémio de Melhor Realização no Festival de Cinema de Veneza e candidato ao óscar de Melhor Filme Internacional), dirigido e co-escrito pelo italiano Matteo Garrone (de cujo currículo constam os magnificos "Gomorra", "Reality" e "Dogman"), narra, num registo que oscila entre a fábula e o realismo, a odisseia dramática de dois amigos adolescentes senegaleses, residentes num bairro de barracas de Dakar, que, à revelia das respectivas famílias, decidem emigrar clandestinamente para a utópica Europa em busca do "El Dorado", encetando para o efeito uma longa e árdua jornada, sob o jugo das cruéis máfias do tráfico humano, que colocará (continuamente) em risco a sua sobrevivência.

Apesar de colocar-nos perante uma desumana realidade crua (polvilhada com alguns liricos momentos de fantasia onírica), e desse modo poder afigurar-se como uma obra de denúncia (tanto mais que a construção do argumento teve por base testemunhos de migrantes), acaba por revelar-se "tépida" (e até algo infantilizada/romantizada) por, gradualmente, transformar-se numa espécie de "filme de aventuras fofinho" (inclusive, ao nível da própria estrutura narrativa) que se limita a elogiar a coragem perante a adversidade e a inocência da "amizade à prova de bala".

No entanto, esta película agiganta-se graças à sua fotografia de excepção (um autêntico regalo para a nossa íris, sobretudo nas cenas que decorrem no deserto); bem como à genuinidade contagiante da performance da dupla de meninos-heróis (ambos actores não-profissionais), que valeu a um deles (Seydou Sarr) o Prémio de Actor Revelação no Festival de Cinema de Veneza.

Continuar a ler

Envie-nos a sua crítica

Preencha todos os dados

Submissão feita com sucesso!