Um filme muito pacato, uma historia muito simples e sem emoção. Um filme que não chegou à altura da carreira da atriz Nicole Kidman.

Um filme com um esquema narrativo que, sem ser brilhante ou arrebatador, é inteligente e nos transporta algumas vezes para aquilo que o cinema tem de melhor: a simplicidade. Duas pessoas que se conhecem, se olham, por uma vez se tocam e beijam, se envolvem, se aguardam (estão as duas em "guerra" ), se reencontram, se amam, se separam por um ter morrido, mas se continuam a amar através de uma filha feita - tal como o amor inicial - pelo único contacto sexual que tiveram. É lamechas? Não na narrativa, sim nalguns pormenores (por exemplo, o da pomba). É fácil? Não. Em resumo, um filme a ver, um filme de 3,5 estrelas: três pelo filme, e (meu Deus) 0,5 pela Nicole.

Não gosto muito de lamechices. Este filme tem muita lamechice. Gosto de filmes bem construídos, com um rigoroso sentido do tempo. Este filme tem imperfeições a esse respeito. E no entanto... Não posso deixar de estar surpreendido com o acolhimento frio que coube a este filme. Porque tem meia dúzia de cenas extremamente fortes, tem uma história de amor épico arrebatadora, tem uma fotografia deslumbrante, tem uma Nicole Kidman que, apesar de demasiado limpinha para a época, prova ser uma das melhores da sua geração (a beleza desta mulher parece impedir que se lhe reconheça o talento...). Além disso, como em poucos filmes, é-nos revelado o imenso absurdo de todas as guerras e a impiedade de que a alma humana é capaz.<BR/>Como explicar "uma estrela" e "duas estrelas" dadas aqui pelos críticos do PÚBLICO? Só encontro uma explicação: cinismo. Estamos todos cínicos. Não acreditamos mais naquilo que o Homem tem de melhor (e por isso a história nos parece pouco credível). Camarada (comrade, como diria Whitman), não acredites naqueles que não sabem o que é o Amor e vai ver este filme. Não te arrependerás.